Capítulo 1.

16 2 0
                                    


AMELIA

Mais um dia termina e ainda não decidi sobre viajar ou não no ano novo. Sempre passo o Natal com meu pai. Cantamos música de Natal, relembramos momentos com a minha mãe e no dia seguinte fazemos arancini, prato favorito dela. Nos últimos dois anos fiquei em casa com ele no ano novo. Esse ano ele parece determinado a me deixar viajar com meus amigos. Depois da morte da minha mãe, eu e ele fazemos tudo juntos e de alguma forma ele acredita que deixei de lado meus projetos e sonhos.

Nos últimos meses ele começou a viajar sozinho e fazer amigos no Facebook. Marca para jogar xadrez, jantar e até acampar. Ele parece estar finalmente colocando a vida nos eixos. Aproveitando o fato de estar vivo e saudável. Eu por outro lado sigo na normalidade do meu mundinho, presa ao passado enquanto escrevo minhas experiências nesse diário.

Clara e Angelo são meus amigos de infância e basicamente as únicas pessoas em minha vida além do meu pai. Eles conhecem os meus traumas e estão sempre aguentando minhas maluquices. Os dois querem ir para a Sardenha no fim do ano. Confesso que amo aquela ilha e tudo lá me fascina. Talvez seja uma boa distração. Resolvi ligar para Clara e confirmar a viagem. De repente me senti animada e com uma sensação boa. Na manhã seguinte meus adoráveis amigos chegaram aos gritos na rua. Não sei qual a dificuldade de tocar a campainha como pessoas normais.

- AMELIA! – gritou Angelo

- Já estou descendo, tenha paciência.

Angelo é um rapaz alto, cabelos loiros e pelebronzeada. Nunca fica com uma mulher mais de 2 dias. No ensino médio tentouflertar comigo. A situação foi tão engraçada que nos tornamos amigos desdeentão. Clara é a doçura em pessoa. Tem longos cabelos castanhos, olhos cor demel e curvas de parar o pequeno trânsito de palermo. Uma doçura que precisa sercarregada sempre depois de uma festa. Nos conhecemos na aula de botânica. Euqueria estar lá, enquanto ela estava mais interessada no aluno de intercâmbiovindo da Turquia. Confesso que o menino era um colírio para os olhos e talvezeu encarasse uma aula de física quântica só para olhar para aquela mandíbulaperfeita e quadrada. Eu tenho certeza que ele e Clara trocaram fluídos corporais antes de ir pra faculdade mas ela nunca toca no assunto. O fato de estarmos todos solteiros me deixa tranquila e sem paranóias sobre minha idade.

Durante a viagem resolvemos expor nossos problemas antes de chegar no hotel e assim deixar a cabeça mais leve para a aproveitar a viagem.

Angelo iniciou a conversa.

- Então meninas, vamos falar sobre nossas preocupações agora e esqueceremos tudo no exato momento que colocarmos nossos pés naquele paraíso.

- Não sei se tenho problemas. – disse Clara

- Eu tenho. – falei. As palavras saíram quase como um sussurro.

- Pode falar Amelia. E depois é sua vez Clara, eu sei que você está entalada ai.

Clara ficou calada mas seu rosto entregou uma possível preocupação.

- Estou falida. – falei com lágrimas nos olhos

- Como assim falida?? Você cuida tão bem da loja. Aquele lugar é a sua vida.

- Angelo você não está ajudando quando fala que a loja é minha vida. Eu sei bem o que significa e quanto me esforcei para construir tudo.

- Você sabe bem a razão de ter mudado a rota dos seus planos. E abrir uma floricultura não era sua prioridade.

Essa era uma péssima hora para ativar o modo psicólogo em relação aos meus problemas. Abrir uma floricultura era um sonho da minha mãe. Depois do papai, nossa paixão eram as flores. Foi a forma que achei de estar perto dela.

Amor SecretoOnde histórias criam vida. Descubra agora