PAULA POV
Sonhar com ela é algo costumeiro. A maioria são lembranças de momentos que mesmo que eu tente não consigo esquecer, e sinceramente não sei se quero.
Eu precisava muito dormir meu corpo pedia por descanso, algo que não tenho desde que Hari resolveu ir para outro reality. Nossos fãs vivem de me mandar mensagens, meu direct é cheio de marcações em stories pedindo para eu intervir, ah se eles soubessem que eu nunca quis que ela fosse.
Sinto meu corpo leve, o cheiro do café da minha mãe adentra o quarto, permaneço de olhos fechados relaxando mais um pouco.— Te amo tanto. — susurra baixinho, sinto um selinho casto nos meus lábios, é ela. Inferno. Eu conheço seu toque, seu cheiro, tento me controlar pra que não saiba que estou acordada.
Continuo ali de olhos fechados, até que sinto ela se levantar da cama e ouço a porta fechar bem lentamente. Quando abro os olhos vejo uma mala grande e uma bolsa de mão ao lado da minha cama, sei que é sua mala pois a conheço bem das viagens que fizemos. Então mentiu dizendo que iria pra São Paulo?
Decido levantar, tomar um banho e encarar que a mesma veio até aqui depois de tanto tempo, mais de um mês depois de Natal e faltando pouco tempo pra ir pro manicômio que é aquilo, só de ver vídeo de edições passadas eu já fico angustiada.🐖
— Você tá doida Hari? — me assusto assim que vejo a porta do banheiro se abrir e a morena entrar rindo, encosta a porta e passa a chave. — Eu tô pelada e ocupada, será que dá pra sair daqui? — digo me virando de costas, ela é mesmo muito atrevida.
Hari: Não tem o que esconder, eu já vi você nua outras vezes Paulinha. — ela se escora na pia, ainda me observando. — A chave da porta do seu quarto se encontra no meu bolso, e acabei de trancar o banheiro, isso significa que não tem pra onde correr. — diz e começa a tirar sua roupa ficando apenas de calcinha e entra no box, fico sem reação.
— Hari, nem tenta nada, sabe que eu ainda tô muito irritada contigo. Eu não esqueci de Natal, eu não esqueci que vai me trocar por qualquer nova pessoa nesse lugar que você vai. Droga Hariany Nathalia, eu estou muito brava contigo, e você ainda vem aqui na maior cara de pau sem me avisar, tira a roupa e entra no meu banho, EU QUERO PRIVACIDADE! — berrei a última parte, eu queria dizer muitas outras coisas.
Ela me ignora, apenas me puxa pra debaixo do chuveiro junto dela. A ducha grande sempre coube nós duas e era de praxe Hari fazer isso sempre que vinha me visitar escondida.
Hari: Então é com isso que tá preocupada, se eu for?
— Com isso o quê? — abusada como é, a goiana coloca suas mãos na minha cintura colando nossos corpos.
Hari: Não tem ninguém que substitua seu lugar, ninguém nunca será tão importante. — suas palavras são como um alívio para mim, mas não posso ignorar o que aconteceu da última vez que nos vimos, eu me declarei e ela não correspondeu. Antes que eu tente me afastar ela beija o topo do meu nariz, porquê tem que ser tão fofa as vezes?
— Você não pode chegar assim e achar que tá tudo bem. — me afasto dela, tarefa difícil a olhando nua na minha frente.
Hari: Já te pedi milhões de vezes, mas me desculpa? Agora tô aqui olhando nos seus olhos, eu preciso de você, preciso da gente.
— Não sou seu brinquedo, todas as vezes que a gente se desentende você aparece aqui de surpresa e faz todo esse seu jogo e eu caio e aí você vai embora e tudo volta a ser uma "linda amizade". — a morena novamente me puxa para de baixo do chuveiro, deixando nossos corpos em completo contato e eu estremeço, queria ser capaz de resistir a ela. — Hari não faz isso por favor, eu não quero mais me magoar. Eu acho melhor você ir embora e cada uma seguir sua vida!