⭐Capítulo 0 - Prólogo⭐

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Em minha mente, eu recapitulei tudo que estava ocorrendo naquele momento. Felizmente, como esperado. E digo isso mesmo que este novo apartamento para o qual eu tinha me mudado fosse menor do que tamanho do meu banheiro na casa antiga; mesmo que eu tivesse que trabalhar para sobreviver, agora, nada disso era um problema. Eu finalmente tinha escapado da minha antiga casa maldita e conseguido minha liberdade. Essas foram as últimas lembranças que eu revisava na minha mente antes de adormecer. 

Agora eu poderia viver tranquilamente, mas, de repente... 

- Eu pensei ter dito para que você vivesse como um camundongo, sem fazer nenhum barulho, de forma que nem sua respiração pudesse ser ouvida - um homem falou cheio de ódio em seus olhos, me encarando de cima como se eu fosse um inseto nojento. - Ouvi dizer que você agiu como um cão raivoso no banquete cerimonial de volta do príncipe regente. 

Aquele olhar gélido e mortificante caía sobre mim. Como se ele quisesse me chutar até a morte, mas isso já era algo com que eu estava familiarizada. O tipo de olhar que eu sempre recebia naquela casa, mas o que não significa que eu estava bem, apesar de ter passado por aquilo tantas vezes.

- E qual foi o motivo para você agir dessa forma?

Eu não conseguia respirar direito por conta da aura que ele emanava. Meus lábios começaram a tremer de medo, foi quando uma caixa branca de texto apareceu bem na minha frente e eu pude ver as opções escritas linha por linha.

[1 - Como eu poderia saber?]

[2- Não é como se eu tivesse um motivo para isso.]

[3- *Com um tom de voz de coitada* Bem... hm...isso...]

"O que raios é isso?" - Eu estava confusa e teria feito essa pergunta diretamente para o homem a minha frente, mas algo estava preso na minha garganta e não consegui fazer nenhum tipo de barulho. Ele, no entanto, me ameaçou quando eu permaneci ali parada, sem dizer nada.

- É melhor que fale.

Eu senti tão intensamente sua aura mortificante ao ponto que machucava minha pele, pensei que iria morrer se não respondesse a ele e, naquele momento, selecionei a resposta número 3 da caixa de texto branca. As mesmas palavras saíram de meus lábios, involuntariamente. 

"O que raios... O que foi isso?!?" - Meu queixo caiu, pasma com o que eu mesma tinha dito e nem ao menos conseguia imaginar em que tipo de situação estava acontecendo naquele momento. Tudo parecia confuso e estranho quando abri meus olhos e me vi entre esses estranhos e nessa atmosfera tão assustadora. Não conseguia pensar em nada, como se tivesse acabado, literalmente, de acordar.

- O que mais? - O homem não pareceu gostar da resposta incompleta que eu tinha dado e demonstrou isso claramente com uma expressão aterradora, mas então, novas sentenças apareceram na caixa branca de texto. 

[1- Me desculpe, eu me comportarei da próxima vez]

[2- Uma emprega estúpida foi quem começou toda essa confusão!]

[3- Aqueles seres inferiores me destrataram. Eu, a única filha do duque Eckart!]

Não tinha tempo a perder pensando no que responder naquele momento, então escolhi rapidamente uma resposta que parecia se encaixar com a situação do momento. Mesmo que eu não entendesse nada do que estava acontecendo, eu tinha que falar algo e esse pensamento era resultado de todas as minhas experiências dolorosas da minha vida passada.

- Me descul... - Fui interrompida antes de conseguir terminar minha frase.

- Nós não estaríamos aqui se isso fosse uma questão que pudesse ser facilmente resolvida com um simples pedido de desculpa. - Meu coração se partiu com aquele tom frio e cortante que o homem usou para falar comigo. Me encolhi instintivamente e então ele voltou a falar - Penélope Eckart, nós vamos retirar o Eckart de você por algum tempo. 

A morte é o único fim para a vilãOnde histórias criam vida. Descubra agora