HARIANY POV
Acordo por volta das 8 da noite, Paulinha ainda dormia ao meu lado mas não queria que acordasse procurei outra blusa na mala enquanto a minha continuava perdida e fui até a sala. Minha sogrinha estava sentada sozinha enquanto Mônica dormia no sofá ao lado.
Adriana: Oi Hari, já ia perguntar se vocês vão querer jantar, mas ia esperar até às oito e meia. — disse pausando o filme na tv.
— Na verdade estou sem fome, mas queria sua ajuda. — ela assenti. — As tintas, que compramos da última vez, sabe onde estão?
Adriana: No depósito do lado de fora, eu vou pegar a chave pra você. — ela se quer contesta, apenas volta com um molho de chaves na mão, me indicando qual deveria usar. — A luz fica do lado de fora e se precisar de ajuda me avisa.
— Obrigada. — dou um beijinho na bochecha dela e caminho para o depósito.
O ar puro a essa hora é sempre o melhor, ah e o céu, estrelado de uma forma que não se vê em outro lugar, lembro que uma vez perdi horas sentada na varanda daqui olhando as estrelas, mas agora eu preciso achar um jeito de animar minha loira.
Ligo a luz como Adriana me explicou, mas é suficiente pra iluminar o depósito, e lá estão elas, uma lata de tinta branca e outra marrom, deixadas do mesmo jeito que organizei. Com um esforço redobrado, levo tudo até a porta dos fundos que é mais próxima do quarto da Paulinha. Deixo as tintas preparadas para já usar no dia seguinte, tava na hora de terminar o que começamos.🧜♀️
Terminamos o dia jantando com Nancy, Sérgio, Adriana e Mônica, ótimo que Porthos foi para um intercâmbio, sei que ele não gosta de mim. Tio Sérgio sempre me receber bem, embora um pouco introspectivo, mas sei que é seu jeito de ser, Mônica solta piadas sobre eu e Paula sermos um casal e ele ri, o que me deixa tranquila para quando ele souber que estamos juntas de verdade.
Paula: Já vai dormir? — diz quando apareço com meu pijama de sereia.
— Estou um pouco cansada, a gente poderia ver um filme e eu acabar apagando nos primeiros dez minutos? — ela ri e concorda. Coloca um filme meloso na televisão do quarto, eu me aconchego nela, meu lugar preferido no mundo, depois do colo da minha mãezinha.
Paula: Achei que ia se assanhar a noite. — ela me pega de surpresa, eu fico calada por algum tempo.
— Você não me disse se me aceitaria de volta, então eu estou quietinha esperando por você. — na real não disse nenhuma mentira, não quero avançar as coisas, prefiro esperar pelo tempo dela.
Paula: Você não tem medo?
— Do que? — senta que lá vem bomba Hariany.
Paula: Do que vão dizer sobre nós duas. — sou obrigada a sentar na cama, e olhar diretamente pra ela.
— Não, na verdade não. Para nossos fãs somos um casal, pra sua família também. Minhas amigas próximas sabem onde eu estou quando sumo de tudo, então não tenho medo, meu único medo é você não me querer. — sou sincera, e novamente nada é mentira.
Paula: Mas e sua mãe?
— Dona Cris afora você, minha mãe te mima tanto e não esquece que foi por causa dela que você voltou a falar comigo. Eu não vejo nenhum empecilho para nós duas, a não ser que ... — é uma possibilidade, mas dói pensar nisso.
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