CAPÍTULO IV - SÁBIO PELO PEIXE

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A noite chega com os gritos de caos no silêncio da cela, pensamentos que viraram turbilhões e um Psiu que chamaria sua atenção de imediato, Fionn não via ninguém, mas ouvia, uma voz rouca, de alguém com certa idade, a cela e muito escura para ver outra pessoa, a única luz presente é a resta da lua que entra pelas brechas e através dela se passava um vulto, rápido demais para ganhar forma, mas que havia ganhado sua atenção.

- Grande Fionn, o guerreiro branco, esse não é um final muito justo diante suas ações, embora mereça isso por algumas delas – fala com seriedade, mas com leve tom zombeteiro.

- Quem é? O que quer de mim? Outra pessoa querendo vingança ou apenas se satisfazendo com meu destino?

- Destino? Não, esse não é seu destino meu jovem, você é um homem que tem muito a aprender certamente, mas tem propriedades singulares, que me fazem ver que você é um dos poucos homens que tem muito o que aprender.

- Você diz muitas palavras sem sentido, certamente por ser um homem sem noção alguma, julgo isso por vim depositar confiança a um prisioneiro que tem sua família inteira adubando as plantas debaixo do chão e com hora marcada para ir encontrá-la.

- Não seja tolo homem, você tem mais a dar a esse mundo do que o próprio rei dessa região e quem sabe das outras, mas não vou perder meu tempo conversando com você aqui, esse lugar é repugnante e nenhum pouco convidativo, creio que o mais correto e de bom agrado é você se levantar e me acompanhar, tudo bem?

Antes de questionar ao homem sobre as correntes Fionn já não sentia mais o peso do aço nos punhos, muito menos poderia se sentir preso já que a cela estava aberta, saindo devagar, mas avistando o vulto do homem, Fionn foi seguindo-o a passos lentos até vê-lo sob a luz de uma tocha que apresentava um homem de aparência adulta por uns 50 anos, cabelos grisalhos e vestes de couro amarronzadas por cima de uma túnica branca, ao reconhecê-lo enfim caminhou depressa até acompanhar o homem.

Apresentando informalmente como um Druida chamado Finneces, o homem falava enquanto olhava os quatro cantos de cada metro que andava, questionado para onde iam, ele apenas falava que ir para a casa é o melhor a se fazer em uma noite fria.

Ao soar gritos de dez soldados ou mais ao fundo do corredor, o homem emana um campo vibracional de sua mão direita que atinge os soldados derrubando-os e com a mão direita apontada a parede ele fecha os olhos durante um segundo e empurra Fionn para a parede que desviando o rosto do machucado ele acaba por atravessa-la caindo nas gramas verdes da floresta e logo em seguida o homem para de pé ao seu lado.

Ao se recompor, Fionn se levanta entre grandes árvores de tronco largo, tão grandes que os galhos e as folhas pareciam tocar o céu ao mesmo tempo que o cobria. Finneces então chama-o entra em sua árvore, que era enorme por sinal, ao atravessar o tronco, parecia ter entrado em uma grande biblioteca com quartos, e antes de perguntar ele revela que tudo aquilo era material de estudo, de uma era, para que os Druidas correspondessem a magia e que a magia fizesse parte deles.

- Era você quem me vigiava na floresta, certo? A alguns dias atrás, eu estava no lago e via um vulto do outro lado entre as árvores me observando.

- Talvez! – Ele rir – Pode ter sido eu, ou um camponês perdido, um Deus talvez, quem sabe o próprio Cernunnos (Kernunos).

- Você sempre brinca com tudo que está a sua volta? – fala intrigado

- Você sempre tem sangue de entes queridos nas mãos? – deixando Fionn com cara de surpreso – Eu não fui atrás de você na masmorra de Cormac para rir da sua cara jovem, devemos ser responsáveis, eu sei quem é você, Bodhma me falava de você, um homem viril, belo, que aprendeu a arte da luta com uma das melhores guerreiras de toda Meath, que acabou sendo morta pelas próprias mãos dele, na covardia de um abraço.

FIONN - O Resgate da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora