Pov Léo
Minha semana está estressante. Chegaram alguns livros novos na livraria, tenho que fazer novas encomendas e organizar tudo, além ter que administrar as financias.
Minha sorte é ter o Tyler pra me ajudar um pouco. Ele é um bom garoto, tem 19 anos. Conheci ele por acaso, eu estava saindo de um restaurante quando vi que ele estava vendendo frutas nos sinaleiros com outros jovens.
Infelizmente as desigualdades sociais desde país colocam o nosso futuro, que são os jovens nas ruas para sobreviver. Tyler mora numa comunidade, é um jovem negro e periférico, a realidade dele eu dura, tendo que enfrentar o racismo nojento das pessoas e o preconceito de classe.
Ele poderia ter se deixado levar pelo crime ou pelas drogas, afinal quando se mora num local que te influência pelo meio, muitos jovens se perdem. Pra mim é óbvio, a culpa é do sistema.
No dia que conheci Tyler, ofereci um emprego aqui comigo e pago um salário extra pra ele ajudar em casa. Além de trabalhar comigo ele faz bico de motorista de delivery e estuda a noite.
O pai de Tyler foi embora há alguns anos, pelo o que ele me contou. Ele era alcoólatra e gastava o dinheiro com bebidas e apostas, e era desempregado. A mãe do Tyler, Madalena é diarista e cozinheira. Ela se desdobra pra criar o Tyler e mais seus dois filhos.
Madalena é uma mulher de muita garra, e o fato de ser dono de uma livraria fez ela aprovar ainda mais o emprego, afinal eu incentivaria o filho dela a estudar e qualquer livro que ele precisar eu consigo arrumar para ele. Também dou outros benefícios como um cartão Sodexo para fazer as compras do mês, vale transporte, plano de saúde e plano odontológico.
Muitos falam que eu "adotei" o Tyler depois que o conheci, e não está longe de ser verdade. Ele passa bastante tempo comigo, e seu bom humor e carisma fizeram eu me apegar por ele. É realmente como um filho pra mim.
-Tyler, você recebeu as encomendas de ontem? Eu não achei. -Falei.
-Sim senhor, está no porão.
Hoje em dia essas livrarias modernas não tem mais porões, mas como essa daqui é uma dos anos 80, o porão é muito eficiente pra nós, basicamente tudo fica guardado lá.
Já fiz muitas sessões nesse lugar, quando ainda não tinha comprado meu apartamento e morava numa kitnet, esse porão continha todos meus acessórios de BDSM. Muitos momentos vividos aqui...
Terminei o expediente e chamei o Tyler pra comer uma pizza antes dele ir pra aula.
-Pode encerrar Tyler, vamos comer uma pizza.
-Pô Léo, to cheio de fome, mas eu compro um lanche na cantina lá da escola.
-Para de bobeira, vamos.
-Pô cara, eu pago minha parte tá?
-Anda logo moleque. -Falei rindo.
Fomos numa pizzaria próxima, costumo frequentar mais pizzarias caseiras do que aquelas industrializadas, além de ter um sabor mais gostoso, fortalece os pequenos empresários.
-Vai querer pizza de que? -Perguntei.
-Qualquer coisa mano, cê que manda. -Apesar de ser um Dominador que espera esse tipo de comportamento das minhas posses, detesto que Tyler ainda me veja como "patrão". Ele sabe que somos amigos, mas essa hierarquia ainda existe entre a gente.
-Eu vou querer de marguerita, você quer de que?
-Pode ser de calabresa.
-Beleza. -Chamei o garçom com um gesto.
-Uma pizza metade marguerita e metade calabresa por favor. Quer beber o que Tyler?
-Pode ser uma coca...
-Duas cocas por favor.
-Anotado. Aguardem alguns minutos.
-Obrigado.
Enquanto esperava, nada melhor que bater um papo.
-E aí, como ta o colégio? Tranquilo?
-Ah cara, tá indo... To cansadão sabe...
-Sua mãe tá bem?
-A coroa tá boa, apesar do rala. Ela conseguiu comprar o primeiro celular dela, ficou toda se achando. -Dava pra ver o orgulho dele falando da mãe.
-Ela merece. E seus irmãos?
-O Rodrigo conseguiu um emprego numa loja do Shopping de tênis, e a Letícia tá fazendo um curso técnico de cabeleira, vai deixar as tias da comunidade tudo gatona.
-Bom demais cara, feliz por vocês.
A pizza chegou e nós comemos enquanto conversávamos, então finalmente pedi a conta.
Quando estávamos saindo ouvi um cochicho numa mesa:
"Olha o neguinho com o patrão lá... Deve estar fazendo caridade, esse neguinho pra comer aqui ia precisar roubar hahahaha"
Tyler também ouviu, mas não esboçou nada. Já era comum pra ele.
-Não é caridade não, ele é meu amigo, e tem o mesmo direito de estar aqui tanto quanto eu e você. -Disse para as duas mulheres da mesa.
-Cara relaxa, não compensa. -Disse ele vendo que todos estavam olhando pra gente.
-Vocês são duas racistas nojentas, o mundo seria um lugar muito melhor se gente como vocês não existissem. -As mulheres nada falaram, constrangidas com a situação.
Algumas pessoas olharam com aprovação e outras nem tanto. Fomos embora antes que gerasse mais stress.
-Desculpe por isso. -Falei para ele assim que entramos no carro.
-Relaxa irmão, a culpa não é sua.
-Mesmo assim. Odeio esse tipo de gente.
-Poise, imagina eu.
Deixei o Tyler no ponto de ônibus mais perto da comunidade dele, ele não gosta de chegar lá no meu carro. Confesso que não entendo isso, mas respeito.
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Aventuras de uma D/S em série
De TodoEssa história não é recomendada para menores de 16 anos Alerta: Distorção de valores morais socialmente aceitos, conteúdo sexual. TUDO nessa história respeita fortemente o SSC (São, Seguro e Consensual) •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••...