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— Desculpe, mas nós não temos nenhuma vaga para você no momento.— disse a mulher, agradeci a mesma e saí do lugar.

Eu estava cansado disso, em todos os cantos que procurava um emprego, era sempre a mesma coisa. Me sentia inútil, eu sei que estava me esforçando muito para conseguir, mas isso não bastava, eu queria voltar a estudar e me formar naquilo que sonho há muito tempo. Se aquele acidente não tivesse acontecido, meus pais ainda estariam aqui e me ajudariam com toda certeza, mesmo eles não tendo o dinheiro suficiente, eles não iriam me abandonar como minha tia fez, eu pensava em voltar para a sua casa, mas mesmo que eu implorasse por isso, ela não deixaria. Continuei andando em busca de lojas, estabelecimentos ou qualquer lugar que poderia me querer para trabalhar, porém ao adentrar me diziam que não precisavam de ninguém.

Decidi que iria descansar um pouco, encontrei um banco e me sentei no mesmo. Comecei a pensar na Noonim e me lembrei de ontem à noite, não sabia ao certo o que tinha dado em mim, mas eu não ia conseguir descansar sabendo que ela poderia ter uma crise e eu não estar lá para ajudar, não imagino o quanto a mesma deve ter sofrido com isso.

Ela estava certa, eu ainda era o mesmo Suk de sempre, não consigo enfrentar minha timidez e ainda sou apaixonado por ela, achei que esses anos longe poderiam me ajudar esquecê-la, mas falhei incrivelmente nesse plano. Ela ainda continua tão bonita, mesmo que tenha mudado sua personalidade, sei que ainda existe um vestígio do que ela era antes dentro da mesma, eu só precisaria derrubar as barreiras que ela construirá e assim quebrar todos os seus medos.

Sorri com esse pensamento, como eu já tinha acabado todos os lugares para ir hoje, decidi que já era a hora de ir embora. Eu ia chamar um táxi, mas me lembrei das palavras da omeoni:

Não hesite em chamar a S/N! Ela tem que sair do trabalho um pouco”.

Eu não queria ter que fazer isso, ela parece ser uma pessoa muito ocupada, desde quando me mudei para a sua casa, não a vejo muito, sempre volta tarde e não gosta de conversas assim que chega. Peguei o celular um pouco nervoso, disquei seu número e esperei a ligação começar, deixei minha mão livre no bolso da calça jeans. Tocou umas duas vezes, na terceira eu já estava desesperançoso que ela fosse me atender, porém me surpreendi ao ouvir sua voz no outro lado da linha.

— Você está muito ocupada agora?— perguntei, tinha certeza de que levaria um “sim”.

Não, Suk. O que quer me falar?

Desencostei o celular da orelha para ver se tinha acertado o número, da última vez tive que batalhar para conseguir um recado dela, mas agora a mesma estava prontamente para me atender.

— B-bem... Eu queria saber se... Você pode vir me buscar.— digo com dificuldade, eu não esperava por isso.

Hum, deixa eu ver...ficou quieta por um momento, mas logo riu curtamente — É claro que posso! Só me diga onde está.

Ainda surpreso, falei o endereço do lugar em que me encontrava, ela me avisou que não demoraria muito e encerrou a ligação. Um sorriso sincero apareceu em meu rosto, não sei se isso são obras da minha mente apaixonada, mas ela parecia estar encontrando um tempo para mim, isso me deixava cada vez mais feliz, eu poderia tentar dizer de uma vez o que sinto há tanto tempo, mas quando estamos perto, meu coração vibra e as palavras somem, eu simplesmente não sei o que faço comigo.

Tenho essa timidez e insegurança que não deixam que eu consiga me abrir abertamente, ainda mais para uma pessoa que eu gosto, melhorei com o passar dos anos, antes eu deixava que isso me dominasse, S/N me ajudou um pouco a superar alguns medos.

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