Capítulo 2 - Revelações

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— Violet, me empresta o seu carro amanhã? — Amber grita da cozinha, quando tentava fazer o nosso jantar.

Esta noite ela estava fazendo mandioquinhas fritas e um pouco de vitamina de maracujá com mel. Ideia minha. Apostamos mais cedo 'pedra papel ou tesoura' e ela perdeu três vezes seguidas, sendo assim eu descansaria a minha bundinha nesse sofá e esperaria ela terminar de fazer o nosso lanche/jantar.

Eu ainda estava bastante cansada por causa do treino intenso na academia de luta, e como hoje era véspera de fim de semana, aproveitaria para descansar.

Amber e eu não tínhamos aulas amanhã e eu estava com sérios planos de passar a noite toda acordada vendo filmes com a ela. Amanhã eu recuperaria as minhas foças tirando um sono bem demorado para me revigorar internamente.

O aroma das mandioquinhas temperadas se espalhou pelo ar assim que Amber entrou com os pratos em mãos, envolvendo minha alma com o delicioso cheiro.

As mandioquinhas cheiravam tão bem que imediatamente me deu água na boca. Entre nós, a comida de Amber era, sem dúvida, a melhor. Quando eu me arriscava na cozinha, acabava queimando uma ou duas coisas, mas ela não. Ela tinha herdado o talento de nossa avó materna.

Aprendemos a cozinhar durante as férias de verão no Brasil. Nossa avó podia ser bastante persuasiva quando queria. Ela sempre dizia que algum dia precisaríamos das habilidades culinárias da vovó Adelaide e que seria a melhor maneira de conquistar um bom rapaz.

Como se precisássemos disso, dada a nossa fortuna e o mundo em que vivíamos. Provavelmente, nos casaríamos com alguém escolhido por nosso pai com a intenção de expandir ainda mais os negócios da família.

Tentei argumentar que nossos pais haviam contratado uma excelente cozinheira para essa função, mas nossa avó insistiu que não era a mesma coisa. Segundo ela, não havia nada melhor do que preparar nossa própria comida – e a vovó estava certa. Quando eu tinha sucesso na cozinha, a comida ficava realmente maravilhosa.

Vovó Adelaide nos ensinou várias receitas de família, mas minhas favoritas eram a pipoca com caramelo e a torta de carne com queijo. Essas comidas, sim, eram umas das doze maravilhas do mundo.

— Não mesmo! Na última vez que alguém te emprestou um carro. Você bateu em um ônibus escolar no meio do dia. — Respondi, enquanto apertava incessantemente o controle remoto na tentativa de encontrar um filme descente para assistirmos.

Amber era uma motorista terrível, dirigia devagar demais, o que era extremamente exasperante. Sabe aqueles idosos que dirigem a 20 km/h no trânsito e deixam você estressado com a lentidão? Pois é, eles conseguiam dirigir mais rápido que a Amber.

— Ei! — Amber atirou algumas mandioquinhas em mim, rindo alto. — Não foi minha culpa e você sabe bem disso.

Eu não conseguia entender como alguém que não estava bêbada poderia colidir com a traseira de um ônibus estacionado perto da calçada, mas enfim.

— Sim, eu sei.— respondi ironicamente, sorrindo para ela. — O ônibus simplesmente surgiu do nada, bem na frente do seu carro. Então você veio e... — Imito um carro batendo no ônibus com as mãos. — Bam! Acertou a traseira dele porque não viu um ônibus escolar amarelo de quase três metros de altura bem na sua frente. — Falei, rindo da expressão debochada que ela me lançava.

— Exatamente! Foi isso mesmo que aconteceu!

Comecei a rir novamente.

Amber era delicada e bastante vaidosa para uma pessoa comum. Seu cabelo e unhas estavam sempre impecáveis. Nenhum fio de cabelo ficava fora do lugar, sem mencionar as roupas lindas que ela vestia, bem ao estilo patricinha Beverly Hills.

MAIS ESCURO DO QUE A NOITEOnde histórias criam vida. Descubra agora