⭐Capítulo 1⭐

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Uma órfã adotada por uma família rica, parece bem romântico, principalmente se for uma mulher. Ela deveria ser a Cinderela vinda de um conto de fada ou então de um dorama*, mas a realidade era bem diferente se comparada a essas duas situações. 

Minha mãe morreu e eu sofri bullying e fui assediada pelos meus dois irmãos mais velhos da minha infância até pouco tempo atrás. Os insultos e o desprezo deles, por mim, não era nada. As pegadinhas que eles faziam com a minha comida se tornaram comum enquanto eles fizeram minha vida no colégio insuportável, me tornando o alvo número 1. 

Por conta do segundo irmão não ser mais velho que eu, nós tivemos um ano inteiro juntos no colégio e, quando ele se graduou se, teoricamente, algo deveria mudar, foi o bullying e só ficou pior. 

Aqueles dois bastardos me culpavam da morte da mãe deles desde que eu fui adotada, apesar dela ter ficado doente e morrido muito antes de eu sequer ter nascido. Eles me maltratavam tanto que as vezes eu ficava confusa, achando que talvez a mãe dos meninos tivesse adoecido por minha conta, era como se eu fosse pior que um mendigo dentro daquela casa. Senti saudade dos tempos em que vivi com minha mãe em um apartamento apertado.

Eu perdi peso ao ponto de ser notável para todos e os machucados e cicatrizes aumentavam constantemente, quase que "substituindo" o peso que eu tinha perdido. E aquele homem que deveria ser meu pai não parecia sequer se importar. 

"Por que você me trouxe aqui se vai me tratar dessa forma? Me manda logo pra um orfanato" - Esses eram meus pensamentos constantes, mas minha raiva e minhas reclamações não significavam nada para ninguém. Pra mim, que viveu como uma criança pobre junto da minha mãe adoentada, talvez fosse melhor desistir de tentar ser aceita, até porque eu me arrependeria de implorar por amor para pessoas que me tratavam pior que um animal selvagem.

Sem um centavo no bolso e sem condições de sair de casa, eu estudei como nunca até finalmente me graduar e conseguir ser aceita pra uma faculdade prestigiosa. Foi a primeira vez que eu corri com um sorriso no rosto pro meu suposto pai, pra comentar sobre minha graduação. Não é como se eu quisesse ser reconhecida pelo meu esforço, era porque eu finalmente tinha chance de sair daquela maldita casa!

- Pai! Olha! Eu fui aprovada!!" 

- E? Diga logo por que você veio até mim. - Ele não disse um simples "parabéns" ou qualquer parabenização pelo meu rosto feliz e aprovação na faculdade. Ele não se importava, na real e, bom, eu não tinha ido até ele esperando uma reação feliz.

- Pai, me permita viver sozinha a partir de agora! Eu quero viver perto da universidade, de forma que eu possa finalmente amadurecer. Ao menos isso você pode fazer por mim, certo? 

Ele franziu o cenho ao ouvir esse pedido inesperado, mas isso seria bom pra eles também, não? A criança que eles odiavam tanto agora pedindo para morar sozinha. Como eles não poderiam ficar felizes em relação a isso?

- Certo. Eu permitirei que assim o faça. 

O plano ocorreu como esperado até que meu pai simplesmente se aposentou e deixou que meu irmão mais velho assumisse o cargo na empresa da família. Por conta disso, eu acabei vivendo num lugar escuro e cheio de poeira, mas no fim, por mim isso era ok. Tudo me fazia feliz depois de ter saído daquela casa. Eu tinha esquecido meu passado obscuro no fundamental e no ensino médio e fiz vários amigos. 

E foi graças aos meus amigos que eu acabei ouvindo falar sobre esse jogo. 

- Lady's Love-love Project**? O que raios? Nossa, isso soa tão infantil! - Eu disse para uma colega. Ao que tudo indicava, esse jogo era extremamente popular, mas todas as ilustrações e o título me constrangiam só de pensar no que esse jogo poderia ser sobre.

A morte é o único fim para a vilãOnde histórias criam vida. Descubra agora