A Cerimônia de Rosas, part.2

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Pov Ana

Não é possível. Justo hoje? Justo nesse lugar? Essas coisa só acontecem comigo!
Numa cidade com mais de 12 milhões de pessoas, com no mínimo quatro clubes de fetiche e eu encontro justo ele, justo aqui.
Não sei porque, mas ele me vendo aqui sinto a sensação de estar nua... Como se ele estivesse vendo algo extremamente íntimo e pessoal. E está.
Camila percebeu minha cara de nervosismo, e como ela não é boba já perguntou logo.
-Ei, está tudo bem?
-Hã?... -Falei saindo do meu transe.
-Que cara é essa?
-Nada. Estou bem. -Na verdade eu estou me sentindo extremamente ansiosa, acho que isso é uma mini crise. Tenho sensação de que vou vomitar, mijar na roupa, nó no estômago, coração acelerado, pernas bambas...
-Nós vamos cumprimentar os outros, você vem junto?
-Vou sim, mas vou pegar uma água antes. -Ok.
Caminhei com um pouco de dificuldade por causa do salto até o bar. Ansiedade e salto alto não combinam bem.
-Boa noite senhorita, o que deseja? -Disse uma moça pequena e magrinha, com cabelo curto e de franjinha.
-Boa noite, eu só quero uma água por favor.
A moça me entregou a água e eu tomei pausadamente, assim me acalmava melhor.
Enquanto tomava a água fiquei observando o salão, é um pouco distante vi que Daniel, Camila e Alice estavam falando com um casal.
O cara já deve ter passado dos 40, devido o grisalho de seu cabelo, e ao lado dele está uma mulher loira mais jovem, mas diria que com certeza ela é mais velha do que eu.
Eles parecem estar tendo uma boa conversa.
Olhei de novo para a direção que está o tal Leonardo, e ele já não está mais me encarando como antes. Está conversando com alguns homens e com uma mulher linda.
Quando terminei de beber a água me recompus, respirei tentando afastar a ansiedade e caminhei até onde estava o meu grupo.
Quando cheguei o casal me olhou com curiosidade.
-Você tem uma terceira posse Daniel? Caramba, você tem mesmo tempo de sobra! -Disse o homem brincando, mas me fez ficar com muita vergonha. Por sorte Camila me salvou.
-Não senhor, essa é minha amiga, Ana Carolina. Ela também é sub, mas sem Dono.
Eles sorriram para mim.
-É um prazer te conhecer, Ana. -Falou o homem estendendo sua mão, e eu a apertei. -Sou Lord Dean, e essa é minha escrava, Vanessa. -Disse ele.
Vanessa e eu trocamos beijinhos na bochecha. Ela esta muito bonita, mas está muito diferente das outras mulheres.
Enquanto todas estão com vestidos justos e colados, Vanessa está com um vestido midi branco de alcinhas com um decote bonito porém discreto, que é bastante romântico e delicado, por causa da renda da saia e do movimento. Parece um vestido simples de casamento.
-Bem Ana, você já presenciou uma Cerimônia de Rosas? -Perguntou Dean.
-Não Senhor, apenas já li sobre.
-Bem, então eu espero que goste da de hoje. -Falou ele passando a mão pela cintura de Vanessa.
Só então saquei que eles são o casal que farão a Cerimônia.
-Bem queridos, precisamos nos preparar, a Cerimônia já vai começar. -Disse ele se retirando com Vanessa.
-Acho melhor irmos para frente do palco Senhor, quero ver tudo de pertinho. -Disse Camila para Daniel.
Fomos os quatro para frente do palco, onde subiu uma mulher com aparência sedutora, mas intimidante. Ela pegou um microfone e começou a falar.
-Boa noite Senhoras e Senhores, submissas e submissos. Hoje nossa casa vai presenciar uma cerimônia belíssima, a Cerimônia de Rosas. Quero agradecer imensamente aos meus amigos, Lord Dean e sua submissa Vanessa, por partilharem conosco esse momento tão íntimo, é uma honra para mim e para todos nesta casa. -As pessoas aplaudiram.
