A Cerimônia de Rosas, part.1

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Pov Léo
A primeira coisa que recebi pela manhã foi uma ligação de Verônica perguntando se eu ainda iria no evento.

"Eu já disse que vou Verônica, relaxa!"

"Era só pra confirmar mesmo... Te vejo a noite, bjssss"

Aproveitei o dia ensolarado e bonito para sair pra caminhar, afinal não é todo dia que São Paulo aparece com um céu tão bonito... Claro ué também não dispensei uma água de côco.
  Na hora do almoço recebi uma ligação da Marli, minha ex-esposa.

"Oi Leonardo, td bem? Então, hj eu tenho um churrasco com meus amigos do trabalho pra ir, e como você sabe a Marcelina resolveu virar vegetariana. Não tem como eu levá-la porque ela vai ficar com fome, tem como você almoçar com ela hj? Só almoçar mesmo, e depois vc deixa ela em casa ou ela pega um uber."

Isso é típico da Marli, arrumar compromissos no final de semana dela onde não incluem a Marcelina. Apesar de ter me irritado com aquilo, não tinha como eu dizer não, e afinal não tenho nada para fazer hoje, e mesmo a minha filha sendo difícil, sinto falta dela.

"Oi Marli. Sim, posso levar a Marcelina para almoçar, sem problemas. Não precisa de uber, eu mesmo busco e levo ela."

Lá pelas uma da tarde fui buscar a Marcelina pra gente almoçar. Ele já estava na portaria quando cheguei. Ela sabe o quão chato eu sou com pontualidade. Consequências de Dominação.

-Oi pai. -Disse ela entrando no carro. Marcelina cresceu muito de um tempo pra cá, está cada vez mais parecida com a Marli. Ela tem cabelos negros compridos e uma pele muito clara, e algumas pouquíssimas sardas, e diferente de mim, tem os olhos escuros como a noite.
A única coisa de aparência que ela e a Marli não se parecem é o estilo, Marli se veste com roupas leves e claras e a Marcelina é uma roqueira completa, acho que só tem preto no guarda-roupa dela. E é claro, Marcelina tem o mesmo temperamento que o meu, pavio curto.

-Oi meu bem. -Falei dando um beijo na bochecha dela. -Sua mãe então vai pra um churrasco?
-É, parece que é aniversário de alguém.
-E desde quando você virou vegetariana?
-Nossa pai, tem um mês mais ou menos.
-Quer comer o que então? -É engraçado o quanto eu mudo quando preciso acionar o lado "pai". Eu geralmente sou bastante autoritário, e se fosse com uma submissa, eu com certeza decidiria, mas com a Marcelina é diferente, quando estamos juntos dou o máximo de liberdade para ela escolher as coisas.
-Pode ser no Zatinni?
-Que lugar é esse?
-É um restaurante que só tem comida vegetariana/vegana. A lasanha de berinjela deles é fantástica.
-Pode ser.
Pode parecer bobagem, mas com certeza a paternidade me fez um Dominador melhor, ainda mais tendo uma menina. Me lembro que quando a Marcelina nasceu eu só queria dar todo o carinho e proteção que ela precisasse. E não só crianças precisam disso, subs também precisam. Alem da disciplina, é claro.
Ser pai também fez eu desenvolver muito mais paciência, afinal eu não queria ser um desses pais que bate nos filhos, e não fui. Apesar de não ter nenhuma dó das minhas posses numa sessão de spanking, lidar com uma criança é totalmente diferente. Uma sub masoca sente prazer na dor, e mesmo se a sub não for masoca, ela vai apanhar dentro de uma consensualidade, concordando com aquilo. Nenhuma criança quer apanhar, e aquilo pode gerar nelas uma mágoa dos pais ou um trauma, logo acho totalmente errado quem bate. Tudo pode ser resolvido com diálogo.
E principalmente, por ter uma menina, levo muito a sério tratar cada mulher que passa pelas minhas mãos com o máximo de respeito e carinho, afinal eu nunca quero que alguém trate a minha filha com grosseria ou desrespeito.
Lembro que quando a comunidade soube que minha sub seria mãe de uma filha minha, foi o maior bafafá. Todos disseram que uma filha ia "amolecer" o meu coração, e que eu levaria isso para a minha D/s.
Na verdade isso não aconteceu, muito pelo contrário, afinal se tivesse tido meu coração amolecido, teria ficado com a Marli porque eu a amava. Mas não, quando a verticalidade se perdeu, a relação acabou.
Meu coração amoleceu apenas para com a minha filha, mas para os outros jamais.
Tive sorte de ser pai e Dominador ao mesmo tempo, muitas coisas que aprendi sendo pai levo para as minhas relações com as minhas posses.

Aventuras de uma D/S em sérieOnde histórias criam vida. Descubra agora