Davina entra no meu quarto sem bater e começa a jogar algumas roupas para que eu me vista e pede que me aprece, pois hoje Ian quer me levar para passear. E então eu olho para o meu lado cama e não sei quando exatamente quando ele acordou, mas apenas me levanto e começo a fazer que ela pediu. E desta vez coloco um vestido verde musgo, com bordados em dourado e com uma gola quadrada. Faço eu mesma uma trança embutida no meu cabeço e amarro a ponta com uma fita verde, da cor do vestido.
Quis usar verde pois sei que é a cor do kilt de Ian e quero estar bonita para ele hoje. Aplico um pouco de óleo de lavanda atrás das orelhas e começo a cogitar a ideia de fazer um perfume, não conhecia muito sobre essências, mas talvez pudesse aprender fazendo algumas bagunças. E por fim saio até o salão principal, cumprimento algumas pessoas e me sento ao lado de Ian que parece feliz e me oferece uma uva na boca e eu aceito, rindo enquanto ele se aproveita e me dá um beijo estalado nos lábios.
Quando terminamos o desjejum, Ian me leva até o lado de fora e me ajuda a subir em seu cavalo, tarefa árdua com aquele vestido. Seguro a vontade de subir até o quarto e pegar uma de suas calças, mas me contenho e apenas sento desajeitada a sua frente e ele me envolve com seus braços, guiando o cavalo para além da colina. Acabo ficando um pouco enjoada com o trote do bichinho, mas depois me acostumo e admiro a paisagem. As terras altas eram incríveis e na companhia de Ian, tudo parecia ainda melhor.
E eu fico animada quando chegamos na cidade, porque há várias lojas e locais que anseio conhecer. Ian me ajuda a descer e me leva em um pequeno mercado, aonde há vendedores de todos tipos, desde comida há joias, artigos de decoração e muito mais. Ele se oferece para me comprar uns anéis, mas me recuso o que não sei se o chateia, mas ele já faz o suficiente por mim. Mas quando vejo a loja de um boticário, seguro um gritinho.
— Preciso ir naquele lugar.
E empolgada apenas saio em direção a loja deixando Ian para trás, mas sendo bem recebida por um senhor idoso que se apresenta como Alair. Explico a ele que busco por algumas essências para fazer um perfume para a pele e o homem rapidamente me mostra seu acervo. Escolho alguns aromas que me interessam e outros que acho que vão ficar bem em Ian, que acabou chegando na hora e paga o homem com uma cara de poucos amigos.
Fico tensa porque ele está caminhando do meu lado, mas não me dá o braço. Apenas olha para frente, sério. E eu não sei exatamente o que posso ter feito de errado. E então ele resolve parar em uma espécie de taberna, eu o acompanho e sento ao seu lado. Ele pede duas cervejas para nós dois e também algumas carnes e queijos, como em silêncio me sentindo nervosa com aquela situação.
— Ian... o que eu fiz? — minha voz soa desesperada, mas Ian não me responde apenas continua comendo. — Por deus homem, me fale o que houve ou vou enlouquecer.
Mas ele se mantém calado e termina sua refeição, o sigo para fora e ele anda na minha frente sem nem mesmo me esperar. Fico nervosa e entendo o motivo de sua raiva, me desvencilhei dele para ir ao boticário e isso provavelmente o estressou, mas não havia feito com uma intenção ruim. Então apenas aceito sua cara emburrada e o sigo em silêncio, mas paro quando um homem cai na rua e a bandeja que ele segura com alguns doces vão ao chão.
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Uma Noiva Para O Escocês
RomanceJanice Taylor divide seu tempo em trabalhar no museu de história natural como faxineira noturna e estudar história na faculdade comunitária de Edimburgo. Morando nos fundos do museu, ela sabe que precisa mudar de vida, mas também não imagina quando...