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23 de maio de 2016, Anne.

Tudo passava-se devagar na minha cabeça, como se fosse um filme de horror e eu quase sentia o arder no meu rosto novamente.

   Não, eu realmente não podia ficar com Luke. Iria o machucar com certeza, e Jake nunca o deixaria em paz. Eu traria apenas problemas.

   E sabes o que acho? Luke apenas estava em cima de mim para deixar Jake, pois ele nunca gostou dele mesmo.

   Mas... Não preciso da pena de ninguém.

   O dia passava-se devagar, eu já havia recusado 11 ligações de Jake e 2 ligações de Luke. Logo, Sarah chama-me ao telemóvel e a atendo.

   "Olá, amiga.", ela diz com um ar triste, "Como andas?"

   Não a respondo, ao invés disso começo a chorar. Algo que estava entalado no meu peito e minha garganta, eu precisava liberar-me. "Não, meu! Nada está bem. Minha cabeça está numa puta correria, foda-se. E não consigo nem pensar, eu... Eu só não quero o machucar, ele não merece a mim e... Eu o amo, sabes? É o meu melhor amigo e ele fizeste de tudo por mim, e caralho... Sinto-me ganda má."

   Ela solta uma pequena risada no fundo, "E quem disse que eu perguntei do Luke?"

   "Perguntou como eu estava a andar e qual é a graça?"

   "Anne, não compreendes. Estás tão apaixonada e sendo carregada até Luke, um tipo que te faz bem, e que ama-te, mas não consegues se deixar levar pelo teu orgulho. És orgulhosa demais para deixar-se levar e ainda sim, pensa que tu não vales à pena para Luke, mas a verdade, é que tu és tão incrível quanto ele e eu amo-te por isso. Poxa Anne, onde está o teu amor próprio?"

   "Eu... Eu não sei Sarah, eu só sinto falta de como éramos antes, eu digo, nós três quando novinhos, lembra?", sorrio ao relembrar aqueles bons momentos. "Éramos tão ingênuos e isso nos fazia nem ligar para os problemas e..."

   "Acontece, Anne, que as pessoas crescem, amadurecem e modificam-se conforme os anos, e tu, tens que aprender a crescer também."

   "Chamaste-me de imatura?"

   "Não, não foi isso, eu disse que precisa aceitar as mudanças e..."

   "Sarah, chega. É sério, eu preciso pensar, ficar... sozinha."

24 de maio de 2016, Anne.

   O dia acabara de amanhecer e o tempo era chuvoso, parecia que iria passar o dia todo chovendo.

   Toco ao telemóvel e vejo 6 mensagens de Luke:

"Anne, por favor. Preciso falar contigo." - segunda, 16:31

"Ei, me liga." - segunda, 18:24

"Meu, por favor!" - segunda, 23:43

"Eu conversei com a Sarah, por favor, quero falar contigo." - terça, 00:22

"Eu não consigo dormir, sabendo que estás magoada, por favor. Eu. Preciso. Conversar." - terça, 04:54

"Quando acordares, chama-me." - terça, 05:24

   Não, eu não iria o chamar. Eu... Apenas, não podia.

   Desço as escadas ainda de pijamas e como o usual, meus pais já haviam saído para o trabalho e para não os preocupar, não havia contado-lhes sobre a suspensão.

   No relógio marcava 08:26 quando a campainha toca. Não costumo receber visitas nestas horas, porém mamãe pedia sempre roupas online, podia ser mais uma. Ou... Luke.

   "Oi.", digo o vendo, com o corpo inteiramente molhado de chuva. "Meu Deus, entra. Olha como está."

   Ele entra e antes de conseguir virar-me para pegar roupas secas, Luke segura meu braço. "Fica, por favor.", as bolsas abaixo de seus olhos eram visíveis e eu me sentia culpada.

   "Eu só vou buscar uma toalha e já venho, okay?", ele assente.

   Subo as escadas e pego duas toalhas, uma calça de moletom do meu pai e uma camiseta do mesmo. Desço as escadas e lhe entrego as coisas. "Troque de roupa, tás todo molhado.", peço e ele assente, retirando a camiseta e a calça que vestia, e não posso mentir que não reparei no que escondia por baixo dessas roupas todas. Ele veste as novas roupas e enfim, está seco.

   "Olha, eu realmente preciso conversar."

   "Não, Luke, eu..."

   "Por que andas a me evitar?"

   "Eu não..."

   "E não digas que não está evitando-me, pois está. Eu não quero mais ouvir desculpas e sei que o que aquele escroto fez contigo, sei que magoou-te profundamente e sei que eu não sou a pessoa ideal, mas tu és minha melhor amiga, e olha, me desculpe, mas eu me preocupo contigo, caralho! Então por que andas a me evitar?"

   "Eu estou me apaixonando por você, tá legal?", digo sem pensar.

   "Nossa.", Luke sorri, "E o que quer fazer sobre isso?"

   "Esse é o problema, Luke, esse é o problema. Tenho medo do risco que estou tomando ao entregar-me ao amor novamente, novamente! E..."

   "Cala a boca.", Luke toca-me o rosto com delicadeza, como se eu fosse uma boneca de porcelana e pudesse quebrar-me a qualquer momento. "O problema é que, se eu te beijar agora, não sei se serei capaz parar.", sorrio, até sentir o toque dos teus lábios aos meus.

   Um beijo carinhoso, logo tua língua puxa-me para algo mais quente. "Não fazes ideia do quanto eu esperei por isso.", ele pronuncia e logo beija meu pescoço suavemente.

   Tuas mãos fortes vão em direção a minha cintura, a pressionando contra ele, eu conseguia o sentir, nunca na minha vida havia tido uma sensação neste nível. "Luke, para.", minhas mãos vão em direção a seu peito o afastando. "Tens que entender que sou um risco e que sabes que tudo a minha volta se desmorona e... Não quero isso para tu.", Luke toca meu cabelo, o colocando para trás da minha orelha.

   "És o melhor risco que eu alguma vez tomei e,", tuas mãos vão em direção a meu rabo, pegando-me no colo e encontrando-me em cima do balcão da cozinha, agora. "com a melhor recompensa." Teus lábios poisam nos meus gentilmente, como se pedissem permissão para entrar em contato comigo.

Ele era meu risco, ele era meu pecado, ele queria me corromper. E eu o deixaria o fazer.

FINALLY!!!! Eu mal esperava para finalmente Luke e Anne conseguirem o teu tão esperado beijo, bueda cute, podem concordar 🥺

Não esquecem de meter a estrelinha ⭐️

«MY FAVORITE RISK»Onde histórias criam vida. Descubra agora