Capítulo 5 - Uma conversa inesperada

848 75 5
                                    


Pov Lorena

Como se descobre em poucos dias de convivência que você odeia alguém? Pois é, também não sei, mas o fato é que eu odiava aquele projeto de Fiona mal desenhado. Ok, ok, talvez odiar fosse uma palavra muito forte, mas a verdade é que Catarina tinha a capacidade de me irritar como ninguém jamais teve, normalmente eu era zen e achava até que não existia espaço em meu coração para raiva, até o dia que conheci Catarina Alcântara.

Eu olhava pela janela perdida em pensamentos que me levavam à informação que Mário havia me dado. Meu irmão disse que preferia que eu soubesse por ele que o babaca do meu ex noivo seria pai. Eu achava que estava superando meu conto de fadas sem final feliz, mas a certeza da traição me trouxe uma sensação sufocante. Acho que toda mulher que passa por essa situação deve compreender o que quero dizer, a sensação de insuficiência, incompetência... Eu chegava a me sentir inútil como mulher e essa certeza me causava uma tristeza sem fim.

– Chegamos.

A voz de Catarina me trouxe de volta à realidade e só naquele instante percebi que novamente lágrimas haviam escorrido pelo meu rosto sem que me desse conta." Que ótimo, como se não bastasse eu saber que sou uma estúpida ainda tenho que ficar expondo essa realidade para essa idiota. É Lorena, acho que sua cota com nossa senhora das perturbadas chegou ao fim". Pensei comigo mesma enquanto saia do carro sendo acompanhada pela outra.

– Aonde você vai? – Perguntei sem compreender o motivo pelo qual ela me seguia.

– Ué, vou com você, oras.

– Não precisa se preocupar comigo, Catarina. Eu sei que você precisa ir trabalhar.

Eu não queria abusar dela, provavelmente aquele favor não iria me sair muito barato, algo dentro de mim dizia que cedo ou tarde ela me cobraria com juros e correções e do jeito que ando azarada não estava disposta a arriscar.

– De jeito nenhum que vou te deixar aqui sozinha, estabanada do jeito que você é não duvido nada que cause uma catástrofe por ai e eu vá precisar pagar fiança para te libertar da prisão.

A idiota sorria debochadamente ao me provocar, parece que aquele era o passatempo preferido de Catarina desde que me conheceu, isso quando ela não queria me matar por qualquer motivo.

– Você é uma idiota, sabia disso?

– É, costumam me falar isso de vez em sempre. – É tão idiota que nem para ser insultada servia. – Agora anda, não temos o dia todo.

Com ajuda dos meus pais consegui vender meu antigo apartamento na cidade onde morávamos, o lugar era onde eu construiria minha vida a dois com Humberto. Para todo canto que eu olhava recordações dos nossos momentos juntos me atingiam em cheio provocando ondas de dores internas, mas ainda assim a principio achei uma atitude precipitada já que eu não sabia como seria minha passagem por Belo Horizonte, mas minha família e Verônica me convenceram que aquilo seria o certo a fazer. Sem falar que o incentivo para que eu me estabelecesse profissionalmente era algo que meus pais sempre me deram, sendo assim o dinheiro da venda do imóvel seria usado para a realização de um dos meus maiores sonhos: Construir meu próprio pet shop com atendimento clinico aos animais.

No início tudo o que eu queria era ficar em minha cama com meu pijama de bolinhas comendo pipoca e brigadeiro enquanto assistia a series e filmes românticos que me fizessem chorar toda amargura que tinha se tornado minha vida, mas óbvio que Verônica não permitiu, logo me vi forçadamente procurando por um espaço para iniciar minha nova vida. Não foi fácil achar algo que me agradasse, um espaço ideal para que eu pudesse realizar tudo o que pretendia dando o máximo de conforto para meus pacientes, mas agora ali naquele prédio eu não tinha dúvidas, era ele.

Renascendo em seu olharOnde histórias criam vida. Descubra agora