CAP 29

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Foi uma longa viagem de carro até Luisiana. Eles passaram por um pequeno hotel barato, apenas para tomar banho e comer um bolo delicioso que vendia ali perto. Agora estavam no carro que alugaram, ouvindo a playlist de Noah, que Any tivera que admitir: odiava. Ela lembrou como era maravilhosa as músicas que ele fazia, porém seu gosto musical não era como o dela.
- Você vai amar lá, muita gente, muita festa e está em alta temporada - disse ele, animado. Sorrindo em direção ao destino, estavam perto da entrada de Luisiana, três da madrugada.
- É, tenho certeza - disse ela, sentia um pouco de calafrio quando lembrava daquela história toda com a Sina, a ex namorada dele. - Disseram que é a cidade brasileira, então...
- Ah, não sei o que quer dizer com isso, mas... ok.
Ela colocou o cinto e virou o rosto para dormir, estavam em uma rodovia, mais duas horas até chegar lá. Ele parou no meio do caminho para abastecer.
- Obrigado - disse o frentista do posto
- Eu que agradeço. Ah, perdão você sabe me dizer se Luisiana fica muito longe daqui?
- Rapaz, se você quer chegar lá tem um caminho que é bem mais rápido que você pega caminho por aquela ponte, ali emcima - disse o rapaz, apontando para uma enorme ponte que atravessava um rio bem longe da vista deles, estava passando muitos carros. - Por ali corta o caminho, se for direto, vai demorar mais tempo.
- Tudo bem, obrigado de novo
- De nada.
Ele então demorou muito para enxergar a ponte, mas 10 minutos depois a encontrara. Estava ansioso por ver aquela cidade maravilhosa de novo. Sentia falta de uma boa festa. Any acordara quando eles estavam atravessando a ponte de carro.
- Bom dia dorminhoca
- Bom dia - responder ela bocejando e esfregando o olho. Ela olhou para o lado e perto dos pés dele, duas latas de energéticos vazias e mais uma cheia.
- Dirigiu a noite toda? - perguntou ela
- Mas é claro. Por sorte achei um caminho mais rápido, estamos chegando amor.
Ela limpou o olho, sorriu e comeu um frigels.
Não demorou muito para chegar em uma rodovia e depois em uma trilha de trem na beira da estrada, com duas linhas. Eles deixaram o carro na mesma concessionara onde alugaram o carro, só que em Luisiana, com a placa dele, RG do Noah e confirmaram a devolução do carro com a loja e dez minutos depois fizeram e confirmaram o restante do pagamento. Foram para a estação ferroviária, já estavam exausto mas por sorte, não era muito longe dali.   Mesmo assim estavam exaustos.; Noah principalmente. Carregavam cada um duas malas. O efeito dos energéticos havia passado e agora ele quem dormia no ombro dela no trem à caminho de New Orleans. Ela lendo seu livro a garota que roubava livros, muito concentrada.

