1 - "Macho de verdade"

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Ensino médio não costuma ser uma fase boa para muitos.

Alguns sofrem bullying, apanham, são obrigados a fazer as tarefas de outros alunos, não pegam ninguém... Eu costumo chamar essas pessoas de fracassadas.

Os que nascem bonitos, talentosos e com dinheiro, automaticamente não passam por isso, e se você for um cara bonito, quarterback, e com dinheiro as coisas são melhores ainda, você vai fazer muito sucesso no colegial e dependendo da tua lábia até fora dele.

Os fracassados costumam denominar nossa fase no colegial como o ponto alto de nossas vidas, dos populares, mas isso é pensamento de perdedor para se consolar, vamos ser sincero, minha família é rica e eu filho único, mesmo se eu quisesse ir ladeira abaixo não conseguiria.

Desci do meu BMW, após estacionar ele na minha vaga, já vendo meu nome estar destacado.

"RED BEARS VENCEDORES NOVAMENTE DO CAMPEONATO ANUAL! PARABÉNS JORDAN JAUREGUI, CALVIN HEBERT, BARRY DURHAM, BOIPELO AMAECHI E RODEL BIGALBAL ESSA VITÓRIA NÃO SERIA POSSÍVEL SEM VOCÊS!

É bom entrar no colégio já se sentindo um campeão...

Sorri com o pensamento e coloquei meus óculos escuros, como o sol aqui nessa cidade de manhã é forte, acaba machucando meus olhos que são claros e por isso muito sensíveis.

Todos sabem que os Bears só não se afogam no lago chamado mediocridade por Barry, o piroca de neném (Calvin) e eu, carregamos esse time nas costas!

Suspirei ao ver meu amigo, Barry junto a um dos jogadores de futebol puxando a cueca de um carinha gordinho ruivo, meu menino me dá muito orgulho, pensei emocionado, logo sorrindo. Jackson segurava o garoto para que Barry pudesse torturar ele.

Caralho! se manda daqui virjão, vou conversar com meu irmão — falei ao me aproximar dos três, tinha uma rodinha de gente já formada para ver o nerd apanhando — Larga esse menino, Jackson! — o negro largou o menino que saiu chorando, me fazendo rir alto com sua mediocridade — Agora se manda também montanha! — me dirijo a Jackson, o cara negro de dois metros de altura uma pilha de músculos e masculinidade, mostrava visível respeito por mim, obviamente por eu ser o melhor jogador do time e ser o cara mais popular do colégio, que poderia acabar com a vida do colegial de qualquer um, ele me mostrou o dedo do meio e saiu me deixando a sós com Barry. O loiro assobiou e coloca as mãos nos meus ombros.

— Você conseguiu comer a Becky! estou admirado, me conte os detalhes — Barry amava os detalhes sórdidos, era um fofoqueiro maldito!

Barry era o típico americano, olhos azuis claros, traços fortes e bem marcados, musculoso e alto, cabelos loiros claros e tinha os dentes retos e brancos, algo que nem todos no colégio pareciam ter por incrível que pareça, no total não fedia e era considerado um cara bonito pelas garotas, mesmo assim não conseguia fazer o mesmo sucesso que eu entre elas, não que não comesse ninguém, ele tinha várias garotas interessadas nele, mas obviamente era por mim que elas suspiravam, isso se devia a lábia, eu sabia conversar, era charmoso, demonstrava interesse e até mesmo carinho quando era necessário, já Barry gritava pelos corredores, mexia com garotas de maneiras vulgares e não era nem um pouco sútil em expressar seu interesse em levar elas para a cama.

— Ela era virgem acredita?! Eu achei que era mentira quando ela disse, mas realmente, sangrou no meu pau e tudo, mas ela achou que viveríamos felizes para sempre, até chorou quando me viu transando no vestuário com a Izzy — revirei os olhos por baixo do óculos.

— Cara, você transou no vestuário com a gostosa da Izzy de novo?! — os olhos azuis de Barry estavam arregalados — Ela é a maior vadia!

Isabelle Flynn, Izzy como era chamada pela maioria no colégio, era a capitã da líder de torcidas, tinha de longe o corpo mais bonito do colégio, magra com penas grossas, bunda grande e peitos enormes e firmes, além de claro, ser linda de rosto, traços delicados que lembravam uma boneca de porcelana, mas os olhos azuis cintilantes e maliciosos denunciavam a vadia que era. Eu e Izzy tínhamos um caso constante, muitos no colégio achavam que namorávamos devia a nosso envolvimento desde antes do ensino médio começar, ela estava na minha cama pelo menos quatro vezes na semana e transávamos e todas as oportunidades possíveis, não namorávamos, eu não gostava dela tanto assim e Izzy nunca me cobrou nada além de um sexo bem feito. Nossa relação era ótima e ela era minha favorita de todas. Mas não namorada, nunca.

— Realmente, ela veio querendo me dar depois do jogo, e ela fode bem então mandei me esperar no vestuário depois que geral tinha terminado de se arrumar, só que quando eu estava lá quase metendo nela a louca da Becky viu e saiu chorando, revirei os olhos e continuei fodendo a Izzy! — ri sendo acompanhado por Barry

Meninas virgens, sempre uma novela diferente, já tirei a virgindade de cinco e é sempre a mesma história, achando que eu sou o amor da vida delas — Barry estava quase chorando de tanto rir.

— Não é? Se eu não tivesse uma ótima lábia, eu até ia ficar de cara com a faci...

SEU NOJENTO! — me virei quando ouviu o grito, encontrei uma Camila Cabello, toda descabelada vindo marchando na minha direção, vermelha, imaginei que isso aconteceria, abri a boca para falar algo mas logo a fechei quando sinti um belo de um tapa na minha cara, deixando meu rosto todo ardido e quente — Você vai pagar pelo que fez com a minha amiga! Seu desgraçado! Juro que vai... — Camila estava revoltada mesmo, quase senti medo.

— Vai procurar um pau pra chupar e vaza daqui, Camila! — disse massageando meu rosto, puto da vida — Talvez você volte a gostar deles — ri debochando.

Ao meu lado Barry começava a imitar alguém que estava fazendo um boquete só para tirar com ela. Com a mão segurando o vento e boca aberta em "O".

Goza na minha boca... vem. — ele dizia com uma voz fina, gemendo de maneira ridícula.

Alguns anos atrás, quando estávamos no final do fundamental, Camila esteve em um pequeno namorico com Nickolas Santos, um cara do segundo ano, o cara só queria tirar a virgindade dela, mas nesse meio tempo, ele gravou Camila pagando um boquete no quarto dele, proferindo palavras como as que Barry disse e espalhou para todos os amigos que espalharam para o colégio todo, Camila ficou com a fama de boquetera e de fácil, todos dizem já terem ficado com ela, e eu não duvido. No nono ano todos faziam pegadinhas com ela, uma vez uma líder de torcida que era apaixonada pelo Nickolas jogou leite nela na frente de todos no refeitório, falou várias coisas pra Camila até ela sair correndo, a baixinha não lanchou no refeitório o ano inteiro, diziam que ela ficava no banheiro sozinha.

Até hoje, após tanto tempo, alguns ainda tiram com ela, gritando "vem me pagar um boquete sua gostosa"

Vi Camila ficar com os olhos marejados, ela sempre tentava controlar, mas quando ouvia uma brincadeira do tipo acabava chorando, e se afastou de onde estavam no corredor com passos firmes, sendo acompanhada por vários olhares que observavam a cena atentamente.

Olhei para Barry que fez uma careta ao olhar meu rosto.

— A filha da puta deixou minha cara marcada, não é?

— É uma vadia mesmo, VEM CÁ MARCAR MEU PAU! — gritou gerando risos em todos que estavam ao redor mas Camila já estava bem longe então provavelmente não tinha ouvido.

Mulheres — disse revirando os olhos.

Quem é você no espelho? (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora