Capítulo 5 - Não sou sua responsabilidade.

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Olho tudo a minha volta com admiração, a casa dele é simplesmente incrível, sem falar que é enorme e muito bem decorada sem parecer exagero, é um lugar perfeito para ser um lar, um lar de verdade, aconchegante e confortável.

Mas qualquer lugar é melhor do que aquele quarto horrível pelo o qual vivi oito anos presa nele.

Olho para o estranho que sorrir para mim, ele parecer sempre está sorrindo, como se nunca tivesse sofrido, mas olhando como ele vive, talvez ele nunca o tenha mesmo, ele deve ter uma família que o ama e o quer. Passo os olhos pela a sala e eles se fixam em um monte de fotos, dele criança junto com um homem e uma mulher e mais duas crianças, existe várias delas, ele é amado, e isso me dá uma sensação de solidão, mas não o invejo, queria que todas as pessoas do mundo tivesse a família que desejar, que nunca passem pelo oque eu passei, que não experimente a dor, a rejeição e a humilhação, se eu pudesse fazer um pedido seria: Para que os humanos entenderem uns aos outros.

O estranho me mandou segui-ló e eu fui, ele parou diante de uma porta e a abriu.

— Esse será seu quarto pelo o tempo que desejar, espero que goste. — diz e abre a mesma. É enorme e não é Rosa, eu não sou muito fã dessa cor, o quarto é da cor azul turquesa e é tão lindo.

Olho para todo o quarto e dou um pequeno sorriso sem perceber, deve ser confortável de dormir. E não vejo a hora de testar.

— Ali naquela porta ficar o banheiro, o guarda-roupa tem algumas roupas que mandei comprar para que você tivesse oque vestir. — explica ele e me olha. — Vou deixar você tomar um banho, venho te chamar daqui a pouco para jantar.

Apenas assinto e ele sai do quarto me deixando sozinha, naquele imenso quarto, abro a porta do tal guarda-roupa e fico chocada com a quantidade de roupa, em variados tons, em variados tamanhos.

Olho para a porta que o homem saiu me perguntando se ele não é um louco.

Vou na direção do banheiro e olho cada detalhes, sobre a pia a escova de dente, pasta, tem uma banheira enorme, e um monte de produtos femininos nas prateleiras. Definitivamente ele é um louco.

Resolvo fazer oque ele manda, ir tomar banho, pego uma toalha e tranco a porta do banheiro enquanto tomo uma chuveirada, meus longos cabelos escuros caem como cascatas em minhas costas enquanto deixo a água me purificar, embora eu saiba que sou tudo menos pura.

Acho que fiquei tempo demais perdida em meios aos pensamentos sombrios, porque levo um sobressalto quando escuto a voz do estranho.

— Ei, está tudo bem? — questiona ele. Sinto medo que ele entre aqui. — Você está bem? Apenas responda sim ou não.

— S-sim. — murmuro sem saber oque dizer.

— Que alívio, vim te chamar para jantar. — avisa ele e eu me apresso. — Vou te Espera la embaixo.

Saiu do banheiro me enxugando e escolho uma blusa de manga longa e uma calça, faço um rabo de cavalo em meu cabelo, enquanto tento não pensar que o homem mandou alguém comprar peças íntimas para mim.

Desço as escadas hesitante, tentando me lembrar onde ficar a sala de jantar. Tudo é tão grande, acho a sala e o encontro sentando a mesa parecendo aquelas vista na TV, farta, sinto minha barriga roncar e sinto minha boca salivar com vontade de comer, mas mesmo assim não sei se tenho permissão de me sentar, então paro ao seu lado sem me mexer, esperando ele me notar.

Seus olhos desviam da tela do celular e me encarar sorrindo de maneira gentil, tudo nele parece ser calmo e tranquilo, uma pessoa que se possa confiar.

Mas eu posso realmente confiar nele?

Então oque achou do quarto? Não fique aí parada sente-se. — aponta para cadeira ao seu lado, mas prefiro sentar em sua frente, mantendo um pouco de distância. Ele me salvou, mas ainda não sei se vai querer algo em troca. Percebendo o meu silêncio e receio, ele suspirar passando as mãos em seus cabelos pretos. — Entendo, não vai ser assim tão fácil como pensei.

Diz me encarando e Então sorrir novamente.

— Vamos do começo, eu sei que você falar, oque é um alívio, já estava pensando em como iria aprender libras em menos de uma semana... — ele fala e não consigo conter um sorriso, ele é engraçado e gentil. — Então Erika, eu me chamo Guilherme Clark, e você não precisa ter medo de mim, eu quero ser seu amigo e se você achar que está incomodada com alguma coisa me fale, se precisar de alguma coisa quando eu não estiver, tem a florzinha que com certeza irá atender as suas necessidades, quero que você se sinta em casa. Você entende?

— Não totalmente. — respondo decidindo que ele não me faria mal. — Porque me ajudar? Eu com certeza sou um problema na sua vida.

— Porque eu não poderia deixar você em qualquer lugar sabendo que você correria perigo... — ele para como se quisesse dizer algo a mais, mas desiste negando com a cabeça. Estranho. — Eu não conseguiria viver comigo sabendo que eu poderia ter ajudado você e não fiz por covardia, se tem uma coisa que eu não sou é covarde.

— Mas... eu não sou responsabilidade sua! — tento fazê-lo entender.

— Agora é.

— Você não entendeu, se eu ficar ao seu lado, você também será um alvo, sua família será um alvo!

Ele me olha e da de ombros e então começar a corta o bife em seu prato, me ignorando, será que ele não consegue entender? Não quero que ele se machuque por minha causa e nem a sua família. Fecho os olhos. Eu não deveria ter segurada sua mão.

— Guilherme... você não se preocupa com sua segurança e da sua família?

— Você que não está entendo Erika, eu não colocaria uma pessoa na minha vida que arriscaria tudo que eu construir ou que ferisse a minha familia. Então não se preocupe com isso, apenas aceite que eu cuide de você.

— Mas...

— Droga de teimosia! — resmunga irritado e me encolho com medo, ele suspirar e me olha com o olhar culpado. — Desculpe, não queria assustar você. Erika, eu trabalho todo dia, dou continuidade aos sonhos do meu pai e com isso eu ganho milhões, com esses milhões eu mantenho minha familia em segurança vinte e quatro horas por dia, eles nunca andam sozinhos, então não precisa se preocupar. Eles estão seguros.

— De verdade? — questiono sentindo alívio.

— De verdade, agora coma. — manda e eu assinto me sentindo aliviada, quando a comida entra em contato com a minha boca, suspiro de felicidade, é tão deliciosa, nunca comi nada tão bom, nem mesmo nos poucos anos de calmaria.

Sorrindo eu olho para ele e digo:  — Obrigada.

Ele não pede explicação porque não é necessário, ele entende o peso que o obrigado tem, então apenas sorrir de sua maneira gentil.

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Até a próxima 😘😘😍

Postado : 15/06/2020.

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