Capítulo cinco

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Bárbara Garcia
Rio de Janeiro, Rj

— Ele te ameaçou? — Agatha interroga pela terceira vez desde que retornei para casa.

— Não, foi um aviso. — Bruna responde por mim sentada na poltrona enquanto me observa

—Ele não disse nada do que eu já não sabia.—Subo a jeans pelas minhas pernas ajustando nos quadris e abotoando. — Irei pagar o apartamento amanhã e logo em seguida vou colocar a venda. — Explico meu plano pra elas com a sensação de que precisava dizer em voz alta para ter coragem de fazer.

— A Malu já está sabendo disso?

— Ela retorna da casa do namorado daqui a pouco, amanhã cedo falo com ela. — Visto a camiseta escura.

— E ela vai aceitar morar em um apartamento de aluguel?

—Ela não tem que aceitar, Agatha. — Calço os tênis baixos — Vai ser a nossa realidade de agora em diante, temos que agradecer por ainda ter os móveis, caso contrário iria a leilão junto com a casa. — Pego a pasta com os documentos que foram pedidos, verifico todos eles antes de colocar na bolsa. — Bom, é melhor eu ir indo. — As duas se levantam e caminham comigo até a sala fazendo questão de descer comigo.

Enquanto aguardo o motorista do Uber elas permanecem do meu lado. Elas vão ficar me esperando lá em casa até eu retornar com a grana.

— Você está nervosa? – Bruna pergunta do meu lado, preocupada.

— Não, estou de boa. – Minto, estou apreensiva pra caralho com a situação.

Não tem mais volta, teria que vender o apartamento imediatamente para pagar a dívida o mais rápido possível.

Não demora para que o uber chegue, me despeço das meninas e entro no carro. São longos minutos até o local marcado, quando estou próxima percebo que é um armazém um pouco distância de onde moro. Peço que o uber espere que eu não iria demorar e mesmo hesitante ele concorda.

Longe de onde estou avisto o mesmo homem que estava me aguardando ontem do lado de fora do galpão, ao seu lado reconheço Canário que digita algo em seu celular.

O barulho do meu tênis o faz levantar o olhar, desvio meu olhar do seu e olho ao redor, próximo a uma mesa vejo um envelope que deduzi que fosse o dinheiro emprestado.

— Garcia. –Cumprimenta fazendo uma checagem rápida em mim.

— Canário – Respondo ao cumprimento parando bem a sua frente.

Ele estende a mão, deduzi que quisesse a pasta em minhas mão, abro a bolsa e a retiro lá de dentro e entrego para ele. Ele logo se aproxima da mesa afastando os elásticos da pasta para verificar o documento. Aguardo enquanto ele lê os dois documento que comprovam que sou dona legítima do apartamento, quando torna a levantar o olhar está satisfeito.

Ele me entrega o envelope que vi assim que cheguei, meu peito dispara na medida que se aquece ao sentir a textura dos tabletes de dinheiro. Abro o envelope, agarro as notas e para ter certeza que é realmente o dinheiro agarro um dos tabletes em minhas mãos.

—Está tudo aqui? —Pergunto para ter certeza.

— Sim, os trinta e cinco mil que tu pediu em notas de cem e cinquenta. — Diz cruzando os braços — Tá consciente do proceder?

—Sim. —engulo em seco, ele deixou bem claro.

— Firmeza então, te vejo daqui seis meses.— Estende a mão, agarro a palma com firmeza.

—Obrigada. — Agradeço mais calma por está com o dinheiro que necessito em mãos.

Ele não diz nada quando deixa o armazém junto de dominó, me aproximo da mesa e retiro o dinheiro do envelope e confiro por cima. É muito dinheiro, não tenho como contar tudo mas imagino que os trinta e cinco mil esteja aqui. Alguns minutos depois saio do armazém com o dinheiro dentro da bolsa.

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