Aurora Russell Lennox - Um amor além do tempo

Capítulo VI

AURORA

Preparava-me para dormir ainda anestesiada com o que tinha acontecido na noite de noivado, o qual me surpreendeu positivamente. Não imaginei que gostaria de Klaus instantaneamente, ele tinha os atributos de um pretendente perfeito, era bonito, inteligente e gentil. Sempre pensei que casaria com um viúvo velho beirando o caixão como algumas amigas do colégio que tinham se casado no último ano. Abri o livro, no qual guardava as cartas que troquei com ele, lê-las antes de dormir tinha se tornado minha atividade favorita do dia e naquela noite tinha um significado especial. Além disso, precisava distrair minha mente do que tinha sido revelado durante o jantar, perceber os olhares de ódio de Serena para mim e Klaus, bem como confirmar que existiu um relacionamento entre eles foi devastador.

Antony bateu na porta do quarto com sua bengala de estimação, aquela batida me apavorava. Antes que eu pudesse dar a permissão para ele entrar, Antony entrou com seu sorriso malicioso. Fechei o livro rapidamente e o escondi embaixo da coberta não queria que ele visse as cartas, ele caminhou lentamente em direção a minha cama, balançando a bengala no ar. Sem permissão sentou ao meu lado e colocou a mão na minha perna por cima da coberta, me causando desconforto.

- Querida irmã.

Antony alisou minha perna lentamente e mordeu os lábios.

- O que você quer, Antony? Não vai para o clube hoje?

- Sim, irei com Klaus, ele quer comemorar o noivado, mas com uma dama de companhia, já que não pode tocá-la até o casamento como eu.

Ele me olhou com desejo e apertou minha perna, em seguida subiu a mão e parou na coxa perto do quadril, permaneci imóvel:

- O que achou de Klaus?

- Um homem inteligente e gentil.

Meu irmão concordou com a cabeça e olhou para a mão que apertava minha coxa.

- Klaus estará bem servido depois do casamento, talvez nem precise ir mais ao clube.

Ele tentou enfiar a mão entre minhas pernas, dei um tapa nele e o empurrei. Imaginei que minha atitude geraria uma reação hostil em Antony, mas meu irmão apenas se levantou e ajeitou o terno enquanto me ameaçou:

- Não arruíne essa proposta de casamento como fez com o Conde Philip, precisamos desse casamento...

- Você me lembra disso desde que nossos pais aceitaram esse noivado, não precisa repetir, eu entendi, quem não entende que estamos falidos é você.

Minha resposta não o agradou, sem falar nada ele projetou o corpo violentamente em cima do meu, colocou as mãos envolta do meu pescoço e começou a apertá-lo, Antony era um homem de estatura mediana e magro, porém forte, as mãos eram gigantes. Ele aproveitou minha vulnerabilidade e pressionou o corpo contra o meu:

- Você não sabe de nada, nada! Klaus é pior do que eu e estou feliz que você será domada por um homem como ele.

Comecei a sentir falta de ar e ele apreciou minha expressão de pavor, em seguida me deu um beijo na boca e me largou. Comecei a tossir e a buscar o ar desesperadamente, mesmo com o afastamento de Antony parecia que ele permanecia me sufocando.

- Só não vou bater em seu rosto de porcelana porque seu noivo virá amanhã tomar café.

Ele se aproximou novamente e sussurrou no meu ouvido:

- Agora, vou ao clube comemorar seu noivado. Boa noite, irmãzinha.

Ele saiu do quarto e senti meu corpo tremendo, nunca conseguia reagir as agressões dele, fiz o que sempre fazia, me afundei nos travesseiros e comecei a chorar. O noivado com Klaus me livrou de apanhar naquela noite, e principalmente, não precisar enfrentar os avanços indevidos de Antony. Depois que Albert casou e mudou para a África do Sul, tinha perdido o irmão que me protegia dos abusos psicológicos e físicos de Antony, bem como dos ataques que ele tentava contra a minha honra, desde os meus 12 anos.