Melissa [Pov]
Vocês já pararam pra pensar qual o sentido da vida? Bom, eu já! Penso nisso todos os dias em que consigo sobreviver a mais um dia, que sendo sincera é um alívio para os meus pais, entretando uma tortura para mim.
Meu nome é Melissa Parke, tenho 17 anos e sou portadora de leucemia linfóide aguda(LLA), minha vida inteira sempre foi em hospitais fazendo tratamento passando por algumas cirurgias, bebendo inúmeros medicamentos por dia e vivendo a vida apenas como se fosse um robô programado, mas eu não entendo o sentido de fazer tratamentos para sobreviver sendo que não posso viver, eu mal saiu deste hospital consigo contar em meus dedos quantas vezes já dormi na minha cama.- Melissa? Melissa, filha estou falando com você.
Tiro meus fones de ouvido, fecho meu diário e olho para minha mãe que estava sentada na poltrona ao lado da minha maca.
- Oi mãe, desculpa estava com fones.
- Tudo bem, mamãe vai em casa para tomar um banho se importa de ficar algumas horinhas sozinha?
- Não senhora Melinda, por que não fica em casa e descansa um pouco também?
- Porque eu amo fazer companhia para você minha menina. ~ela toca a ponta do meu nariz com o dedo e eu franzo a testa e sorriu~
- Ok, vai lá mãe e tenta pelo menos descansar um pouco, não me importo de ficar sozinha.
- Ok, filha vou pensar mais tarde te ligo.
- Tá bom mãe, te amo.
- Te amo minha filha.
Minha mãe sempre foi extremamente amorosa e sempre preocupada comigo, se eu suporto tudo isso sem dúvidas é por causa dela o peso de ser a sua única filha faz eu suportar toda essa infelicidade que sinto em viver, suporto toda essa dor e o estrago que essa doença trouxe para minha vida porque sei que seria pior a dor dela se me perdesse, pois então prefiro carregar o cargo e vê-la sorrir por eu ainda estar aqui e vibrar quando um tratamento idiota da certo.
Estava entretida nós livros estudando filósofia, quando noto a movimentação que estava acontecendo no quarto da frente, parece que eu iria ter um novo vizinho no 310 ou dizendo melhor, outro condenado pela vida. Volto a ler meus livros quando vejo a enfermeira Keilly e o Brian entrando com uma maca no quarto e uma senhora entra atrás deles em seguida, fico observando a cena e depois de alguns segundos Keilly saí do quarto e olha pra mim e sorri, retribuo o sorriso e ela vem até a mim.
- Tudo certo por aqui Mel?
- Sim, Keillyzinha.
- Precisa de algo?
- Não, Keilly me diz uma coisa?
- Diga.
- Paciente novo no 310?
- Dylan Scott, 28 anos caso de LMA.
- Hmm, obrigado Keillyzinha.
- Certeza que não precisa de nada?
- Sim.
Keilly sai me deixando ali sozinha ainda olhando para o quarto da frente que estava com a porta aberta, a senhora que entrou no quarto atrás da Keilly e do Brian aparece na porta e olha pra mim e da um mero sorriso franco e eu retribuo e volto a atenção prós meus livros.
O dia tinha passado rápido e eu fiquei lendo praticamente o dia inteiro, a noite aqui na Califórnia estava fria me ajeito na cama e depois de ter passado praticamente o dia inteiro na cama toco meus pés no chão frio, coloco minha pantufa quente e pego o meu cateter de O2 e o coloco no nariz e vou ao banheiro fazer minhas necessidades, assim que me olho no espelho respiro fundo vendo a minha imagem refletida ali, saiu do banheiro e vejo que a senhora que ainda estava de acompanhante no 310 me parecia estar procurando por enfermeiras no corredor, paro na porta do meu quarto.- Oi, está tudo bem? A senhora precisa de ajuda?
- Oi querida, as enfermeiras não ficam por aqui? Está na hora da medicação do meu filho.
- É que já são 18 horas, devem estar na troca de turno, os medicamentos estão aí?
- Sim, estão aqui no carrinho.
- Quer que eu ajude?
Ela me olha meio duvidosa e cruzo meus braços me fazendo carinho por conta do frio.
- Tudo bem, faço isso a anos.
Dou um sorriso de canto tentando passar confiança a ela, e ela acaba cedendo saiu do meu quarto indo até o quarto 310 e me deparo com um rapaz muito bonito aparentemente.
- Oi.
Ele me olha sério e acaba virando o rosto olhando para a janela do quarto.
- Dylan, que falta de educação comprimenta a menina.
Ele me olha novamente com um olhar carregado de tristeza e raiva e me responde todo seco.
- Oi.
- Não ligue para ele querida, como se chama?
- Me chamo Melissa. ~pego a ficha dele que estava junto aos remédios no carrinho de medição e vejo que ele ainda estava passando por uma nova tentativa de tratamento, pego o medicamento das 18horas e levo até o rapaz que me observava com uma cara carrancuda, entrego o medicamento a ele com um copo de água e ele pega e bebe o remédio.~
- Lindo o nome, me chamo Soraia e esse é meu filho Dylan, obrigado por ajudar com a medicação.
- Imagina.
Depois que o tal do Dylan bebe o medicamento ele me entrega o copo e eu o coloco em cima do carrinho novamente.
- O que você tem?
Olho para o rapaz que pela primeira vez se dirige a mim para conversar.
- Dylan isso é pergunta que se faça, meu Deus me perdoe querida.
- Imagina rs, tenho LLA.
-Hm, você está seca.
- Dylaaan ~a dona Soraia o repreende novamente e eu solto um pequeno sorriso~
- Você também!
Pela primeira vez o vejo da um sorriso e ficamos nos olhando por alguns segundos até ser enterrompida pela enfermeira do turno da noite.
- Mel sua mãe esta aqui.
- Ah, oi eu só vim ajudar a dona Soraia e o Dylan com a medicação estava na troca de turnos.
- Ok Mel, sua mãe esta no quarto te esperando.
- Já vou.
- Bom, obrigada pela ajuda querida.
- Imagina, tchau Dylan.
- Tchau.
O que acharam desse nosso primeiro capítulo?
Eu acho que já bateu clima em.
Em breve teremos mais.
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Quarto 310
FanfictionEu sempre convivi com a leucemia desde quando nasci, mas eu só fui entender realmente a dor que ela causa quando eu o vi praticamente morrer diante dos meus olhos, meu Dylan. . . . . . . Boa Leitura!