⭐Capítulo 3⭐

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O homem de cabelo rosa gritou de dentro do quarto e não demorou muito para que o mordomo aparecesse junto de outros criados.

- Jovem mestre, o que houve?!? - O mordomo falou parecendo chocado.

- Leve esta vagabunda daqui e prenda ela em uma cela. 

- M-Mestre, me perdoe!! Por favor!! M-Mestre!! - A criada que, desde manhã cedo, estava perturbando meu juízo agora era sendo arrastada para fora do quarto. 

Eu não podia fazer nada naquela situação e ainda estava ocupada lidando com meu próprio corpo. Sem forças, me inclinei na cadeira com uma mão cobrindo minha boca quando senti a mão dele me tocar. Foi um toque gentil em meus ombros, ele me acariciou e falou comigo.

- Ei, você tá bem? - Não respondi. Isso o motivou a continuar - Por que você continuou sentada aqui comendo todas essas coisas? Você deveria ter gritado e virado a mesa, feito algum escândalo como você costuma fazer, otária. 

Bom. Ou ele estava tentando comprar briga comigo ou estava tentando me consolar, mas se eu não tivesse comido eu estaria morta por ter sido esfaqueada com um garfo por sua culpa. Eu me irritei naquele momento, queria tanto retrucar, mas sem ter frases pra escolher, não pude fazer um som sequer. 

Tinha acabado né? Eu consegui superar essa situação com a criada graças a ajuda de uma pessoa inesperada, mas... não havia um pingo de gratidão em mim. Afinal de contas, a criada era a única que fazia esses abusos com a vilã? Não. A criada particular era apenas mais uma dentre o resto, provavelmente todos os empregados pensavam da mesma forma e abusavam de Penélope e esse cara provavelmente ignorou tudo isso como se nada tivesse acontecido mesmo vendo a vida miserável que essa vilã levava, visto que esse tratamento era a coisa mais básica pra vilões.

Não fazia muito tempo desde que eu tinha acordado, mas já estava me sentindo exausta.

- Ei, você está horrível. Quer que eu chame um médico? - O homem de cabelo rosa pareceu incomodado pelo simples fato de que eu não respondia sua pergunta, apesar de que tive certeza que aquelas palavras foram ditas da boca pra fora. 

O simples fato de ver ele abaixado, examinando meu rosto e me acariciando de forma tão gentil com as mãos dele parecia até que havia real preocupação. Foi então que uma caixa branca apareceu na minha frente.

[1- Não é da sua conta]

[2- Quem é você pra se importar? Sai do meu quarto!]

[3- Não seja gentil comigo. É nojento.]

Era horrível como eu tinha que fazer uma escolha contra a minha vontade nesse tipo de situação só pra que eu sobrevivesse. Tive que escolher a menos ofensiva dessas três escolhas doidas que o produtor tinha preparado.

- Não é da sua conta... - A opção combinava com o sentimento que eu tinha naquele momento, então quis falar aquilo com todas as minhas forças. No entanto, eu estava tentando não vomitar e fazendo tanto esforço pra isso que minha voz veio fraca.

- Você... - Ele franziu a testa e pareceu entender minhas palavras, mas só por um momento. Ao olhar pra ele novamente, seu rosto estava frio e sem emoção como sempre, ao ponto que me dava calafrios. - Tem razão. Não é da minha conta o que você faz, mesmo que esteja comendo qualquer lixo que os outros te ofereçam e que fique doente como um mendigo. 

- Nenhum doutor que trabalhe na mansão Eckart iria querer perder tempo com você. - Rennald que antes estava agachado me examinando, começou a falar aquelas palavras duras que ninguém gostaria de ouvir, mas acima de seus cabelos rosados, algumas letras cintilaram.

A morte é o único fim para a vilãOnde histórias criam vida. Descubra agora