O casal subiu ao palco e as luzes do salão se apagam, deixando apenas a luz do palco, fazendo todos focarem neles.
Vanessa surgiu primeiro, tão singela naquele vestido branco, segurando a rosa branca, quase fechada. Ela está linda. Não só esteticamente, sua áurea parece estar iluminada, da pra ver no brilho dos olhos dela. A coleira com detalhes de prata brilha no pescoço dela.
O Lord Dean estava diferente, não estava mais brincalhão como minutos atrás quando nos conhecemos. Sua postura mudou totalmente para um Dominador rígido. Ele está segurando uma bela rosa vermelha, quase totalmente aberta.
A mulher que estava falando ao microfone surge segurando uma vela, com suas chamas laranjas dançando freneticamente.
Vanessa se vira de costas para Dean, e ele remove a coleira de seu pescoço, e passa o objeto pelas chamas quentes, e devolve ao seu pescoço.
-Receba essa coleira minha menina, como símbolo da minha total responsabilidade de protegê-la para o resto da minha vida. Prometo cuidar de ti como sempre fiz, e prometo sempre guiá-la para o conhecimento.
Deu pra notar mesmo com a luz fraca que Vanessa estava sorrindo.
Dean pegou o dedo do meio de Vanessa e o picou com a rosa vermelha, e pingou duas gotas de sangue na rosa branca.
Ela ofereceu os espinhos de sua rosa e ele furou seu próprio dedo, uma gota caiu sobre uma pétala limpa e a outra gota se juntou ao sangue do dedo de Vanessa. 
Os dois juntaram seus dedos. Vanessa parecia estar emocionada, pois Dean sorriu e carinhosamente secou as lágrimas que estavam saindo dos olhos dela. Ela baixou a cabeça.
-Vanessa, olhe pra mim querida. -Disse ele, segurando o queixo dela. Ele sorriu. -Nossa história juntos no Bdsm já vem sendo construída há alguns anos, mas é hoje que eu quero oficializar aqui, perante a esta casa e dos nossos amigos o quão levo nosso compromisso a sério. Você me orgulha muito com sua entrega, servidão, parceria, devoção. Você amadureceu muito e aprendeu muito nos últimos tempos. Passamos por altos e baixos, e você sempre conseguiu ter maturidade para lidar com isso. Hoje eu confirmo a você, daria meu sangue e a minha vida para te proteger, faço o que for preciso para sempre te ter ao meu lado, aos meus pés, nos meus braços, onde for. Sei que não lhe digo isso com frequência, mas pode ter certeza minha menina, você aos meus olhos sempre será amada ao extremo. Na verdade amor é pouco perto de tudo que sinto por você. Temos um Elo, uma conexão, bem mais que o amor possa explicar. Hoje uno o meu sangue ao seu, e prometo ficar contigo até o fim dos meus dias.
Vanessa parecia uma criança sorrindo, com lágrimas no rosto. Lágrimas de felicidade. Felicidade de ter tido a sorte de encontrar alguém que faria de tudo por ela, alguém que ela pode confiar sua vida.
-Ah meu Senhor... Estou sem palavras! Bem, eu antes de tudo quero lhe agradecer por todo o cuidado, o respeito, a integridade, a postura, o carinho, a compreensão, a disciplina, o aprendizado que o Senhor me proporcionou nesses últimos cinco anos. O Senhor me ensinou tanto... Não há palavras suficientes para expressar minha gratidão. Também não consigo encontrar palavras que expressem toda a admiração que tenho por ti, que é sem fim. O Senhor salvou a minha vida, me proporcionou tudo que eu precisava. Obrigada por me realizar, por cuidar de mim sempre que precisei de um colo ou de um carinho... Obrigada por todos os castigos e punições, com certeza sem eles não teria amadurecido tanto. Hoje unindo nossos sangue e trocando nossas pétalas, só confirmam mais uma vez que o Senhor foi a melhor decisão que eu fiz. E como o Senhor disse, amor é pouco perto do que temos.
Não era só eu que estava emocionada. Sem dúvidas é muito bonita toda a Cerimônia, todo o misticismo e simbolismo por trás de tudo.
Deve ser incrível se entregar para alguém desse jeito e ser totalmente recíproco. Da pra ver que Dean valoriza muito todo o esforço e entrega de Vanessa. E ele não a ama só como submissa dele, também como pessoa.
É tão difícil encontrar Cassie bdsm assim...
Alguns Dominadores levam ao pé da letra a ideia de objetificação, além do SSC, e realmente vê na submissa um brinquedo ou objeto, que ele usa, brinca, mas quando não lhe convém mais, descarta. Ignora suas dores e sentimentos e a troca por outra.
Isso me enche de ódio. Submissas não são objetos, são pessoas. Queremos ser olhadas e tratadas como seres humanos, não como brinquedinho de "Dominadores".
Sinto inveja do que Dean e Vanessa tem.
Todos batem palmas e ele encerra essa bela Cerimônia com um beijo na testa de Vanessa. Os dois descem do palco e várias pessoas vão falar com eles, incluindo Daniel,Alice e Camila. Para não ficar sozinha, vou junto.
-Meu nobre, essa Cerimônia foi fantástica. -Disse Daniel.
-Obrigada. É, foi melhor do que eu esperava.
-Foi muito lindo! Confesso que tocou meu coração... -Disse Camila fazendo todos rirem. Parabéns Vanessa.
-Obrigada querida.
-E você Ana, o que achou? -Perguntou Dean.
-Foi emocionante. Parabéns para os dois.
Após batermos um breve papo, Daniel e Camila foram pegar uns drinks no bar, deixando Alice comigo.
Não sei se é impressão minha, mas Daniel parece ter favoritismo pela Camila. Ele não desgruda um minuto da Camila, demonstra mais afeito por ela...
-Alice...
-Oi?
-Daniel sempre te trata assim?
-O que? -Ela parecia confusa.
-Te deixando de lado.
-Ah... Não se preocupe com isso. Está é minha punição por ter desobedecido.
-Ah, entendi.
Muitos Dominadores usam disso para punir suas posses por desobediência. Maior parte das posses preferem apanhar pra caramba do que ser posta na geladeira pelo Dominador.
Palmadas, cintadas e chicotadas podem doer na pele, mas não receber atenção do Dominador dói na alma.
É uma situação chata, mas ainda sim não foge do SSC. Geralmente as posses ficam meio chateadas, mas aceitam a punição porque reconhecem que estão erradas.
Quando Daniel e Camila voltam, estão salvos tomando cerveja. Camila adora cerveja, bem mais do que eu até.
Eu gosto mais de drinks com Vodka, mas Camila não. Ela gosta da boa e velha cerveja de garrafa.
-Você quer alguma coisa Carol? -Perguntou ela.
-Acho que vou pegar um drink.
-Ok. -Ela se virou para Alice. -Isso é pra você Alice. -Disse ela dando uma coca para ela.
-Obrigada.
Ui, uma coca? Ela deve estar com restrição de beber álcool. O que será que ela aprontou?
Bem, a Cerimônia acabou, mas o evento não. A mulher de cabelo branco subiu ao palco para encerrar aquilo.
-Muito obrigada Lord Dean e Vanessa pela linda Cerimônia. Bem pessoal, a noite ainda não acabou! Teremos mais algumas surpresinhas para vocês!
Fui ao bar novamente e pedi um Sex on the beach. Fiquei analisando a cena até que um homem chegou e parou só meu lado.
-Seu Dono lhe deixou sozinha gracinha? -O homem é moreno, e tem um cheiro bom, mas esse tipo de abordagem é totalmente ridícula.
-Eu não tenho Dono. -Falei tomando um gole da minha bebida.
-Hm, interessante... Está sozinha?
-Não, estou com uns amigos.
-Entendi... Bem, sabia que estou te observando há algum tempo?
