Batalha.

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Quando a abro, vejo um garoto em pé no meio da sala, apenas de calças. Seu corpo era bem definido, em suas mãos carregava duas katanas, e usava uma cabeça de javali. O garoto se virou para mim, e logo levantou suas katanas, em posição de ataque. Fiquei olhando para ele assustada e confusa.

- Mas que porr... – Antes de eu terminar minha frase, o garoto correu para cima de mim, me atacando.

Defendi com minha katana, e ele ficou lá pressionando sua katana na minha.

- Ei! Você também é um Exterminador, não é!? É contra as regras um Exterminador atacar o outro! Eu não sou um Oni! – Falei já um pouco estressada.

Ele desvia a katana para o lado e sai correndo pela porta, esbarrando brutalmente em meu braço.

- Quem era aquele cara...? – Me viro, e saio da sala, porém o cheiro de Oni era, forte e estava muito perto, logo, comecei a suar frio.

- Não! Não posso ficar com medo assim! Sou Exterminadora há dois anos! Não posso ter essa sensação toda vez que me deparo a um Oni próximo! – Falei a mim mesmo, me repreendendo.

O corredor em que eu estava termina em dois corredores, um à esquerda, e outro à direita. Me aproximo de seu fim, o cheiro do Oni aumentava cada vez mais à esquerda, o Oni estava ao corredor da esquerda, eu tinha certeza. O Oni tinha percebido minha presença primeiro, não foi nem preciso eu chegar ao fim do corredor, pois ele já estava lá, na minha frente, me olhando com um olhar ameaçador, com sede do meu sangue.

O Oni, não era muito grande, era do meu tamanho, um pouquinho mais, era outra garota, dessa vez de curtos cabelos brancos, igualmente a sua pele. Em vez de suas unhas, possuía longas e afiadas agulhas. Usava um haori azul, com uma faixa preta.

- Que adorável garotinha! Vai ficar muito linda se contorcendo de dor, enquanto minhas agulhas a perfuram! - A Oni riu.

- Você me dá nojo! – Com minha katana em punhos, esperando o ataque do Oni.

Ela levanta a mão em minha direção, ao mesmo tempo, inúmeras agulhas voam para mim. Defendo, mexendo a katana rapidamente em círculos. Vou para cima do Oni, porém, mais agulhas vão a minha direção, eu estava em posição de defesa, porém as agulhas voaram por cima de mim, ela errou a mira? Alguns segundos depois, descubro o porquê. Quando as agulhas já estavam quase trinta centímetros perto de mim, consegui sentir a presença delas voltando diretamente às minhas costas. A Oni conseguiu esconder perfeitamente a presença das agulhas. Rapidamente me virei, tentando me desviar de algumas, porém acabei sendo perfuradas, outras eu defendi com minha katana. Ao se sentir perfurada pelas inúmeras agulhas, acabei cuspindo sangue. O-O que tinha naquelas agulhas??

- Hahaha! Veneno! Veneno! Essas agulhas estão cheias de veneno, sua merda! Você morre em dez minutos! – A Oni ria igual a uma louca.

Comecei a me sentir fraca, mas eu não ia ser derrotada ali, naquele momento, eu não ia morrer por um Oni. Comecei a usar minha Respiração para desacelerar o veneno, assim eu teria mais tempo para lutar. Acabei cuspindo mais sangue ao forçar a me levantar, mas levantei mesmo assim, meu corpo estava um pouco dormente. Com a Respiração ativada, conseguia me mover, ainda sentindo meu corpo um pouco pesado. Tenho que usar minhas técnicas de Respiração contra esse Oni, se não vou acabar morrendo aqui.

Inspiro fundo, e expiro pela boca, saindo vapor quente da mesma, e emitindo um barulho igual a de uma chaleira.

- Respiração do Gavião ( Taka no Iki). Quinto Ataque: Chimei-Tekina Tsume! ( Garras mortais)

Levanto minha katana, saía fumaça preta da mesma, avancei no Oni e cortei seus braços fora, impedindo que soltasse agulhas. Sabia que em poucos segundos eles iam se regenerar de novo, então usei esse pouco tempo para tentar cortar sua cabeça. Avancei de novo para o Oni, com minha katana em punhos, em direção ao seu pescoço. Porém, quando já estava a poucos centímetros de distância dela, meu peito doeu forte, eu não consegui me mexer direito, então caí rolando do lado do Oni. Fiquei de joelhos, com a cabeça baixa, estava pressionando forte minhas mãos em meu peito, e minha katana estava de lado. Os braços da criatura já haviam se regenerado, ela já estava com suas mãos estendidas em minha direção, com mais agulhas com veneno pingando no chão. Eu seria morta, ali, por um Oni, depois de tantos anos se esforçando, já havia parado minha Respiração que desaceleraria o veneno em nem percebi. Meu sonho de se tornar pilar acabou naquele momento.

