Capítulo III

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KLAUS

Um sonho chamado Aurora

A presença de Aurora foi um sopro de ar fresco na minha vida conturbada, pedi-la em casamento oficialmente era um sonho antigo, o qual ansiei desde o dia que a vi na casa de campo da família Russell. Aurora era uma jovem de 12 anos e caminhava lentamente pelo jardim da oponente casa, enquanto lia um livro, quando a vi parei de jogar a partida de cartas com meus amigos e a observei. Aurora flutuava a cada passo, os cabelos loiros acinzentados escuros estavam bagunçados pelo vento, que naquela tarde em especial estava forte.

Sai da paralisia sentimental quando ouvi a voz de Anna ecoar pelo jardim em um grito de reprovação, Aurora se virou e olhou brevemente para mim, sorriu e seguiu para a mansão. No auge dos meus 17 anos me questionei quantos anos faltavam para pedi-la em casamento, naquela ocasião tive uma certeza absoluta era com aquela jovem com quem iria me casar.

Anos se passaram e Aurora não saia do meu coração, quando tinha oportunidade perguntava para Antony sobre ela ou esperava ele reclamar das "atitudes inadequadas" da irmã, as quais para mim eram encantadoras. Além disso, Antony ficava revoltado com Lorde Russel, que não repreendia a filha rebelde e sem modos. O que meu cunhado considerava vulgar e desprovido de elegância era o que me atraia ainda mais em Aurora. No período que morei em Londres, todos os dias, no fim da tarde, ia para frente do colégio dela e a observava de dentro de minha carruagem, Aurora era altiva e se destacava entre as outras jovens acanhadas e sem personalidade.

Durante o curso universitário me afastei de Antony, meu futuro cunhado perdeu um ano devido à falta de inteligência para lidar com o ritmo intenso dos estudos. Com horários de aulas diferentes criamos novos círculos de amizades e comecei a ter hábitos questionáveis ao me entreter com várias mulheres e jogos de azar, aos poucos meu interesse por Aurora adormeceu. Nos períodos que ficava longe das festas e dos clubes, ela voltava a minha mente por meio de sonhos.

Aos 21 anos e com meu diploma em mãos me mudei para Alemanha, onde ficava a matriz das empresas da minha família. Nessa época, a ideia de casamento não era uma possibilidade na minha vida boêmia e cheia de mulheres, a qual não pensava largar tão cedo, nem mesmo por Aurora. No auge da minha virilidade ouvir a palavra "casamento" me fazia sentir ojeriza, meu pai constantemente me mostrava pretendentes, principalmente durante os eventos da alta sociedade alemã. Heloise, minha irmã, o ajudava a escolher as jovens de boas famílias que poderiam me agradar. Devo assumir, algumas eram bonitas e atraentes, mas todas eram intelectualmente prejudicadas, seria monótono viver com esse tipo de mulher limitada.

Em alguns momentos, durante essas conversas chatas, lembrava de como Antony dizia que Aurora era insuportavelmente inteligente para uma mulher e sorria ao lembrar o tom indignado que ele emitia cada palavra, imaginava o que Aurora estaria falando no lugar daquelas moças. Durante longos e doloroso meses, conheci várias pretendentes que considerei desqualificadas e tive certeza que apenas Aurora poderia ser minha esposa no futuro. Cogitei procurá-la, mas ao mesmo tempo não queria deixar minha vida boêmia, me considerava novo para constituir família e Aurora não parecia uma jovem interessada em se casar rapidamente.

Sempre apreciei ter várias mulheres a minha disposição e frequentar clubes, nos quais podia satisfazer meus desejos sexuais e participar de orgias excitantes. Depois do casamento pretendia parar com essas atividades e me dedicar a minha família, por isso queria aproveitar ao máximo minha vida de solteiro para satisfazer meus desejos mais intensos, porém quanto mais me envolvia nesse mundo de luxuria, mais sentia que pertencia a ele e ter uma família ficava distante dos meus planos.

Aurora voltou a minha vida quando recebi uma carta de Conde Philip, na qual, meu amigo da juventude contava que iria noivar com Aurora e pedia para me programar para ir ao casamento. Quando li tais palavras senti um mal estar e depois raiva, sai furioso do escritório e segui para minha casa pensando em como reverter tal situação, no percurso pensava o que um homem como ele queria com Aurora.

Aurora Russell Lennox - Um amor além do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora