Love!

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5 de junho de 2016, Anne.

Acordo e ainda está escuro. Sentia falta de algo, ou melhor, alguém. Luke não estava lá, o que surpreendia-me já que eras o maior dorminhoco do mundo. Apesar disso, Conan ainda dormia e o silêncio predominava entre as barracas.

"Psiu!", Luke sussurra chamando-me para fora ao perceber que acordei. "Quero mostrar-te algo. Siga-me!"

Ainda grogue de sono e sem raciocinar direito, Luke apanha a minha mão e o sigo, que leva-me até a beira do lago. "Não achas que é muito cedo para nadar?", pergunto.

"Não vamos nadar, boba.", ele se senta e chama-me para o acompanhar. "Queria que tu tiveste esta vista.", quando percebo Luke a observar o céu, entendo o por quê do mesmo acordar-me. "Queria deixar este momento fixado na nossa mente.", o céu era uma mistura de rosa, roxo e laranja, contrastando com o sol quase vermelho que nascia ali. "Queres fazer amor?"

Fazer amor. Era uma palavra que eu nunca havia ouvido saindo da boca de Luke, que me observava com um olhar carinhoso. Fazer sexo não era o mesmo que fazer amor. O amor estava de acordo à nossa união, à nossa ligação, o nosso... Amor. "Claro que quero fazer amor contigo, Luke.", sorrio e ao começar a despir minhas calças de pijama, reparo. "Nunca disseste que iríamos fazer amor."

"É porque eu pensava que tu era apenas um lance casual, que eu não me apaixonaria... Mas aconteceu.", ele sorri. "És o meu mundo."

Ao retirar minhas cuecas subo em cima de Luke, que já encontrava-se sem as boxers. Não havia dedos a brincar comigo. Não haviam beijos de língua. Não havia a nossa euforia e velocidade de sempre. Mas algo que havia, era o amor.

Atingimos o orgasmo juntos, e ao fazer, visto-me e deito nas pernas de Luke, que fazia festinhas no meu cabelo enquanto observávamos o melhor nascer do sol de todos os tempos.

(...)

Estávamos no caminho de volta à cidade. Minha mãe dirigia, enquanto os adultos conversavam e eu, Luke e Conan jogávamos verdade ou consequência.

"Ok, verdade ou consequência?", Conan aponta pra mim.

"Hmm, consequência.", respondo.

"Eu te desafio a encher este copo de água em cima da minha cabeça, sem o derrubar, e se o derrubar, deve-me 5 euros.", Conan sorri orgulhoso.

"Pois não vou derramar uma gota!", levanto-me e coloco um copo equilibrado na cabeça de Conan, começo a encher-lhe e ainda nem um pingo... "Calma lá... Tou quase e-"

"Cuidado!", é a última coisa que oiço após apagar.

5 de junho de 2016, Luke.

Um caminhão chocou-se com a nossa van naquela tarde. Capotou diversas vezes até pararmos de ponta cabeça no meio da pista. Foi o momento que vi a minha vida passar diante dos meus próprios olhos e não pude acreditar. Minha visão ficou preta, eu não pensava, eu não falava. Eu havia perdido a consciência? Eu havia morrido?

O distante som de ambulâncias é ouvido, abafado e quando finalmente consigo abrir os olhos, vidros quebrados cortavam-me os braços e Conan... estava inconsciente. "Ei, irmão!", minha voz estava fraca e usei o máximo das minhas forças para o chamar, que respirava pelo menos.

Então, meu olhos voltaram para meus pais, todos machucados, assim como eu, presos de ponta cabeça pelo cinto de segurança. Respirando.

Anne! Anne encontrava-se no teto da van caída, com os braços e pernas cortados, os cabelos antes marrom, agora vermelhos do sangue que escorria-lhe pela testa. "Anne!", grito sem forças algumas, tentando manter-me com os olhos abertos e com a consciência viva. Minhas mãos correram até a fivela do cinto mas sem resultados. "Anne!"

«MY FAVORITE RISK»Onde histórias criam vida. Descubra agora