Capítulo 7

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Na manhã seguinte, levantei cedo pois tinha inúmeros afazeres no salão... Tomei um banho quente e desci para tomar café, ao chegar à cozinha Laura e Joaquim já estavam preparando o café.

- Bom dia! Tivemos formiga na cama foi? Perguntei.

- Não consegui dormir muito bem essa noite, recebi a visita de Cristal, mesmo estando com a porta do quarto trancada. Disse Joaquim.

- Não acredito que esteja com medo!Onde está sua fé Joaquim?? Nós também fomos visitados por ela. Respondi.

- Eu sei, Laura me contou. E, não , não tenho medo, minha fé está mais firme que nunca! Temo apenas pelas crianças, que estão apavoradas. Respondeu Joaquim.

- Mamãe, não quero mais ficar nessa casa, está tudo muito frio aqui, nem parece mais a casa onde eu nasci. Disse Laura.

- Minha querida, essa casa é nosso lar e vamos lutar para que ela torne a ser o que sempre foi. Por falar nisso Joaquim, ontem um pouco antes de você chegar, surpreendi Cristal fazendo um ritual lá na sala, ela estava em transe riscando alguns símbolos pagãos no piso e recitando versos que me pareceram latim antigo, quando mostrei minha presença, ela terminou seu ritual e me ameaçou explicitamente... Cristal não quer se reconciliar com deus, ela está feliz em servir a Baal.Quando fiquei sozinha fui procurar os símbolos que ela havia riscado, mas eles haviam sumido, só sei que estão lá pois ao passar a mão no piso pude sentir seu relevo. Disse.

- Não era latim, era a lingua morta dos anjos caídos. Disse Joaquim.

- Que maravilha! Demônios com língua própria... Nada mais falta. Respondi olhando para cima.

Nesse momento Sofia entrou correndo na cozinha e disse:

- Tia Alice venha, precisa ver uma coisa!

Seguimos Sofia em direção ao quarto e quando lá chegamos, os garotos olhavam para as paredes que estavam todas marcadas com os mesmos símbolos que eu havia visto Cristal riscar no chão da sala, a única diferença é que eles estavam em brasa parecendo ter sido marcados com ferro quente.

- Cristal não sairá dessa casa Alice, pois o demônio acabou de marcá-la! Disse Joaquim.

- Acho que precisamos dar uma volta pela cidade, ver qual a dimensão do estrago causado pela tempestade causada por Cristal. Respondi.

- Preciso ir a biblioteca, tenho que pegar alguns livros, precisamos estudar as aparições de Baal do decorrer da história, para que possamos saber como combatê-lo. Disse Joaquim.

- Se a biblioteca estiver de pé né padre Joaquim? Perguntou Davi

- Pois é, pois depois de tudo que aconteceu naquela noite, nós não sabemos como estão as coisas lá fora. Disse Pedro.

- Vamos nos acalmar! Renan esteve aqui ontem e não comentou nenhuma catástrofe na cidade, O funcionário de Carlos também veio trazer o carro e não comentou nada, vamos então acreditar que esteja tudo na normalidade. Respondi.

- Crianças se arrumem e desçam para tomar o café, pois vamos sair em seguida. Disse Joaquim descendo.

- Laura se arrume com seus amigos e desçam sem demora, quanto antes sairmos melhor será para nós. Disse descendo em seguida.

Ao chegar na cozinha terminamos de fazer o café e por a mesa, as crianças desceram rapidamente, sentaram e começaram a tomar o café, quando sentei com Joaquim, mamãe adentrou a cozinha com sua arrogância peculiar e disse:

- Essa casa parece uma feira livre.

- bom dia, mamãe.

- Bom dia, vovó. Disse Laura.

O DEMÔNIO EM TERRACOTAOnde histórias criam vida. Descubra agora