I - Kuro

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- Ei... Quer sair comigo neste fim de semana? - Kanji pergunta para Akemi.
- Certo... Q-QUE??? - a jovem que já estava meio envergonhada de situações anteriores não sabia mais o que fazer nem como reagir a aquele momento.

      Encolhida em seu canto com um rosto extremamente vermelho e sem reação, Akemi não poderia deixar de estar feliz com o ocorrido.

- Posso saber porquê que você quer sair? - Sem nem sequer olhar para o rosto de Kanji, Akemi arranja coragem para fazer a pergunta.
- Você é a única que eu conheço... alías, tinha o Haya-
- EU VOU. - Ela interrompe a fala do rapaz quase que gritando e, apesar do rosto avermelhado, olhando para ele.

Kanji apenas balança a cabeça como se estivesse agradecendo e se vira novamente para a janela. Ambos continuaram a comer até que o sinal bateu e Akemi voltou para o seu lugar e se deu inicio as aulas novamente, mas aparentemente ela não iria mais conseguir se concentrar nas aulas por causa de um pensamento que vinha a atazanar sua cabeça sempre que a mesma tentava se concentrar "E agora? O que eu faço? ele pediu para sair comigo". Sempre que esse pensamente aparecia para Akemi duas expressões eram facilmente vistas do rosto da garota, uma de vergonha e outra de felicidade intensa.

      Após a finalização das aulas todos foram embora menos Kanji, o rapaz ainda estava perdido em seus pensamentos olhando pela janela da sala. Depois que todos já tinham ido embora, Kanji vai até seu professor:

- Yasunari, poderia me ajudar com algo?
- Não me chame pelo nome, sou seu professor. Mas o que houve, primeira vez que você veio falar comigo. - Falava enquanto se levantava e arrumara a bolsa para ir embora também.
- Como se usa um fogão? - Kanji pergunta para ele com a mesma expressão de sempre.
- Esta falando sério? - Yasunari para de arrumar sua bolsa por um segundo e, surpreso, olha para Kanji que estava sério sobre o assunto. - *Suspiro* Não vou te ajudar com isso, se vira, pergunte para seus colegas. - Termina de arrumar a bolsa e se vira para a porta.
- Eu não tenho tantos colegas assim... - Olha para baixo. - Desde que sai do Orfanato, só conheci duas pessoas, e foi por puro acaso.
- Então tome isso como um teste. - Da uma olhada de canto para Kanji e vai embora.

Kanji ficou meio confuso com o teste recebido pelo seu professor, ele não entendeu bem qual seria o objetivo do mesmo, mas ele tinha uma ideia do que fazer na noite para conseguir comer.
      No caminho para o dormitório, ele teve uma ideia e decidiu passar na loja de conveniência para comprar mais sanduíches e curry's. Mas, quando ele foi pagar as coisas que tinha pego, o atendente lhe direcionou a palavra:

- Você sempre vem aqui e sempre pega as mesmas coisas. - Fala com um leve sorriso no rosto
- Aqui é a loja mais próxima e, pelo que eu comi, esses foram os que mais me agradaram para comer gelado - Respondeu enquanto passava o cartão.
- Que... gelado? - O atendente fica meio assustado e surpreso ao mesmo tempo - Por que você come gelado? - Pergunta com uma cara de que talvez tivesse tocado em um assunto delicado
- Não tenho microondas e não sei usar o fogão dado pelo Instituto. - Responde guardando as coisas em uma sacola.
- A... - ele da um leve sorriso de alívio e irônico. - Se algum dia você conseguir esquentar sua comida, eu aconselho aquilo ali. - Ele aponta para algo que parecia ser um hambúrger.
- Quem sabe na próxima... 

Kanji sabia que aquela "próxima" estava mais perto do que o atendente esperava. Passando pela rua, bem ao canto escondido atrás de um poste, tinha um gato preto com os olhos verdes tão brilhantes que era quase impossível esconder com o contraste que seu pelo trazia, apesar disso, ele ainda parecia ser bem pequeno e estava com medo de algo. Estranhamente quando Kanji se aproximou ele não se afastou nem nada, pelo contrário, o gato se aproximou, talvez pelo fato de Kanji estar com comida e ele estar com fome, ou pelo fato do gato não sentir uma ameaça vindo do rapaz por conta da sua aparência. Com um leve miado e uma aproximação calorosa, Kanji não teve o que fazer e decidiu levar o gato para o dormitório.
      Chegando lá, ele colocou sua ideia em prática e foi bater na porta do seu vizinho com o curry e alguns sanduíches que havia comprado. Depois de algum tempo, Hayato abre a porta:

Dinasty: Protocolo 573Onde histórias criam vida. Descubra agora