I - Gato de Schrödinger

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      Assim que Kanji se depara com a entrada de sua sala, ele escuta com mais nitidez, era um miado, quando ele entra, se depara com um gato que parecia estar meio vivo e meio morto, um de seus lados estava com pelos macios, bem longos e lustrosos, mas a outra metade estava podre, com algumas partes sem pelo e com moscas ao seu redor, seus olhos contavam com uma com uma cor esverdeada em um e, no outro, algo parecido com um branco azulado, como se estivesse cego. Sem entender o que acontecia na sua frente, Kanji vai em direção ao gato cauteloso e observando tudo em sua volta. Enquanto ele se aproximava, percebia que logo abaixo de algumas mesas tinham papéis com algumas escrituras, mas era quase impossível de ler já que estava escrito no meios de vários rascunhos e rabiscos. Ao chegar na frente do gato, o mesmo desceu da mesa e foi até a porta, como se estivesse chamando pelo rapaz e, bem em cima da mesa em que o gato estava, tinha outro papel, mas diferente de todos os outros esse era possível ser lido e nele estava escrito apenas uma frase "sinta os cheiros", Kanji não tinha entendido muito bem o porquê dele ter que sentir os cheiros, já que era um sonho, não tinha como ele sentir nada.
      Depois de passar o olho mais uma vez na sala de aula, ele deixou-se levar pelo gato e o seguiu. O gato estava passando por vários lugares, mas pareciam sem significado nenhum, primeiro passou pela frente da biblioteca, depois a sala do diretor, cantina, pátio e logo depois passou em frente ao laboratório. Ele para em frente a porta, dá um miado e foge, Kanji tenta seguir o ritmo do gato, mas fracassa e o perde de vista.

- Por que estou sonhando com isso? o que tem a ver uma coisa com a outra? - pensava enquanto levava uma de suas mãos a sua nuca - Onde aquele gato foi?

Depois de dar uma respirada profunda, Kanji continuou a andar pelo Instituto, afinal, ele não tinha mais nada para fazer além de esperar ser acordado. Muito tempo depois Kanji escuta o miado novamente, mas dessa vez estava perto, foi de encontro ao gato de novo e o achou nos primeiros degraus de uma escada, ele já tinha visto aquelas escadas antes, foram as mesmas quais ele havia subido e se encontrado com Akemi pela "primeira vez", mas antes que o jovem pudesse pensar na situação ele acordou.  Logo após despertar do seu sonho um tanto quanto estranho, o mesmo parecia meio enjoado, sua visão estava embaçada e seu equilíbrio estava péssimo, como não tinham muitos móveis pelo quarto Kanji caiu duas vezes antes de se recuperar, se arrumou e foi para a aula.

- Esqueci de comer alguma coisa... talvez eu passe na cantina. - Dizia susurrando enquanto colocava a mão na barriga que estava roncando.

      chegando na sala ele percebia duas coisas logo de cara, uma delas era os alunos meio agitados, não de alegria, mas de medo e, a segunda coisa, o aluno ainda estava desaparecido. Kanji apenas ignorou a situação inicialmente e se sentou no lugar de sempre fazendo o máximo possível para não chamar a atenção, afinal ele era o único que não parecia estar abalado no âmbito que se encontrava. No decorrer de todas as aulas Kanji olhava pela janela a vida passar como sempre fazia e, ao longe, viu um gato. Aquela imagem que teria aparecido para ele o fez pensar novamente:

- O que aquele sonho quis dizer? como assim "sentir os cheiros"?

Assim que a aula acabou, Yasunari chama Kanji novamente para uma conversa.

- Sabe de algo sobre o desaparecimento? - Yasunari falava quase susurrando.
- Como assim se eu sei de algo? Quem deveria saber era você.
- Se fosse para ser assim, você não teria sido enviado para aqui.

Pela primeira vez, Kanji tinha percebido o porquê dele estar ali. Após coçar a cabeça, o jovem continua:

- Ainda não, só tive um sonho estranho. 
- Como assim, com o que você sonhou? - o professor não conseguiu manter a voz baixa depois de ouvir isso.
- Apenas um sonho com um gato estranho e um papel. - Kanji saiu da sala e foi para a cantina.    

Dinasty: Protocolo 573Onde histórias criam vida. Descubra agora