-É mesmo? -Falei com um total de zero interesse.
-É. Você é realmente muito bonita.
-Obrigada. -QUE HOMEM CHATO.
-Quer ir para algum lugar depois daqui?
-Isso é sério??!
-Claro que é sério.
-Você não tem vergonha de abordar uma mulher que você nem conhece e já propor levá-la para cama? Você acha que eu sou o que, uma puta?
-Ei, acha que está falando com quem?! Eu sou seu superior! -Dei uma risada sarcástica.
-Você? Só se for na sua imaginação. Você no máximo paga de Dominador pra levar alguém pra cama. -Ele pegou no meu braço.
-Fala direito comigo sua puta. -Não aguentei, dei um tapa na cara dele, e um pouco de bebida derramou nele.
Acho que ele foi com a mão pra me bater, mas alguém impediu. Um braço masculino.
-Se tocar nela eu chamo a polícia agora. -Olhei para o salão e vi que todos estavam olhando.
Olhei para o rosto do homem e levei um susto.
É ele. O Leonardo.
Está com o maxilar contraído e o punho fechado como se quisesse socar o homem.
Violência não é permitida aqui, então provavelmente serei expulsa do salão.
Então do nada a mulher do cabelo branco surgiu.
-O que está acontecendo aqui?
-Ela me bateu! E jogou bebida em mim!
-O QUE?! Ele me pegou pelo braço, me chamou de puta e quase bateu em mim! Seu merda! -Senti que podia explodir.
-É verdade Bellatrix, ele só não bateu nela porque eu impedi.
Ela olhou para o homem com desprezo.
-Quem é você? Você não é daqui... Ninguém nunca se comportou assim no meu salão. Você não é da comunidade, eu nem lhe conheço.
-Sou Mestre Ricardo.
-Mestre de quem? Mestre do que? Você só é um safado. E vai sair do meu salão agora, ou eu chamo a polícia. -Ela é realmente intimidadora.
O Homem bufou, mas saiu.
Fiquei estática. Não sei nem o que dizer.
-Eu também devo ir? -Perguntei para a tal Bellatrix.
-Qual seu nome?
-Ana... Ana Carolina.
-Bem Ana Carolina, devido às circunstâncias você estava só se defendendo. Não vou te expulsar por bater num babaca. E me perdoe por isso, essa é a primeira vez que algo assim acontece.
-Obrigada Senhora. -Ela sorriu.
-Não precisa disso querida. Bem, deu sorte que o Lion chegou a tempo. Vai, vai curtir o resto do evento. -Disse ela se virando e saindo.
Estou morrendo de vergonha.
Preciso agradecer ele, mas não tenho coragem nem pra olhar no rosto dele.
-Você está bem? -Perguntou ele. Sua voz me fez arrepiar.
-Hã... Estou Senhor. Obrigada...
-De nada.
-CAROL!!! -Sem me dar conta, fui agarrada por Camila.
-Aí Camila!
-Meu Deus! Você tá bem?
-Estou, calma! -Daniel surgiu atrás dela.
-Ainda bem que você chegou na hora certa Lion. -Disse Daniel. Jesus, eles se conhecem????
-Não foi nada. É uma pena que trastes como ele apareçam nesse lugar sagrado para nós..
-É, complicado.
-Bem, vou voltar para o meu pessoal. -Disse ele saindo. Notei que ele me fitou por alguns segundos, mas eu estava atônita demais para olhar de volta.
-Amiga, você quer ir embora? Se quiser eu vou com você!
-Realmente Carol, se quiser levo vocês pra casa. -Disse Daniel.
-Não gente, não precisa. Estou bem. Quero ver o que ainda vai ter.
-Tem certeza amiga?
-Tenho sim, mas obrigada. Podem ir, vou pegar outra bebida.
-Não! Vamos ficar aqui com você esperando. -Dei um sorriso. Camila as vezes tem uma proteção de mãe comigo, o que é muito fofo.
Peguei outra bebida e fomos nos sentar no sofá vermelho.