- Morra. – Consegui escutar o Oni falando em meio a um sorriso.

Fechei então os olhos, na esperança de morrer de um jeito rápido. Foi quando ouvi o som de uma lâmina, escutei o sangue sendo esguichado, e algo caindo no chão. Abri os olhos assustada, e vi, quem eu reconheceria de qualquer jeito, de cabeça baixa, ainda com a lâmina levantada, em posição de pós-ataque. Seus cabelos negros caindo pela testa, um pouco bagunçado, usando um haori de duas cores, uma vermelha e outra de formas cúbicas, me olhando com seus olhos azuis, sem nenhuma expressão, meu amigo de infância, treinou junto comigo e com Sabito... Tomioka Giyuu, o Pilar da Água.

- Não esperava te ver sendo derrotada por um Oni desse nível – O rapaz levanta sua cabeça, me encarando, de um jeito frio, o jeitinho dele.

- Giyuu... – Tento me levantar, mas caio, e cuspo mais sangue.

Ele se aproxima de mim.

- O Oni usou uma grande quantidade de veneno naquelas agulhas, se você usasse a técnica de Respiração, não ia desacelerar muito. Imagino que não consiga se levantar. – Ele se abaixa e aproxima seus braços de mim, insinuando que ia me pegar no colo. Paro ele.

- Você tem forças para andar? Acredito que não. Eu não posso te deixar aqui, você vai morrer, Karui. – Giyuu me olha. Desvio olhar.

- Tá... – Ele me pega no colo, e começa a correr pela grande mansão. Em menos de minutos, Giyuu acha uma janela, e pula dela, nos tirando de dentro casa. Ele me deixa sentada no chão, debaixo de uma árvore e fica agachado perto de mim, analisando meus ferimentos.

- Não sei se consigo cuidar de você... Não entendo dessas coisas.. – Ele pega meu braço, qual está cheio de cortes, e ainda tem algumas agulhas espetadas nele, Giyuu as tira, e joga fora.

- E a Shinobu? Por que ela não veio? Vocês não vão à missões juntos? – Eu o olho

- Ela foi para outra missão. E não, não vamos à missões juntos, apenas de vez em quando. – Ele começa a arrancar tiras de seu kimono, e amarrar em minhas feridas.

Gemi baixinho de dor, meus machucados estavam muito sensíveis, Giyuu percebe, e afrouxa um pouco os nós em meus curativos. Ele me olha:

- Consigo curar suas feridas com um remédio, em menos de quatro minutos estou de volta. Mesmo que não funcione muito, utilize a técnica de Respiração e desacelere o veneno. – E então em um piscar de olhos ele desaparece.

Eu assenti, porém não tinha mais forças para respirar muito bem, o veneno já tinha circulado muito. Mas forcei meus pulmões para continuar respirando. Enquanto praticava a técnica, senti um cheiro muito forte de Oni perto de mim, quando vi, era a caixa de Tanjiro, que estava ao meu lado, ele havia deixado a caixa aqui fora para proteger as crianças, porém elas entraram na casa junto com nós, deixando-a sozinha aqui fora. Estava debaixo de uma enorme árvore, onde os raios de sol estavam a metros de mim, então decidi abrir a caixa, me lembro perfeitamente de Tanjiro dizendo que o que tem dentro dessa caixa era algo mais importante que a própria vida. Quando a abri, uma linda garotinha de longos cabelos negros, possuía um haori e olhos da cor rosa, ela tinha uma pedaço de bambu preso a sua boca, como uma espécie de mordaça ou algo parecido. Me encantei com sua beleza, mas depois me toquei que Tanjiro carregava um Oni consigo.

- P-Por que um Exterminador de Onis, carrega um Oni?! – Fiquei olhando a menina Oni, sem dizer uma única palavra, ainda um pouco surpresa.

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Se você chegou até aqui é por que gosta das minhas histórias!!
Muito obrigada, mesmo!
Já vem o próximo capítulo! (∩˃o˂∩)♡

Kimetsu no Yaiba - Pássaro Negro [cancelada]Onde histórias criam vida. Descubra agora