Capítulo quatro

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Bárbara Garcia
Rio de Janeiro, Rj

O ruído alto do meu celular me desperta. Bocejo alto afastando a mão de seja quem for de cima da minha barriga para poder engatilhar e pegar o celular.

—Alô?

—Bom dia, com quem falo?

—Com quem deseja falar? — Limpo os cantos dos olhos enquanto tento focar minha visão.

— Bárbara Garcia, é da Clínica de Repouso Viva bem, posso falar com ela? —Me sento abruptamente no sofá cama.

— Sou eu mesma, está tudo bem com a minha Tia Sofia? — meu nervosismo desperta Agatha.

— Sim, querida. Sofia está ótima, nesse instante ela está na estufa plantando flores mas eu não liguei para isso, ontem você veio aqui e eu não consegui falar com você a tempo a respeito da mensalidade da Clínica.

— Como assim mensalidade da Clínica Holanda? Pensei que o saldo caísse automaticamente na Conta da Clínica assim que o meu salário caísse na minha conta, é uma transferência automática não pode está errada.

— Infelizmente nos dois últimos meses o dinheiro não chegou até nos, Maitê. — Levo a mão até o peito temendo o que ela possa falar — Não gosto de dar essas notícias pelo telefone mas é necessário que você atualize o pagamento com urgência ou teremos que mandar a Sofia de volta para casa.

—Não!— Declaro com destreza —Não será necessário, eu vou conseguir o dinheiro logo. —Esfrego a têmpora sentindo aquele mesmo desespero de ontem a noite surgir novamente.

— Certo, lembrando que por conta dos dois últimos pagamento, será necessário pagar ambos com urgência.

—Obrigada por me avisar Holanda, não se preocupe que eu vou arranjar o dinheiro.

— Tudo bem, Obrigada e tenha um bom dia. — Encerro a ligação, largo o aparelho entre os lençóis e seguro minha cabeça com as mãos.

O que eu ia fazer, meus Deus? Sofia não pode sair da Clínica de jeito nenhum.

— O que aconteceu? — Agatha pergunta preocupada.

— Era da Clínica da Sofi. — falo desolada — Eles acabaram de me avisar que os dois últimos pagamentos não foram processados.

— Como não? —Ela e Bruna perguntam ao mesmo tempo.

—A minha conta é corrente, o Banco deve ter pego o dinheiro assim que caiu para quitar a minha dívida pendente e..— Inspiro fundo procurando uma saída.

Não posso continuar assim, não posso correr o risco da minha tia perder o lar de idosos, muito menos posso deixar a Malu sem um lugar para morar, não posso os decepcionar dessa forma, as duas precisam de mim e elas não têm culpa se eu fui burra em me deixar levar por encantos de um homem que só queria me usar e acabar sem emprego. Estou em uma situação de caso extremo, preciso arranjar logo a grana ou às duas únicas pessoas que amo ficariam desamparadas.

— Bruna. — Chamo me ajoelhando de frente para as duas.

Ela esfrega os olhos logo bocejando.

— Preciso que me fale mais sobre aquele cara que empresta dinheiro.

— Bárbara..—Agatha avisa em um tom duvidoso.

— Não tenho outra escolha, Agatha. —Falo com firmeza — Eles vão mandar a minha tia embora da clínica, eu preciso do dinheiro.

— Quando é?

— Cada mensalidade da Clínica? — Indago, ela confirma com a cabeça — Cada uma custa em torno de novecentos, tô com duas atrasadas. — Me viro para a Bruna — Me fala, Bruna.

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