Me sentei e degustei a bebida deliciosa ao lado de Alice, mas Camila e Daniel estavam de pé, ele segurando ela pela cintura de uma forma possessiva e ela dando leves beijos no pescoço dele.
Eles realmente são lindos juntos.
Alice estava tão quietinha que dava dó. Ela parecia meio triste, talvez com inveja da Camila.
Inveja de que Camila as vezes parece ser a garota perfeita para o Daniel. Inveja de toda atenção que ela está recebendo no momento.
Depois eles se sentaram, e Daniel percebendo que Alice estava meio isolada, a chamou e fez com que ela deitasse em sua coxa, assim como a Camila.
É uma cena bonita, um belo Dominador sentado e suas duas lindas posses aos seus pés enquanto ele afaga os cabelos de ambas.
As luzes se apagaram e a luz do palco ascendeu.
Bellatrix estava novamente no palco, mas agora com uma mulher.
E uma muito bonita por sinal.
-Bem Senhoras e Senhores, eu e Mia estamos aqui para presentear vocês com uma bela cena de spanking. Aproveitem.
Mia deve ser sua escrava, já que está usando uma coleira com o nome de Bellatrix.
Ela tem uma beleza única, se parece uma mulher indígena, com a pele morena avermelhada, um cabelo extremamente liso e escuro e olhos amendoados.
Ela está apenas usando uma lingerie de renda preta, uma meia calça arrastão é um salto alto.
Há uma cruz de Santo André no palco, e com certeza Bellatrix irá prender Mia.
-Vá para a cruz Mia, agora. -Disse Bellatrix com a voz fria. Mia foi caminhando, mas teve seus cabelos agarrados por trás.
-É para ir de quatro cadela. -A voz cortante e autoritária de Bellatrix no pé do ouvido de Mia me fez arrepiar.
Mia como a boa cadelinha que é, obedeceu a Dona.
Se levantou novamente para ser presa na cruz. Bellatrix prendeu as mãos e os tornozelos de Mia, prendeu o cabelo dela num rabo de cavalo, e vendou os olhos dela.
-Vamos brincar Mia?
-Brincar Senhora? De que?
-Você vai apanhar de quarto formas diferentes, se aguentar, ganha um orgasmo. Entendeu?
-Sim Senhora.
-Ótimo. Empina essa bunda pra mim.
Mia obedeceu. Bellatrix alisou a pele exposta dela, criando aquela expectativa.
Ela finalmente acertou em cheio a bunda de Mia, fazendo ela gemer de surpresa.
A cada tapa Mia se contraia, mas a pele dele não transparecia nada. Talvez ela seja mais fácil de marcar.
Depois de uns quinze tapas, Bellatrix deu um tempo, acariciou a área e pegou uma palmatória de madeira.
Acho que o nível da intensidade da dor vai aumentar a cada objeto.
-Agora você vai realmente apanhar, estávamos só aquecendo. -Disse ela intimidadora como sempre.
O objeto de madeira começou a marcar a pele de Mia. Parecia estar doendo, mas não ao ponto de faze-la se entregar.
Por fim, ela aguentou vinte palmadas, e a pele dela começava a mostrar uma vermelhidão.
O terceiro objeto foi um cinto, de couro e com uma fivela prateada. Apanhar de cinto dói pra caramba, eu mesma já levei cintadas diversas quando aprontei com o Henrique.
Só não dói mais que apanhar de chicote. Meu Deus, é insuportável. Pelo menos pra mim.
Bellatrix esperou por um minuto apenas, dando tempo para Mia se recompor. Então, o cinto cortou o ar e acertou em cheio sua bunda, e ela deu um grito.
-Só estamos começando Mia, aguente. -Ao mesmo tempo que Bellatrix é fria, da pra perceber que ela está sendo cautelosa.
Eu admiro pessoas como a Mia, que aguentam muita dor, eu mesma nunca gostei nesse nível. Há uma linha tênue entre o prazer na dor e a dor sem prazer, e pra mim é muito fácil cruzar essa linha.
