Capítulo 4
Iniciativa
"A falta de coragem em ter iniciativa nos faz perder momentos incríveis... Arrisque-se!"
- Sidnei Carvalho.
XxX
Ajeitou novamente a gola da regata em frente ao espelho. O relógio em cima do criado-mudo marcava em torno das onze e meia, precisava terminar de se arrumar logo ou chegaria atrasada e sabia o quão rígidos com atrasos seus pais eram. Assim que terminaram de comer, Kagome se despediu de Sesshoumaru, alegando que precisava se arrumar para encontrar os pais, dentro de algumas horas. Sentiu suas bochechas quentes ao se lembrar do olhar de Mebuki quando foram acertar a conta.
Às vezes agia por impulso. E no fundo ela gostava daquela adrenalina, a dava total ciência de sua liberdade, além de dá-la dominancia de si mesma e seu prazer. Sentiu o comichão se instalar no pé da barriga de ansiedade, olhou-se novamente no espelho. Usava uma cropped regata com uma gola alta, era necessário após Sesshoumaru deixá-la marcada daquela forma, de cor preta, ela deixava sua barriga à mostra, usava também uma calça jeans cintura média com rasgos nos joelhos e colocou um salto meia pata preto com fecho.
Seguiu até sua penteadeira, escolhendo qual joia usaria. Os longos fios negro-azulados estavam soltos e perfeitamente escovados, a maquiagem era leve, mas ainda assim destacava seu olhar. Colocou seu relógio de pulso, e um colar de ouro com um pingente solitário, com uma pedra de âmbar, sua favorita. Escolheu dois anéis com pedras também e ficou observando a aliança de diamante, seria o certo usá-la, mas não queria e não iria. Abriu a gaveta de anéis e a jogou lá dentro. Seguiu para o closet, pegando uma jaqueta de couro vermelha e estava pronta.
Pegou seu perfume favorito e o passou, precisava estar poderosa, além de se sentir assim. Seguiu até a ilha onde havia deixado suas coisas e às pegou, seguindo para a porta. Seu celular agora passava de 130 chamadas perdidas e mais de 60 notificações no aplicativo de mensagens, nunca houve tantas mensagens de Inu-Yasha daquela maneira. Entrou no elevador, e aguardou enquanto o mesmo descia para o subsolo, onde era a garagem. Sentia-se ansiosa e o comichão no pé de sua barriga se intensificava cada vez mais, que Kami e os deuses a abençoasse e desse tudo certo.
Apertou o alarme de seu carro, fazendo com que os faróis acendessem, acomodou-se e seguiu em direção a casa de seus pais. Eles não moravam no centro, como ela, moravam em um bairro mais tranquilo, mas ainda assim num belo condomínio. O dia estava lindo, o sol brilhava e não tinha uma nuvem no céu, se sentia feliz, independente de qualquer coisa, Kagome sentia-se livre! No fundo a mulher já sabia que algo não ia bem no casamento, mensagens secretas, ligações misteriosas e sempre escondido pelos cantos quando ao telefone, começou a perceber marcas das quais não haviam sido feitas por ela, mas no fundo, deixava para lá, era apenas algo passageiro, não podia cobrar demais de seu marido.
Todavia às coisas foram de mal a pior. Viagens de última hora, datas importantes esquecidas e quando os pais apareciam, tanto os dele, quanto os dela, era como se o Inu-Yasha que ela havia se apaixonado ressurgisse das profundezas daquele outro Inu-Yasha e agia como se fosse o melhor marido do mundo. Por vezes desejou ser capaz de contar aos pais o que passava, mas não queria desapontá-los, então aguentava um pouco mais e agia como se tudo estivesse bem. Quantas vezes desejou ser capaz de aguentar o desgosto dos pais?
Kagome sabia que não era com ela que eles se desapontariam, e sim com os Taisho. Porém, a mulher desconfiava que os sogros também não soubessem daquela situação, já que, segundo Sesshoumaru, Inu-Yasha passava a imagem de um casamento feliz e bem sucedido. Suspirou, enquanto saia da rodovia, parando num semáforo da avenida. Os Taisho não tinham culpa se o filho deles não tinha compromisso. Por isso, ela ainda tinha uma bela proposta a eles, e nas atuais circunstâncias, onde ambas às famílias saíram ganhando com aquela sociedade, deviam aceitar.
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Plaisir
FanfictionUma renomada médica esteticista, herdeira da maior advocacia do país, todavia que desejava ter seu próprio reconhecimento, seguindo assim uma profissão diferente da qual a família seguia. Livre para agir como desejasse, até que foi obrigada a se cas...