Capítulo 7 - Primeiros passos

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Quando desço as escadas tudo está em silêncio, tão diferente no lugar de onde vim, eu estremeço quando penso em encontrar alguém, não quero conhecer pessoas, ainda sinto receio de que alguém vai me machucar, uma parte de mim, diz que estou segura a outra parte grita que eu preciso ir embora, mas a razão leva a melhor, aqui eu tenho um lugar para dormir em segurança sem pessoas para me bater e maltratar, então vamos ficar, vai dar tudo certo.

Quando terminei de descer as escadas me deparo com os olhos de uma moça que sorrir para mim com delicadeza, seus olhos possuem gentileza, uma gentileza que nunca ninguém me demostrou antes, mesmo sabendo disso, meu corpo recuo por conta própria, a muito tempo ativei uma barreira para não confiar em ninguém, não importa quão gentis elas pareçam.

— Bom dia senhorita, eu sou a Florzinha, sou a governanta dessa casa, o senhor Clark me pediu para cuidar de todas as suas necessidades, a senhorita deseja tomar café agora?

Ela diz várias coisas, mas não consigo fazer o meu corpo descer o resto da escada, não me sentir assim ontem, então porque? Eu decidir que eu estaria segura aqui? Então porque?

— Senhorita? — me chama e eu a olho ainda estática. — há entendo, o senhor Clark disse que isso poderia acontecer, senhorita você não precisa se preocupar, você confiar no senhor Clark certo?

Pergunta ela e eu penso, sim eu confio nele não cem por cento, mas uns sessenta por cento, então assinto.

— Então você não precisa se preocupar ninguém nessa mansão vai te fazer mal, afinal essa é a casa dele, e  todos aqui estão sobre as ordens dele, então não fique com medo, venha comigo tomar café da manhã, sim?

Ainda receosa balanço a cabeça concordando, ela sorrir, parecendo um pouco aliviada, então me pede para segui-la, enquanto a sigo sinto vontade de perguntar a ela sobre o Guilherme, mas não o faço.

O silêncio, não machuca.

Quando chego a sala de jantar, vejo a mesa posta, cheia de frutas e comida deliciosa, tão diferente do pão seco com água que me davam, solto um suspiro de desânimo, não importa o quanto eu saiba que não estou mais lá, ainda não consigo evitar comparar o meu passado e presente, antes e hoje, tudo faz parte do meu eu e não sei se posso me livrar dele.

— Algum problema Senhorita? — pergunta e eu nego rapidamente e ela sorrir. — Aproveite seu café da manhã, qualquer coisa é só me chamar.

Ela sai após dizer isso me deixando sozinha nessa imensa mesa cheia, me sento e começo a comer rapidamente, ninguém vai brigar comigo se eu comer demais certo? Olho para os lados e nenhum sinal de ninguém, então aproveito e como um pouco mais do que meu pequeno corpo está acostumado.

Afinal não sei quando ele vai me mandar embora, sei que ele disse que cuidaria de mim, mas não acho que ele esteja disposto a lidar com os meus pesadelos e noites em claro, eu não acho que faria o mesmo por alguém.

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Entro no quarto e me sento olhando para a parede, a tarde já passou e ele ainda não veio me ver, embora eu tenha tomado café e dormido o restante do dia todo, quando acordei apenas tomei banho e agora é quase noite e nada dele, não que eu esteja preocupada, ele tem segurança, então deve ficar tudo bem, aquele homem não conseguiria fazer mal a ele, então não há nada a temer.

Mesmo enquanto penso nisso vejo minhas mãos tremerem, aquele cara não vai desistir, ele vai vim atrás de mim mais cedo ou mais tarde, ele sempre teve uma obsessão por mim desde quando eu era pequena, sempre me olhou de um jeito nojento e estranho, não quero voltar a vê-lo porque pode ser a última vez.

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