Me considero com níveis de masoquismo, mas não a esse ponto. Enquanto para Mia aquilo está sendo divertido, pra mim não seria um jogo e sim uma punição.
Bellatrix continuou, Mia gritava e gemia, de dor e de prazer, aquela mistura de sensações são muito intensas, tanto que Mia começou a chorar.
Muitos entendem as lágrimas como um reflexo da dor e do desconforto, mas nem sempre. Lágrimas podem vir também pela incapacidade de controlar as sensações como essa.
Mia está chorando, mas não está parando a cena. Parece até estar gostando um pouco.
Ela aguentou vinte cintadas com maestria, conseguiu até ficar de pé. Impressionante.
Bellatrix jogou o sinto no chão, e foi ao pé do ouvido para provocar.
-Você vai desistir?
-Não Senhora... Ainda aguento.
-Hum, então tudo bem então se eu acrescentar mais dez chicotadas?
Até eu senti a tensão. E eu estava certa, ela deixou o pior para o final, o chicote.
-Sim Senhora.
Acho que até ela desconfia disso, mas é orgulhosa demais para desistir. Além de que se desistir, terá apanhado em vão e não vai gozar.
-Ótimo então. Empina essa bunda.
Mia empinou e Bellatrix pegou o chicote. Ele não é muito grande, mas a tira única faz ele ser ainda mais intimidador.
Há vários tipos de chicote, tem chicotes de couro ou de camurça, com várias tiras ou tira única... O de tira única dói mais, pois ele acerta em cheio.
Dessa vez Bellatrix precisou fazer pausas de de cinco segundos a cada chicotada, na quinta Mia já estava mole, teria caído se não fosse por suas mãos presas na cruz. A dor fazia ela se curvar para todos os ângulos, gritar, tentar escapar...
Depois da décima ela pareceu se acostumar, a pele já devia estar dormente.
A bunda dela está totalmente vermelha, e com vergões com sangue saindo. Está muito ruim.
Na última, Bellatrix acertou com tudo. Meu Deus, eu não teria aguentado nem a metade.
Mia continua mole, suada. Finalmente Bellatrix soltou o chicote e soltou Mia, que bobeou para trás, mas Bellatrix a pegou.
-Está doendo muito Senhora. -Choramingou Mia.
-Tudo bem Mia, já passou. Você venceu, vai ganhar seu orgasmo. -Disse Bellatrix de forma carinhosa. -Consegue ficar de pé?
-Acho que consigo. -Disse ela se levantando.
-Ótimo, vá para a cruz de novo. -Ela fez uma cara de espanto.
-Não consigo mais apanhar Senhora...
-Eu sei meu bem, você não vai apanhar. Só vai. -Ela obedeceu, e novamente foi amarrada e vendada.
Bellatrix pegou um vibrador sem fio, e ligou. Ela deu um sorriso diabólico para a plateia que sorriu com a cara de sádica dela.
Ela ligou o vibrador na primeira velocidade e por trás, e colocou o vibrador sob o clitóris de Mia, que gemeu de surpresa.
Bellatrix passou o dedo pela vulva de Mia e deu um sorriso.
-Você já está molhada Mia? Você é uma puta mesmo hein, mal comecei e já está toda molhada...
-Foi de antes Senhora... -Meu Deus, durante aquela dor toda, Mia ainda conseguiu ficar excitada? O quão masoquista essa mulher é?!
-Ah, entendi... Mas não muda o que você é, uma puta. A minha puta. Fica toda molhadinha pra Dona, até quando é pra apanhar... -Bellatrix desceu a mão para a bunda de Mia, mas não bateu, apenas apertou, fazendo a garota gemer com o toque.
Bellatrix aumentou a intensidade do vibrador e Mia gemeu feliz. Depois de toda essa dor, ela merece isso.
-Isso querida, Geme pra sua Dona... -Bellatrix segurou o pescoço de Mia e passou sua língua por toda a região, fazendo ela arfar o corpo.
