Luz no fim do túnel

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Novamente meu pai me mandou para cá, RoseStock já se tornou uma espécie de casa para mim, e mesmo que eu não tivesse muitos amigos aqui – na verdade, nenhum –, era melhor do que ficar em casa. Lá, era somente meu pai e eu, minha mãe morrera no meu nascimento, já meu progenitor, ficava enfurnado na empresa o tempo inteiro. No fim, era só eu e eu, com essa realidade, um colégio interno nem era tão ruim assim.

Agora eu estava finalmente no 1º ano do Ensino Médio, não precisava mais ficar em um dormitório que era dividido com 3 garotos que me odiavam, agora eu tinha somente um colega de quarto, que por acaso acabara de chegar no campus... e só sabia reclamar.

Ele era diferente, para não dizer estranho. Usava roupas mais... descoladas, talvez? Não sei. Ele andava de um lado ao outro do dormitório  xingando a escola de umas coisas que eu nunca havia escutado.

-Está tudo bem com você? –Decidi perguntar depois de um tempo, quando ele parecia um pouco mais calmo.

-Não, não está vendo que estou preso em uma escola mais arcaica do que as da época dos homens das cavernas? -Fungou, finalmente sentando-se na sua cama, que era ao meu lado. –Meu nome é Kim Taehyung, mas se você for legal, pode me chamar de Tae.

No fundo, Taehyung era legal, de longe o melhor colega de quarto que eu tive, o que não era muito difícil, em vista que um já enfiou a minha cara na privada - e não, não era algo que só acontecia em filmes, por mais que Kim diga que minha vida pareça um clichê ruim -. Pelo jeito a mãe do meu colega era meio solta no mundo, como meu pai costumava dizer, e quem tinha sua guarda eram seus tios, que ele rotulava de "quadrados e retrógrados", na verdade, em todos esses anos, eu nunca tinha conhecido uma pessoa igual ao Kim. Todo mundo aqui era extremamente "educado", adoravam a escola e seu modo conservador, nunca tinha escutado uma crítica à isso, mas por outro lado, Taehyung foi a primeira pessoa que foi legal comigo, mesmo estando com raiva e eu sendo um pouco tímido, então eu apenas ignorei nossas diferenças. Acho que finalmente consegui um amigo.

...

Era final de semana e a chuva pingava na janela de maneira deprimida. Hoje estávamos livres das aulas, mas eu estava demasiadamente entediado, até eu lembrar de uma coisa: hoje tinha a abertura do time de basquete da temporada.

-Taehyung! Vamos na abertura do time de basquete? –Perguntei animado tentando tirar ele de seu joguinho.

-Ah não. Eu não aguento mais você falar desse time de basquete. –Ele resmungou. –E primeiro não tem uma audição para novos jogadores?

-Sim, é semana que vem. Mas é que os jogadores antigos vão estar lá para se apresentar e coisas do tipo... O capitão desse ano vai ser...

-Sim, o tal Park Jimin, eu sei. Eu sei tudo sobre Park Jimin, porque você contou. – Me provocou  -Ele é o primeiro a se tornar capitão estando no 2º ano, tem 18 anos e joga como ninguém, e é claro, ele é perfeito. –Tentou imitar minha voz -É, é o que você fala.

Taehyung e eu nos aproximamos com facilidade, mesmo sendo tímido, consegui me soltar facilmente com ele, porque ele colaborava, ele falava de coisas estranhas que eu não entendia e eu falava sobre basquete, acho que era justo. Eu me sentia confortável sendo eu mesmo com ele.

-Não seja chato, eu não falo assim. -Fiz um biquinho. -Mesmo eu não estando no ensino médio ano passado e não podendo ver ele tão de perto, sempre que eu podia vê-lo jogar, isso salvava minha semana. Você tem que ver ele jogando, com certeza viraria fã também! –Eu disse, tentando convencê-lo.

-Tudo bem, vai. -Suspirou. -Vamos nesse jogo aí. –Murmurou o mais velho levantando de sua cama e eu comemorei.



Eu fiquei imensamente alegre por ir na apresentação e principalmente por ter companhia, só faltava pular de alegria na arquibancada. Desde pequeno eu amava basquete e sonhava um dia poder ser como eles, não precisava jogar na NBA, bastava ser como eles.

Escola Anti-gays (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora