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ETHAN


Todo ano acontecia a exposição das inovações tecnológicas para a construção civil na Califórnia. Na ocasião, clientes importantes e potenciais novas parcerias eram feitas, os convites eram bastante disputados entre pessoas do mundo todo. Naquele ano, o foco seria fechar parcerias com startups da construção, William estava me ajudando a selecionar os candidatos, enquanto eu economizava forças para a parte mais difícil. Minha presença era esperada e em algumas edições eu tinha um discurso, assim como aconteceria naquele ano.

Mas não era um bom ano para participar.

Minha cabeça não estava boa para ser quem todos esperavam que eu fosse. Minha equipe tinha aumentado, havíamos assumido novos desafios, mais ações estavam sendo negociadas no mercado asiático, eu administrava novos milhões por dia e nada disso estava na minha cabeça.

Agora o que não me deixava em paz era a página anônima que eu constantemente deixava aberta no meu computador só para ficar atualizando, esperando a notícia.

Esperando o texto de boas vindas do desgr4açado do Thomas Ross no site da empresa dele em homenagem à Alexandra.

Eu não sabia o que ele estava esperando. Toda vez que contratava alguém com relevância, Thomas corria fazer um texto genérico sobre como o funcionário iria ajudá-lo, sempre com uma foto dele com a pessoa. Até o momento, nenhuma palavra sobre Alexandra havia sido dita e aos poucos, conseguia entender o motivo.

Desde que Isaac me avisou que Alexandra havia escolhido outra proposta, comecei a buscar incansavelmente entre os concorrentes. Nenhum site atualizava o quadro de funcionários, Alexandra não atualizava seu instagram (que graças a Deus era um perfil público). Eu deixei a Ross Inc. para investigar por último por saber que ela nunca, jamais aceitaria uma proposta de Thomas. Alexandra havia trabalho comigo anos o bastante para saber que as duas famílias tinham uma rixa de anos. Seria um escândalo.

Mas sim, era verdade.

Paguei anonimamente um detetive que tirou fotos o bastante para montar um portfólio de Alexandra chegando e saindo do maldito prédio na frente do Central Park, assim como saindo para tomar café com os funcionários ou de braços dados com O F0DIDO DO THOMAS ROSS indo tomar sorvete. Ela até mesmo aceitou caronas dele pelo menos 3 vezes.

Eu tinha certeza que Thomas não havia dito nada porque se divertia em pensar o quão desesperado eu estava especulando o que tinha acontecido. Em algumas fotos com Alexandra eu podia jurar que ele sabia que estava sendo fotografado, quase posando para a lente. Ele seria o próximo a falar na convenção na Califórnia e eu apostava todo o dinheiro do mundo que Alexandra estaria lá com ele, sendo exibida a todos do meio como o precioso troféu que Thomas roubou de mim.

Isso seria bem mais efetivo do que escrever um texto na internet. Iria me desestabilizar o bastante.

Então para me preparar, continuei tendo sessões quase diárias com Elias. O psiquiatra me ajudava a controlar a raiva, os impulsos, a praticar exercícios mentais sobre relaxamento e controle. Eu sabia que corria este risco, agora eu tinha que me preparar para ele.

Eu poderia ser destruído por dentro, mas não demonstraria isso em momento algum. Para isso, precisava de um exercício, arrisquei que Mariah ia chamar Alexandra para se despedir no aeroporto e acertei o palpite, levando para Mariah um generoso cheque para ela gastar como bem quisesse em Berlim.

Lá estava Alexandra, toda dona de si com seus volumosos cachos, encorajando minha secretária a perseguir um novo sonho, sem nenhum tipo de preocupação passando por seus olhos.

O CEO É O LIMITE - Versão AlternativaOnde histórias criam vida. Descubra agora