- Wake up baby - chamou Any - o moço disse que a próxima estação é a nossa.
- Oh, yeah - ele despertou depressa. Ela deu um beijinho na bochecha dele e ele sorriu, olhando para ela todo apaixonado. Desceram do trem aos empurros, sendo jogados por outros passageiros. Desceram da plataforma e Any já ouvia barulho de festa ao longe, bem baixinho.
- Chegamos - disse ele - só precisamos andar mais um pouco.
- Ai, estou cansada.
- Anda, não seja preguiçosa - disse ele, indo na frente dela. Ela não pôde fazer outra coisa a não ser segui-lo. Já vira de longe as casas, barulho de trombone e pessoas gritando.
- Meu Deus, parece carnaval no Brasil
- Eu te disse - disse Noah, rindo, meio convencido.
Era tudo muito lindo, as pessoas lindas e também muito animadas, ao som de Jazz. Any passou por todos sorrindo.
- Oh, olha só quem está aqui - disse um senhor gorducho de mais ou menos um metro e sessenta de altura, com um tambor amarrado ao corpo, segurando dois taquinhos, parou de bater quando viu o Noah no meio daquela multidão de gente. Ao som de Uptown Funk, tocada por trambones e quem cantava era a própria multidão. As casas pareciam ter sido combinadas para serem feitas daquelas formas, pois todas eram de dois andares e sempre com uma cor escura. Eram simples mas bem bonitas. Se os Estados Unidos é uma escola, provavelmente Nova Orleans é a turma do fundo que sempre faz festa. Noah segurou a mão de Any e foi até o senhorzinho cumprimentá-lo com um abraço e um beijo na bochecha.
- Oi senhor Felton - disse Noah, tentando falar mais alto que a multidão
- Ai que bom ver você por aqui meu garoto... - ele grudou os olhos em Any - quem é essa moça bonita que está ao seu lado?
- Ah, bem... essa é...
- Noah? - perguntou uma garota baixinha com cabelo preto e mechas roxas, tentando reconhecê-lo, se aproximando - É você mesmo?
- Oi - disse ele, sorrindo
Ela o abraçou e acenou de leve para a Any depois.
- O que está fazendo aqui? - perguntou o Sr. Felton
- Bom, eu... vim passear um pouco... com a minha namorada - disse ele, agarrando o ombro de Any, que sorriu simpática para a garota que ela ainda não sabia o nome e para o Sr. Felton.
- Seja bem vinda - disse a garota - prazer, Lia
- Oi, prazer Any.
- Bom, venham comigo - disse Felton e Noany o acompanhou entre a multidão, ele levou as duas malas dela e Lia continuou onde estava. Eles chegaram em frente ao que parecia ser uma pensão, uma porta pequeninha e uma escada apertada.
- Nossa, aqui não mudou nada - comentou Noah
- Sua tia Lorenza vai ficar muito feliz em vê-lo - disse Felton, animado.
Any achou aquela situação toda muito estranha, olhou desconfiada para Noah, que piscou um olho para ela. Eles subiram 20 degrauzinhos e Any ficou impressionada, como uma portinha daquela podia dar para uma casa tão bonita e arrumada. Feita de madeira, mas uma madeira que parecia ser importada, muito bonita.
- Nossa - disse ela, sem conseguir conter que estava perplexa. Parecia aquelas cabanas de floresta de filme de terror, que é muito bonita para atrair as crianças e a bruxa fazer sopão deles. Eles estavam na sala, com uma linda cortina preta, tapando a janela, um sofá sem capa, de cor nude com uma teve de frente, um lustre pindurado no teto no meio da sala, muito rico em detalhes e cheio de velas. Uns quadros lindos, e um fake da Monalisa pendurado entre duas janelas que eram as únicas que estavam abertas. Um piano no canto direito, perto de uma porta. O Senhor Felton foi até lá e bateu de leve. De lá, saiu uma moça com um jaleco branco.
- Ela pode receber visitas agora, não pode?
- Claro que posso - disse uma voz rouca, de velha, que vinha de dentro daquele cômodo.
- É a tia Lorenza, tem um sério problema com álcool desde que o marido a largou, sofreu um acidente e agora precisa de acompanhamento da fisioterapeuta para se recuperar aos poucos.
- Ah, querida, Noah está aqui
A Dra saiu pelas escadas.
- Noah? - a voz dela soava de surpresa e felicidade - mande entrar, anda!
E ele entrou, Any apenas se aproximou da porta, juntando-se ao tio Felton.
- Oi titia, tudo bem?
- Tudo, ai meu Deus, quanto tempo - ela segurou o rosto dele - você está lindo, com certeza é o sobrinho mais bonito dessa família toda.
Ele riu do comentário. Ela estava deitada numa enorme cama, naquele quarto, parecia uma verdadeira rainha no seu trono e Noah era o príncipe que estava sendo mimado. Ele se sentou perto dela.
- E aí, como está meu garotinho?
- Estou bem, muito bem.
- Ele sempre fora carinhoso com ela - sussurrou Felton para Any - E você? Perdão perguntar mas... como é sua vida?
- Eu? Ah bom... eu... trabalho no Tribunal
- Jura? como?
- Cuido de causas do dia a dia, sabe?
- Ah sim... Uau, Noah é tão sortudo!
Ela ficou olhando ele e a sua tia conversando baixinho. E a pergunta que não saía da sua cabeça era: Quanto tempo eles não se falavam? Eles souberam do acidente do Noah? Nunca me falou deles e nem mencionara uma tia em Luisiana.
- Sua mãe é uma vadia mas eu amo vocês, sinto falta da minha Melissa também - falou a velinha, com a voz muito rouca e Any pensou que talvez ela tivesse alguma briga mal resolvida com a irmã. Ela pensou em perguntar ao Felton, mas seria muita indelicadeza... perguntaria ao namorado mais tarde.
- Quero que conheça uma pessoa - disse ele, se levantando e levando Any até a Lorenza pela mão.
- Tia Lorenza, Any, minha namorada e Any, essa é a minha tia Lorenza.
-Oi, prazer - disse Any apertando a mão dela e sorrindo
- Prazer minha querida, você é muito linda
- Ah, obrigada. - disse Any, meio tímida. Noah sorriu orgulhoso das duas. Lorenza de repente olhou para o Noah.
- Oh, meu Deus... Lia deve estar chorando no quarto agora.
Noah desmanchou o sorriso que tinha em seu rosto e agora parecia meio desconfortável com aquela frase. Any também desmanchou o sorriso e olhou para ele.
- O que foi? Não sabia? - perguntou Lorenza - Lia era apaixonadinha pelo meu Noah
- O quê? Sério? - perguntou Any
- É sim. Bom, dizem que primo não é família... ela e Noah foram pegos uma vez dando uns amassos no quarto dela, a primeira vez que ele veio para No...
- Tia Enza, por favor... - disse Noah, implorando para ela parar.
Any ficou meio desconfortável.
- Oh minha querida, se você soubesse o quanto nossa família tem a vida amorosa amaldiçoada.
Any arqueou as sobrancelhas.
- Tudo bem, ah... - interrompeu-a o Felton, entrando no quarto - Porquê não vão tomar banho enquanto eu cuido dela? Sério, podem deixar as malas no quarto de hóspedes, Noah, você lembra onde é, não é? Leve-a para lá. Quando for hora do jantar nós os chamamos. Vocês precisam de privacidade agora, porque são um CASAL. - disse ele, dando ênfase na última palavra, como um recado para Lorenza.

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