Sorte Recortada

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Cecilia subiu o corpo fitando os olhos maldosos de Luana. No fundo ela sabia que a garota tinha dito aquilo pra a afetar, mas não se deixaria vencer.

Segurou as pernas da mais nova e a carregou até o balção da pia, fazendo a sentar ali e ficar mais alta. Até parecia cena de filme, mas toda aquela provocação deixou Cecilia ainda mais irada e com mais vontade de fazer a paulista gemer seu nome bem alto.

Sem nenhuma palavra a mais velha levou as mãos até o centro de Luana, fazendo a menina arfar e fechar os olhos com força. Nenhuma das duas sabia o que exatamente estava acontecendo, estavam se deixando levar pelo tesão e pela bebida no corpo.

Os dedos agéis de Ceci trabalhavam na intimidade de Luana mas os olhos da mineira só desviavam do rosto da paulista pra ver o movimento dos seus dedos entrando e saindo. Entrando e saindo.

As expressões da mais nova eram tudo que Cecilia gostaria de ver todos os dias. Os lábios comprimidos que soltavam lufadas de ar vez ou outra, os olhos cerrados que só abriam de vez em quando, a cabeça levantada deixando espaço o suficiente para que Cecilia distribuísse alguns beijos. Tudo naquela mulher era perfeito aos olhos de Cecilia.

-Você gosta assim? - Cecilia questionou quando a mais nova reagiu com um gemido alto à suas duas mãos trabalhando ali embaixo.

A paulista não disse nada, apenas assentiu levemente investindo nas reboladas contra os dedos de Cecilia.

-Ceci... - Arfou. - Mais forte...

A mineira sorriu antes de grudar seus lábios nos de Luana e aumentar o ritmo das estocadas. Queria muito sentir o liquido da mais nova em seus dedos enquanto beijava ela, afinal, ninguém sabe o que vai acontecer depois disso.

Antes que o beijo concluísse Luana gemeu alto e Cecilia sentiu os dedos úmidos. Missão cumprida.

-Você é muito linda, Luana.

A mais velha elogiou tirando os dedos de dentro da mais nova e levando a boca. Luana sorriu safada observando os movimentos lentos da outra menina. Porque ela fazendo esses movimentos era tão excitante? Ela se questionava.

Sem responder nada a mais nova puxou Cecilia pra mais um beijo cheio de mãos bobas. As mãos de Luana brincavam com os cabelos de Cecilia, e as mãos de Cecilia viajavam da cintura até a bunda da paulista. Dava leve apertadas ali fazendo Luana rir no meio do beijo; a perdição de Cecilia.

-Você devia vir comigo pra casa...

Cecilia não se cansaria nunca de tentar convencer Luana a arriscar no relacionamento delas duas. Queria que a menina se deixasse levar e percebesse que as coisas não precisam ser tão difíceis.

Obviamente que tudo é difícil, ainda mais num mundo meio preconceituoso como esse, mas se elas quisessem elas fariam acontecer. Cecilia não se importaria de forma alguma de enfrentar tudo ao lado da menina, ou também segurar as pontas se ela não quisesse se abrir.

As coisas eram naturalmente difíceis, mas isso não deveria ser motivo pra deixar a felicidade de lado. Jamais.

-Lá vem você com as suas propostas...

-Eu tenho vinho. - Beijou o pescoço de Luana. - Comida. - Outro beijo. - Um aquecedor. - Beijou o queixo. - Uma cama bem confortável.

-Hum...

-E muito carinho pra dar.

E foi ali que Luana se ligou novamente ao mundo. O carinho que ela devia receber não tinha que vir de Cecilia, tinha que vir de Arthur.

Arthur.

Arthur é seu namorado. Porque ela esta semi nua no banheiro de um bar com Cecilia

Cecilia.

SORTE    |||   Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora