XI

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30 de maio de 2016, Luke.

Quando percebo, a minha garota estava a dormir feito um anjo em meus braços. Teus cabelos cacheados encontravam-se todos bagunceados em teu rosto e tua respiração finalmente acalmara-se.

Não, eu nunca fui aquele tipo que arranja todas as raparigas da escola, apenas para foder. Bem... Não vou mentir que homens são seres idiotas e que fazem tudo pela atenção de pobres garotas.

Minha primeira vez foi com Bethanny Wilson, aquela rapariga metida e rica, e eu apenas não queria mais ter o meu rótulo de virgem e Bethanny tirou-me. As outras cinco vezes foram com raparigas que uma vez, eu acreditei no amor delas, mas todas estavam apenas interessadas no que havia em baixo das minhas jeans.

Anne era diferente. Anne sempre foi e sempre será, a miúda que um dia quebrou meu carrinho de bombeiro e como pedido de desculpas, deu-me um avião de papel junto com flores, dizendo que mesmo que não fossem iguais, nos divertiríamos se ficássemos juntos, e foi o que houve. Naquela tarde, eu e Anne brincamos de diversas histórias e inclusive, com o meu carrinho de bombeiros partido ao meio.

Inclusive, o apelido "leão" que a chamo vem desta idade, quando eu brincava que ela era o leão e os meus bonecos tinham que a deter. Não posso mentir, ela nunca gostou, mas sempre foi a minha maior diversão a ver zangar-se comigo, fazia uma cara bueda engraçada!

Eu a amava, e talvez essa seja apenas a sexta vez que eu acredito no amor e o final todos sabem o que acontece.

Mas eu amava o teu cheiro, os teus olhos castanhos amendoados, teu cabelo bagunceado, teus lábios simetricamente perfeitos que encaixavam-se tão bem com os meus, teu corpo que era melhor que qualquer outro e sobretudo, a tua inocência mata-me e deixa-me ereto apenas de pensar.

Ela é um- "Olá, estou em casa!", a voz da mãe de Anne é ecoada pela casa, merda! Estamos nus! "Olá?", teus passos sobem pelas escadas em direção ao quarto de Anne e não tenho outra idea além de cobrir-nos e fingir dormir. "Anne? Filha está cá?- Oh!"

Finjo acordar, esfregando os olhos e finjo assustar-me ao ver a mãe dela observando-nos, mesmo que agora cobertos por uma manta, ela sabia o que escondia por debaixo da mesma. "Oh, desculpa Elena, eu já... Já estava de saída."

"Não se importe, só foi um bocado embaraçoso para mim o ver deste jeito, mas... Sei que és um bom gajo.", ok agora podes sair? Um silêncio constrangedor mantém-se no ar. "Enfim, vou me retirar." Graças!

30 de maio de 2016, Anne.

Acordo com o movimento no peito de Luke. Estava rindo? "Oh merda!", e continua rindo. "Não queria acordar-te."

"O que passa?", digo ainda grogue de sono.

"Tua mãe.", isso o faz rir histericamente o que contagia-me mas ao mesmo tempo preocupa-me.

"Ela nos viu? Oh céus, ela já estava aqui antes e nos ouviu?"

"Não, ela chegou logo quando tu havia começado a dormir, e então cobri-nos com o manto para ela não... ver."

"Oh merda! Ela deve estar agora mesmo no telemóvel com a tua mãe!"

"Essas fofoqueiras de merda!", ele ri o que faz-me rir também. "Pronta para um round 2?"

"Luke! Aquieta-te, minha mãe está em casa e não duvido nada ela estar na porta a escutar-nos.", Luke coloca a mão na boca e ri abafado. "Anda lá, vamos nos vestir."

Luke ri e ao mesmo tempo levanta da cama, dando-me uma perfeita visão do seu rabo. Levanto-me também e enquanto visto-me, percebo Luke a encarar. "És tão linda."

"Luke...", teu corpo aproxima-se de mim e enfim, toca meu queixo, fazendo-me o encarar nos olhos.

"És tão querida que se eu pudesse, eu beijaria-te até que todas as tuas cicatrizes estivessem curadas.", tuas fortes mãos tocam meus cabelos, os colocando atrás da minha orelha.

"Se continuar assim, vou ser obrigada a me apaixonar por você.", digo e o mesmo sorri daquele teu jeito divertido de sempre. A verdade era que o Luke que eu costumava conhecer quando éramos crianças nunca havia ido embora, eu apenas havia conhecido um outro lado dele. "Eu te amo."

Sua cabeça abaixa-se a vir de encontro com os meus lábios, mas não os encosta, invés disso sorri. "Eu te amo.", e enfim abraça-me pela cintura e poisa um leve beijo na minha testa.

"Ai, que coisa mais linda vocês!", a voz de minha mãe invade o meu quarto e tendo em conta que Luke estava apenas de jeans e eu apenas de roupas íntimas, a vergonha nos encheu em cheio.

"Mãe!", digo, escondendo-me atrás do corpo alto de Luke.

"Desculpa, desculpa! Só queria dizer que Karen ligou-me e sugeriu uma noite de pizza lá na tua casa. Ajeitem-se e tratem de vestir roupas!", com isso ela ri e fecha a porta.

Luke segura a risada olhando para o meu rosto vermelho de vergonha e assim o dou um tapa no peito, juntando-me a tua risada gostosa. "Ouviste-a: vista roupas,", Luke abaixa-se um pouco mais chegando aos meus ouvidos, "se não vou ser obrigado a foder-te em cima da mesa de jantar."

Aquela frase arrepiou-me toda da cabeça aos pés de uma forma um tanto quanto íntima. Sentia que minhas bochechas iam pegar fogo se continuasse assim. "E eu não reclamaria, obviamente."

"Olá, minha querida, como vai?", Karen abraça-me forte quando me vê. "Parece que não te vejo a séculos! Não vens mais em casa?", tu que pense...

"Pois, deveria vir mais aqui... Tu e Luke tens tantas memórias.", David, seu pai diz.

"Ya, sinto ganda falta do balanço.", onde eu e Luke passamos tardes inteiras a brigar para ver quem ia balançar-se primeiro.

"Se quiser passar a noite aqui para compensar a tua ausência... Está convidada e aposto que Luke adoraria, não é, querido?", sua mãe diz sorridente.

"Claro, temos colchão extra. Podemos fazer uma noite dos pijamas.", sorrio com a ideia até nossos pais concordarem e enfim, começarem a conversar entre eles...

"E tu, Elena, temos tanto o que conversar!", Karen diz nos expulsando com os olhos para elas poderem fofocar em paz.

"Queres jogar videogame?", Luke pergunta.

"Sabes que sou muito boa nesses jogos e posso vencer-te sem ao menos tentar..."

"Veremos.", teus olhos se cerram em um desafio e corremos até a sala pegar os consoles. "Suponho uma consequência para quem perder."

"Hm, diga...", pergunto curiosa.

Luke chega até o pé do meu ouvido e sussurra. "O perdedor está devendo um oral ao outro."

"Fechado!", respondo risonha. Escolhemos Mario Kart, o que ambos éramos muito bons.

No final, eu acabei ganhando, o que não deixou Luke mesmo triste. "Vais ser quando tu menos esperar.", ele ri... Andava planejando algo?

"E por que não hoje?", faço uma cara tristonha e Luke ri.

"Meus pais vão estar aqui, sua safada! Vamos ter apenas uma noite do pijama por hoje, certo?"

"Como nos velhos tempos.", digo e sorrio.

"Como nos velhos tempos."

⭐️

«MY FAVORITE RISK»Onde histórias criam vida. Descubra agora