II LEON

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Hello, tudo bem com vocês?
O que estão achando do Leonzinho?
Um doce de pessoa né?
Comentem, pliss.
Capítulo novo só no sábado 🥰


Nos três meses seguintes, preparei o terreno para a minha vingança contra Eleanora. Nunca engoli o fato de ela ter aceitado o dinheiro do meu pai para terminar nosso relacionamento. Por causa disso, acabei me afastando ainda mais da minha família.

Eu deveria agradecer a ela, sem isso, não teria força suficiente para confrontar meu pai e o impedir de tocar no meu irmão gêmeo, Damon.  Depois que mamãe foi embora, Henrique começou a bater nos filhos, ele chegava em casa bebado e descontava em nós. No começo, eram tapas e agressões verbais, conforme o tempo foi passando e sua raiva aumentando, ele passou a nos espancar.

Blake foi o que mais sofreu, tentou nos proteger por anos e sempre apanhava no lugar. Quando foi para a faculdade, jurou nunca mais pisar naquela casa e ele cumpriu. Tentei fazer o mesmo com Damon, mas fui um fraco ao me apaixonar por Ellie e achar que ela era meu futuro. No dia que parti, ameacei Henrique, disse que contaria a mídia, os horrores que fazia com os filhos. Henrique sempre foi idolatrado na Austrália, o homem perfeito abandonado com quatro crianças, um santo. Ele sabia o que tinha a perder.

Damon nunca mais reclamou. Meu consolo foi Angelis ter ido morar com os nossos avós, ela nunca sentiu a irá do pai.

Movido pela sensação de vitória, afastei as cobertas, joguei as pernas para fora da cama e levantei. O sol estava nascendo, o dia seria lindo. As cortinas da sacada estavam abertas, permitindo uma boa visão da cidade sendo iluminada aos poucos. Nunca me cansava daquele cenário.

A cada duas semanas, jogo tênis com Angelis. Mantemos a rotina de sexta feira pela manhã, disputar uma partida na quadra do seu condomínio. Então, coloco uma camisa polo azul marinha e shorts branco estilo Dry, pego minhas raquetes e dirijo para Surry Hills. Basicamente, passamos quarenta e cinco minutos batendo as raquetes nas bolinhas e ocasionalmente, falamos sobre coisas triviais. É o mais próximo que chegamos de ter uma interação familiar.

Depois de tomar um banho rápido e vestir a roupa de tênis, entrei na cozinha para fazer meu desjejum. A melhor aquisição que fiz, foi uma daquelas máquinas de café expresso, coloco o equivalente para um copo e enquanto espero ficar pronto, preparo os ovos mexidos.

Heather Amell, meu braço direito na empresa, envia uma mensagem lembrando sobre a reunião com Enders. Ele é um investigador particular, seu trabalho é descobrir o máximo sobre meus clientes para que eu tenha trunfos, se necessário. Ignoro a mensagem e vou comer.

Cerca de trinta minutos depois, mostro minha identificação ao porteiro do condomínio de Angelis, uma formalidade já que o homem me vê todas as vezes que vou ali.

Estaciono próximo a uma enorme árvore, avisto minha irmã se aquecendo na quadra. Abro o porta malas para retirar a sacola com as raquetes quando sou surpreendido por uma criança.

— Você não mora aqui — Aponta caminhando atrás de mim.

— Não — Confirmo seco.

— Então, não deveria estar aqui! — Fecho o porta malas com um baque surdo — Minha mãe diz que estranhos não podem entrar no condomínio.

Viro de frente para a criança.

— Sua mãe fala demais. — Respondo seguindo meu caminho.

Largo a sacola no banco e vou até Angelis.

— Bom dia irmão — Ela diz fazendo movimentos com a raquete. — Parece que fez um amigo.

— Bom dia — Respondo cordial —Não, era apenas um curioso.

| DEGUSTAÇÃO | Julgada | Os Hard IIOnde histórias criam vida. Descubra agora