4 - Pesadelo Reais

447 61 8
                                    

Pesadelo

Só podia ser um pesadelo!

Dei um forte tapa na minha cara para tentar acordar e nada.

— Não, não, não — dizia em total descrença.

— Filha, está bem? — ouvi uma voz muito semelhante a de dona Sinu. Suspirei aliviado, quando Sinu entrou no banheiro logo tampando os olhos.

— Se cubra, querida — pediu de uma forma gentil. Só então percebi que estava com as calças arriadas para ver se realmente eu estava sem pênis.

Porque todos estão se referindo a mim no gênero feminino?!

— Não, é um pesadelo! — sussurrei para mim mesmo indo desajeitadamente até o espelho do banheiro da Camila. Mais o que vi lá foi demais para mim. Não era meu costumeiro reflexo, era... Uma mulher!

Ou garota, tanto faz.

Olhos verdes muito semelhantes aos meus, mas eram um pouquinho mais claros, cabelos longo e escuros, boca carnuda e feições fortes e femininas ao mesmo tempo.

Uma gostosa.

Mas mulher.

E eu sou homem.

Foi tanta coisa para minha cabeça que eu acabei ficando tonto e sentido meu corpo mole, minha visão escureceu abruptamente. Acordei numa sala escura com uma porta vermelha brilhante, eu estava amarrado com as mãos para trás da cadeira fria que eu estava sentado. A porta foi aberta com força, tanto que a mesma bateu em algo que supus ser a parede fazendo um estrondo ecoar pela sala. De lá saiu aquela coisa do meu pesadelo com a cara queimada e uma furadeira desligada em uma das mãos, ela ainda estava com a mesma roupa do sonho da floresta, descalças e andava calmamente até mim, parou ao estar na minha frente.

— Oque você vai fazer?! — perguntei apavorado, eu estava amarrado com uma louca que segurava uma furadeira em mãos, eu parecia estar preso no filme "A hora do pesadelo"

— Adoro me divertir com os humanos — a maluca começou a rir enquanto eu gritava por socorro e tentava me soltar da cadeira.

— Quem começou isso?! Eu estou sonhando ainda?! Puta merda!

— Você não está sonhando... — ela pareceu pensar por um momento — Bom agora você está inconsciente então vim tirar uma com tua cara, mas aquilo lá — fez um gesto com a mão — É real, você está totalmente feminina — começa a rir da própria piada ridícula.

— Não! Isso é sonho! Eu vou acordar de porre e com meu pau duro! — gritei apavorado tentando me soltar da cadeira. A coisa suspirou e me olhou sorrindo, com dentes amarelos e pontiagudos.

— Acho que uma coisa que você nunca vai mais ver é seu pau, ainda mais duro, você pode até ver outros mas o seu... aquele rosinha de 20 centímetros nunca mais — disse fazendo um som nasal e caindo na gargalhada logo em seguida.

— Eu estou sonhando, estou sonhando, sonhando, EU ESTOU SONHANDO...

— Você está parecendo mais louco que eu...

— Quem fez isso?! É castigo?! É droga?! ESTOU DROGADO?

— Shiuuuu, não me interrompa novamente ou além de ficar sem aquele negócio você vai ficar sem dedos também, mas respondendo sua pergunta, o máximo que posso fazer por você... Vou falar um nome... Beckylle — então deu de ombros e ligou a furadeira, tremi inteiro de medo — Agora vamos brincar...

Ela veio aproximando do meu ouvido, fazendo o barulho irritante ficar cada vez mais alto acompanhado pelos meus gritos e a risada escandalosa dela, fechei os olhos com força para tentar não sentir dor...

Quem é você no espelho? (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora