Nem tudo são flores

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Doi, doi muito moça, como doi conhecer o outro lado do homem que você ama, ou melhor como doi conhecer quem realmente ele é! Martino não só me mostrou quem ele era, mas sim como eu era, como eu era frágil e fraca.... eu demorei muito até perceber que o fato de meu marido agir daquela forma não era culpa minha mas sim dele, demorei até perceber qual seria a única forma de me livrar dele...


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Dor... dor no coração, dor em minhas partes intimas, dor em meu corpo, tudo doía, eu imaginei que estaria preparada para a minha primeira noite de amor, eu achei que seria maravilhoso, que eu estaria nas nuvens, mas naquele momento eu estive o mais próximo do inferno.

Meu corpo tinha roxos por toda parte, naquele momento trancada longe de meu marido, me permiti chorar todo medo e toda angústia que vivi naquele momento... Ninguém disse que ia ser fácil, mas também não disse que seria difícil, no momento em que meu esposo abriu a porta e me levou para a cama, eu decidi que não deixaria mais o medo me abalar, muito menos regredir para a menina que eu era antes de casar, era hora de ser mulher e enfrentar a vida de casada que eu escolhi.



Percebi que já era hora de levantar quando o sol batia em meu rosto, meu marido dormia em um sono pesado, mas ja era hora de levantar. Lavei meu rosto, ao me olhar no espelho percebi que as marcas em meu corpo ainda estavam aparentes, estava muito calor porém não havia outra opção de roupas para vestir, então coloquei um vestido vermelho de mangas compridas e gola alta, só assim escondera as marcas da noite de "amor" que tive com meu marido.


O cheiro de bolo de fubá entrava em minhas narinas, era o primeiro dia de Mariana em nossa casa, ela era filha de seu João um dos homens de confiança de meu pai, foi muito bem indicada para trabalhar em minha casa, Mariana era jovem assim como eu, mas nunca fomos próximas talvez seja pela condição financeira, mas nunca entendi, crescemos basicamente na mesma casa, a mãe dela ajudou a me criar e mesmo assim não tínhamos um laço forte, mas ao precisar de alguém para ajudar nos trabalhos do lar, não pensei duas vezes antes em a chamar.


À cada degrau que eu descia o cheiro ficava mais forte, abri as portas da cozinha e lá estava ela, com seus cabelos escuros presos no alto da cabeça, vestida em uma roupa simples e bonita.


— Bom dia Mariana!! - Mari, se virou a mim, com um sorriso satisfeito e disse:


— Bom dia dona Helena, a senhora está bem? - falou me medindo dos pés a cabeça.


— Ah, por favor não me chame de senhora, crescemos juntas... pode me chamar de você! E respondendo a sua pergunta, sim eu estou bem e você ?


— Também estou, na verdade perguntei por que a senh.. desculpe, você está com vestido de inverno... lá fora está um calor muito forte. - esclareceu.


Minha tentativa de esconder as marcas em meu corpo não podiam falhar, respirei fundo e respondi.


— É... acho que estou com um pouco de febre, sabe, o casamento.. eu ja não estava muito bem de saúde, acho que juntou tudo.. - expliquei

A Dama das 7 encruzilhadasOnde histórias criam vida. Descubra agora