A Dama das 7 encruzilhadas

Inesperado

"O outro lado da cama estava frio, e homem que eu amava também"

Eu teria inúmeros motivos para me arrepender do que eu fiz, mas o ódio e o rancor, me fizeram ter mais certeza de que eu fiz a coisa certa. E não me venha com o discurso " se você realmente amasse ele não faria isso"

Ah moça... quando você ama, você é capaz de tudo, mas quando você pega ódio, você é mais capaz ainda.

Martin... esse era o nome dele, ele era o tipo de homem que atraia olhares onde quer que fosse, ele era o tipo de homem que qualquer mulher gostaria de ter ao seu lado, além de ser formoso, Martin era um homem muito inteligente, era ele quem comandava a segurança de nossa Vila...assim como ele comandava cada batida do meu coração.

Eu sempre fui perdidamente apaixonada por ele, eu não conseguia ter olhos para outro homem. Nossa família por sinal eram amigas, e como vocês já devem imaginar, naquela época os casamentos eram arranjados...e eu lembro perfeitamente do dia em que recebi a notícia de que eu iria me casar, ou melhor, que eu iria me casar com o homem que sempre gostei.

— Judite, desça aqui! - de meu quarto ouvi a voz de meu pai chamando uma das criadas. E em menos de 5 minutos ela estava batendo na porta de meu quarto pedindo para que eu fosse ao encontro de meu pai.

Coloquei meus sapatos e corri em direção a escada, quando cheguei na sala de visitas, lá estavam eles: minha mãe, meu pai, Martin e seus pais.

— Helena minha filha, sente-se, precisamos conversar - disse meu pai em tom serio - eu e João Pedro andamos conversando... você e Martin já estão crescidos, sempre viveram juntos, por que não casar!- disse ele de forma direta.

Martin ousou levantar a voz, mas seu pai o interrompeu e disse:

— Martin, é o melhor a se fazer meu filho Helena é de uma boa família, uma ótima moça, com certeza ela vai ser uma ótima mulher para você.- ele mexeu em seus bolsos e tirou uma caixinha preta- tome meu filho, faça as honras

Martin se levantou, caminhou em minha direção, e se ajoelhou em minha frente, me fitando com aqueles olhos negros que me despiam só com um olhar, ele abriu a caixinha e lá estava um anel lindo, com uma pedra tão grande que eu nunca havia visto em toda minha vida, ele abriu e sorriu para mim e fez a pergunta que eu tanto esperava.

— Helena. Você aceita se casar comigo?

Suspirei, tentei controlar as lágrimas, mas foi impossível, com a voz embargada, eu dei a minha resposta.

— Sim eu aceito!

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Eu e meu noivo sempre fomos próximos, devido a amizade de nossas mães, durante toda minha vida eu tinha por ele um sentimento escondido, e agora mais do que nunca eu poderia mostrar ao mundo o meu sentimento por aquele homem.. Martin era um homem muito formoso, alto, cabelos e olhos negros, sempre usando roupas pretas e aquela capa, -meu pai sempre dizia que homens de poder usavam capa- seus olhos eram como a noite, mas o seu sorriso, o seu sorriso era tão lindo como a lua. Eu nunca encontrei um homem tão bonito como ele, eu não sei explicar, algo nele me encantava, me encantava como se eu estivesse enfeitiçada.... Mas não era feitiço, eu sabia todos os feitiços de amor. E eu não estava e nunca estive enfeitiçada, eu amava, amava perdidamente um homem que não sentia absolutamente nada por mim.