Eu só sabia quais seriam minhas primeiras aulas porque ontem havia feito minha lição de casa e feito Camila me passar os meus horários, ela era ótima, sabia tudo sobre mim.
Dava até medo alguém te conhecer assim, meus amigos nem sabia qual era o nome dos meus pais direito.
Aff Camila! Procurei ela pelo colégio mas não achei ela, era só o que me faltava, ter que lidar com hormônios femininos a essa altura do campeonato, porque mulheres são tão sensíveis mesmo? Eu e meus amigos costumavamos socar a cara um dos outros e nem por isso algum saia choramingando. E eu precisava dela, não sabia nada sobre nada aqui, estou num ambiente hostil.
Fui para minha primeira aula e foi péssima, super entediante, não tinha meu amigos agora para falar sobre peitos nas aulas. Algumas pessoas, na verdade muitas garotas me cumprimentavam, provavelmente me conheciam, eu só sorri, afinal nem sabia quem eram agora, tinha rostos conhecidos, mas... Ao mesmo tempo eu não conhecia ninguém, suspirei ao pensar nisso, eu estava no meio da aula de matemática, vendo o professor explicar mas não conseguia nem prestar atenção em nada... eu sempre fui bom em entender as coisas, mesmo quase ninguém sabendo, afinal, eu não precisava estudar, faziam isso por mim, mas eu sabia que podia aprender qualquer coisa, que tinha potencial, mesmo não ligando muito... eu tinha um irmão, um pai amoroso, e uma amiga que aparentemente nessa realidade eramos inseparáveis, eu e Camila, quem diria, nossos pais eram amigos, era esperado que virasemos amigos também, mas por alguma razão isso nunca aconteceu.
Ao sair de umas das minhas aulas esbarrei com uma garota loira, ela era até que atraente, ela se desculpou por ter esbarrado em mim e saiu sem falar mais nem menos e nem repararem mim direito, mas não foi isso que me fez ficar quase 5 minutos parado no corredor encarando ela. Ela me parecia estranhamente conhecida e dentro de mim senti que precisava ir atrás dela. Me forcei a voltar a andar, precisa perguntar para Camila sobre a menina, fui até o refeitório onde provavelmente encontraria Camila. E assim foi, lá estava ela numa situação muito estranha por assim dizer... Verônica estava mexendo no celular distraída ao seu lado estava Camila sorrindo para quem parecia ser... Calvin Hebert?? Calvin?! Ela estava com as pernas sobre ele, e ele dava algo na boca dela, e pareciam bem confortáveis. Algo que eu nunca imaginei, não precisava ser um gênio para descobrir que aqui eles tinham algo. Não consegui ficar de boca fechada, Camila boqueteira e Calvin, justamente o piroca de neném, namoravam? Ali eu vi que podia realmente esperar tudo daquela realidade estranha.
Alguém esbarrou contra meu ombro novamente, só que dessa vez foi mais forte, antes que eu pudesse ver quem me atingiu já ouvi uma voz familiar.
— Cuidado por onde anda querida, alguém pode acabar te machucando — olhos azuis, cabelos longos pretos. Izzy.
Eu tinha conhecido ela quando seus pais se mudaram para a cidade, já fiquei atraído, ela era uma das garotas mais bonitas que eu já tinha visto, e seu corpo? O melhor que você possa imaginar, tínhamos uma relação estranha, quer dizer, aos finais de semana ela dormia comigo às vezes, e vivíamos nos pegando, nunca foi algo formal mas meus pais conheciam ela. E isso já tinha mais de 4 anos. Sorri arqueando minhas sobrancelhas na sua direção, ela estava com mais duas garotas, uma morena também muito atraente e uma ruiva com os olhos incrivelmente verdes.
— E imagino que essa pessoa não seja você.
As duas garotas olharam pra ela como se estivessem muito surpresas com oque haviam ouvido, Izzy cerrou os olhos de forma ameaçadora, e sorriu no final em um tom de deboche.
— Pode acabar se surpreendendo.