As mãos dela percorreram o corpo de Mia, passando pela cintura, seios, pescoço... Fiauei excitada com a cena pensando como seria gostoso estar sentindo essss sensações.
Bellatrix aumentou cada vez mais a velocidade, fazendo Mia gemer cada vez mais alto.
-Ah Senhora, obrigada por isso. -Disse ela em meio aos gemidos.
-Você mereceu, você é a minha boa menina. -Submissas adoram escutar isso. Esse "boa menina" parece ser inocente, mas potencializa muita coisa na nossa mente pervertida.
Mia não estava mais gemendo, estava quase implorando, como uma cadela no cio.
-Isso cadelinha, goza pra sua Dona, bem gostoso...
Bellatrix colou seu corpo contra o de Mia, se aproveitando para chupar a orelha dela, ela gritou de prazer.
-Senhora, eu vou gozar! -Ela parecia desesperada por aquilo.
-Então goza pra mim cadelinha! To mandando você gozar! -Disse ela tirando o vibrador da buceta de Mia e enfiando dois dedos, de uma vez só.
Mia abriu a boca num sinal de alívio, como se ter algo dentro dela, ainda mais os dedos de sua Dona fossem a melhor sensação do mundo.
-Eu vou gozar! -Disse ela de novo, mas agora foi pra valer.
Mia gozou tentando controlar o gemido mordendo o lábio, mas a sensação foi mais forte que ela. Ela deve ter gozado pra caramba, porque Bellatrix deu um sorriso satisfatório.
Ela jogou o corpo para trás totalmente fora de si, seu coração parecia querer sair para fora do corpo, mas aos poucas-vergonhas foi se acalmando.
Bellatrix tirou os dedos de dentro dela e saíram encharcados. Ela fez Mia chupa-los antes de soltá-la.
Quando soltou a garota, ela estava ainda mais mole do que já estava.
Bellatrix sorriu e beijou sua testa, e Mia sorriu timidamente.
Todos aplaudiram a bela cena, inclusive eu. Eu não me lembrava que essas cenas podiam ser tão excitantes...
Estou tão excitada que está doendo, talvez seja o sangue que acumulou na região. Quando chegar em casa preciso me tocar antes de dormir, ou eu não durmo.
Elas agradeceram e desceram do palco. Mia se juntou a outra garota, uma de olhos puxados, tipo japinha. Ela também está usando uma coleira com o nome de Bellatrix.
Ela subiu ao palco novamente.
-Essa foi a cena Senhoras e Senhores, espero que tenham gostado. Agora vou cuidar da minha escrava, afinal como eu sempre digo, depois de brincar tem que cuidar. Se divirtam! O palco está aberto para mais cenas.
Todos aplaudiram novamente.

-Caramba, que cena! -Disse Camila.
-Realmente, foi uma cena em tanto... -Disse Daniel. -Semana que vem seremos nós.
-Tem certeza Senhor? Não te incomoda os olhares que vão me lançar?
-Eles podem até olhar, mas é na minha coleira que você está. -Disse ele dando um tapa na bunda dela.
Fiquei vermelha com isso. Socorro!
-Você quer ficar mais Carol?
-Não amiga, já deu a minha hora. Já tive muita diversão por hoje. -Falei.
-Sério? Acho que ainda vai ter umas cenas legais...
-Obrigada amiga, mas eu já quero ir. Foi tudo maravilhoso, com certeza vou vir mais vezes.
-Ótimo, você virá conosco na semana que vem!
-Ok, pode ser.
-Você vai de uber?
-Vou sim.
-Não prefere uma carona?
-Obrigada Dani, mas eu não quero dar trabalho. É meia noite, tá tudo certo.
-Ok, mas qualquer coisa liga pra gente! E vai no banco de trás!
-Relaxa amiga, eu sei me cuidar.
-Tabom.
Me despedi dos dois e da Alice e sai do salão. Vi os olhos do Leonardo me seguirem, mas ignorei. Sem tempo irmão.
Chamei meu uber e quando ele chegou só dei boa noite e entrei no carro, e o trajeto foi silencioso até chegar no meu prédio. Paguei e sai do carro.
Quando abri a porta Scooby veio me receber, mas ele logo voltou a dormir na sua caminha quentinha. Fofo.
Tirei o salto (finalmente) e massrgeei meu pé que esta um pouco dolorido. Tirei o vestido e joguei na roupa suja, e fui direto tirar a maquiagem e tomar um banho.
Me toquei no banho e gozei com aquela mulher mandona e sexy na minha cabeça... E não só ela. Imagina ser dominada por ela e por ele ao mesmo tempo? Senhor...
Depois de estar de pijaminha, fiz um misto quente pra mim, afinal não havia comido nada no evento.
Quando fui deitar já eram quase uma hora da manhã, e então apaguei num sono profundo.

Pov Léo

Ver a garota ali, na minha frente com certeza foi algo que eu não estava esperando.
Se ela já era ela linda quando a vi na livraria, agora está irresistível. O vestido e o salto só mostram mais as curvas deliciosas do seu corpo.
Ela estava acompanhada de mais três pessoas. O Dom Daniel, e suas suas posses, que não me lembro do nome.
Apesar de estar com a pulseirinha de sub, dava pra ver que ela não era posse do Dom Daniel, afinal as duas outras estavam usando coleira e ela não.
Acho que ela me reconheceu, mas ficou evitando meus olhares a noite toda.
Durante a Cerimônia de Rosas percebi que ela estava emocionada, fiquei curioso em saber se seria por um motivo bom ou ruim. Tenho muito a descobrir sobre essa  garota...
Talvez o ápice da noite tenha sido o homem que quase bateu nela, mas não bateu porque eu cheguei a tempo.
Não costumo bancar o cavaleiro que salva as donzelas em perigo, até porque as donzelas com quem eu me envolvo sempre tem potencial suficiente para se salvarem sozinhas. Essa foi uma situação isolada, afinal ela estava sozinha e o cara era bem maior do que ela.
Deu pra ver que ela ficou grata, mas ainda sim estava muito tímida, acho que para ela foi constrangedor. E eu até que entendo isso.
Praticantes de Bdsm já são acostumados com julgamentos, preconceitos. Agora imagina um estranho que te conheceu na livraria e começou a te seguir no Instagram descobre isso? Parece como estar nua, é muita exposição.
Bem, ela ficou bem e é o que importa. Conseguiu se recompor e assistir a cena de Bella e Mia, que foi realmente impressionante.
Dava pra ver que a cena a deixou muito excitada, ela não conseguia esconder suas feições sacanas. O que estaria pensando essa cabecinha? Se eu pudesse ler os pensamentos dela teria feito.
Bem, ela não demorou muito para ir embora, foi sozinha. Talvez transforme esses pensamentos pervertidos em orgasmos quando chegar em casa...
Fui embora meia hora depois, acompanhado por Marisa. Despedi dos meus amigos e saímos do salão.
-Aonde vocês estão indo? -Perguntou Verônica.
-Embora.
-Hm, se divirtam... -Ela deu uma piscadinha maliciosa e saiu.
Marisa e eu entramos no carro e dei partida. Ela parecia ter se divertido bastante.
-Que noite! -Disse ela.
-Gostou?
-Muito! Foi bem divertido!
-E o que você acha das relações?
-Confesso que acho que não conseguiria ter uma, exige muito... Mas acho que seria bacana ter cenas como aquela.
-Talvez você seja uma Play Partner...
-Talvez. Bem, mas nós podemos brincar ainda, mesmo que eu não venha a ser sua posse.
-Podemos sim. Mas antes prefiro que você estude para ter certeza do que você realmente quer. Combinado?
-Sim senhor. -Disse ela sorrindo brincalhona.
Chegamos ao meu apartamento e brincamos um pouco antes de dormimos...
Mesmo com Marisa na minha cama, minha cabeça não parava de pensar nela... Ana Carolina.












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