Deu as costas para mim, eu fiquei a ver navios até que uma alma penada apareceu atrás de mim incorporada numa sapatão.
— Oque a vaga queria com você? — ao ouvir sua voz pulei, era Verônica que tinha se materializado atrás de mim.
— Credo! Você quer me matar, cara! — ela revirou os olhos — Vaga?
— Vagaba, putonilda, etc.
— Izzy? — perguntei supresa.
— Ih, que intimidade, Izzy, deixa Camila ouviu você falando isso.
— Ela não parece muito preocupada com isso agora — indiquei com a cabeça os dois pombinhos apaixonados — Qual é a dela?
— A dela?! Você não tá bem né, usou maconha? Sabe que você é fraca pra essas coisas, depois fica assim, estranha.
— Você é estranha e eu não estou falando nada!
— Ui — colocou a mão no peito como se estivesse ofendida — Filha, Você é a melhor pessoa que sabe qual é a dela, você literalmente roubou o macho dela, essa é a dela.
Arregalei os olhos chocado, então, Barry e Izzy tinham algo e eu, que não era eu, peguei o Barry, que nojo! Porque não peguei a Izzy?
Porque você era hetero!
Credo, é tão estranho me imaginar assim.
— Vamos sentar, estou com fome — no caminho até a mesa sussurrei para Verônica — Da um jeito de mandar ele embora, preciso falar com Camila.
— 10 pratas.
— Credo, tudo você coloca preço?
— Só quando vejo alguém desesperada.
Revirei os olhos concordando em lhe dar as 10 pratas.
— Calvin! Venha ver! — disse ela animada, Calvin mesmo perdido se levantou — Vem! Vem! — Verônica foi levando ele.
Se eu soubesse que era tão fácil teria feito sozinho.
Respirei fundo ao sentar do lado de Camila, ela já ficou tensa. Antes que ela como mulher começasse a falar um monte, eu já falei.
— Me desculpa, tá bom? Fui ignorante, me desculpa, acabei descontando em você — ela arregalou os olhos surpresa — Oque foi?
— Você está diferente, Laur. Você nunca pede desculpas, está tudo bem?
— Eu... só desculpa tá bom, você não merecia aquele meu tratamento.
Ela concordou com a cabeça.
— Oque Verônica queria com meu namorado? — perguntou sorrindo.
— Não faço a mínima ideia, talvez jogar uma bolinha pra ele pegar — Camila deu um tapa no meu braço me repreendendo.
— Não entendo o motivo dessa implicância com Calvin, ele gosta de você sabia? — então eu implicava com Calvin nessa realidade? Eu era amiga dele a anos, não tanto tempo quanto Barry, mas gostava dele, de uma maneira hetero claro — Enfim, você brigou com Barry? Porque não me falou nada?
— Ah — minha mente trabalhou rápido pensando no que falar sobre isso, eu não sabia se tinha brigado com ele, mas provavelmente ela se referia ao que aconteceu no corredor — Eu, uhm, sei lá, não tenho paciência.
Camila me olhou de um jeito suspeito mas acabou dando de ombros.
— Bom, vocês sempre acabam se entendendo, ele é louco por você — senti náuseas de vômito ao imaginar eu e ele tendo um lance, Barry era um otario com mulher mas aparentemente gostava de mim. Isso era estranho. Me lembrei da garota do corredor e estava prestes a perguntar pra Camila sobre ela, quando Calvin voltou com Verônica rindo, ele se sentou ao lado de Camila e ficaram conversando até o final do intervalo, Camila estava me ignorando completamente ao dar tanta atenção pra Calvin.
Eu ia ter que deixar pra outra hora minhas perguntas.
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Quem é você no espelho? (Camren)
Storie d'amoreNo auge de seus 17 anos, Jordan, não poderia estar mais satisfeito, apesar da constante pressão do seu pai para ele seguir os negócios da família, ele amava sua vida, fazia sucesso com as garotas, tinha dinheiro, amigos, um belo carro e é o melhor n...