Capítulo 3: It rains, or not?

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- ERA VOCÊ SIM! – Paulo bate na mesa com raiva

Paulo e Mark estão encharcados. Depois da praia, vieram direto para casa. Paulo não parou de falar no caminho o quanto aquela mulher era idêntica a mãe dele, porém ao chegarem, eles encontram Tom lavando a louça e Michele descascando alho na cozinha. Paulo se enfureceu:

- Paulo, a sua mãe chegou poucos minutos depois de vocês terem saído.

- Mas eu juro que te vi na praia. Era você mesma! – ele se vira para Mark – Você estava lá! Mark, você viu!

- Bom, elas são parecidas, mas estava escuro, não dava pra ver direito!

- Quando eu cheguei o Tom disse que vocês já saído atrás de mim. O que eu podia fazer era esperar vocês voltarem. – Michele comenta

- Caramba. Não tinha como a gente não se encontrar...- Paulo murmura

- Bom, acho melhor você ir tomar um banho, pipo. Para esfriar a cabeça! – Michele diz se levantando e fazendo um cafuné no cabelo molhado de Paulo – Vocês dois, vão para o banho. Amanhã vamos para a praia e vocês não vão poder entrar na água se estiverem resfriados.

Mark entrega a sacola com o tempero a Tom. Paulo sai ranzinza e vai em direção ao quarto. Michele levanta da cadeira:

- Eu vou falar com ele. Vai tomar um banho, nego. – Michele sai da sala atrás de Paulo

- Mais um desses ataques de pirraça dele. Estão ficando mais frequentes... – Tom comenta enquanto corta

- Você acha que quando ele crescer vai passar?

- Eu acho, mas até lá... – Tom se vira e observa as roupas de Mark – Vocês entraram na água?

- Não, pegamos chuva! – Mark responde, então Tom olha pela janela

- Mas não choveu!

Era uma manhã quente e os garotos estavam andando rumo à praia com o Michele e Tom, este que estava carregando uma mochila com algumas coisas úteis para usarem na praia. Os garotos estavam totalmente sonolentos:

- Eu poderia estar dormindo. – Mark comenta logo depois de bocejar

- Queridos, estamos na praia. Não existe essa de dormir não! Temos que aproveitar. E ninguém mandou vocês irem dormir tarde jogando aquele joguinho de quebrar blocos. – Michele retruca com voz irônica

Eles chegam na praia e há muita gente por lá, pulando ondas, nadando e se divertindo, também há aviões passando com avisos e propagandas e pessoas vendendo comida, brinquedos e acessórios. Eles procuram uma mesa com guarda-sol e se acomodam por ali mesmo. Michele pega o protetor solar e começa a passar em Tom:

- Vocês não se esqueçam de passar também! Ninguém quer se queimar. – Ela entrega para Mark que começa a passar em si mesmo, mas começa a ter dificuldade para passar em partes fora do alcance

Mark chama por Paulo e pede para que ele o ajude, mas ele está ocupado olhando atentamente para alguns banhistas à esquerda deles e não percebe o amigo chamando ele:

- Paulo? – Ele chama mais alto

- Ah. Oi! – Paulo responde assustado

- Me ajuda aqui com o protetor solar? – Mark observa o amigo

- Ajudo sim!

Depois de alguns minutos, Tom e os garotos entram na água, já com sungas, para se divertir com as ondas. Enquanto isso, Michele está tomando conta das coisas, tomando um banho de sol deitada, de biquíni, sob uma toalha. Depois de algum tempo, os garotos cansam e vão descansar junto à Michele, deixando Tom para trás:

- Vocês vão querer tomar um banho de sol também? - Ela Pergunta – É bom para relaxar.

- Eu acho ótimo! – Mark responde

Ele pega uma toalha, estende ela sob a areia e deita em cima. Paulo senta ao lado dele. De repente eles ouvem uma voz:

- Ei, Michele. Entra aqui! A água está ótima! – Tom grita no meio das águas

Michele solta um riso e se levanta:

- É bom estar mesmo, hein. Se não você vai ver! – Ela retruca – Meninos, fiquem de olho nas coisas porque eu tô indo lá, ok?

- Tá bom. – Mark responde

Mark se senta na toalha e observa Michele correndo até Tom, observa eles se divertindo jogando água um no outro. Mark suspira com um olhar apaixonado. Ele se toca que Paulo está quieto. Quando olha o amigo, ele está observando os banhistas à esquerda deles. Mark olha também e se lembra que aquele foi exatamente o lugar onde viram a mulher misteriosa. Perto da rua do mercado e do fim da praia, perto de uma montanha e algumas rochas:

- Você ainda tá procurando por ela? – Mark pergunta, sem resposta ele cutuca o amigo

- Hã? Você disse algo?

- Você tá procurando ela, né?

- Quem?

- Aquela moça misteriosa. Você tá muito quieto!

- É que, às vezes eu tenho medo de ver coisas demais sabe, onde não tem. De estar enlouquecendo aos poucos e, mesmo que você tenha visto também, eu ainda sinto esse medo. – Paulo confessa com uma voz de tristeza, desanimado

- Ah, cara. Não fica assim. Sabe, uma cantora incrível me disse uma vez que as melhores pesso- Paulo se levanta e começa a gritar, cortando Mark

- É ela! – Ele aponta para a multidão e sai correndo atrás dela

- Paulo, as coisas! – Mark junta tudo rapidamente, coloca dentro da bolsa e esconde debaixo da mesa. Ele se levanta e corre atrás de Paulo.

Paulo está correndo tão rápido que Mark quase o perde de vista. Paulo era o garoto mais pálido naquela multidão, além de ser o único com um cabelo extravagante. No meio daquela corrida, Mark reparou que as pessoas que ele estava esbarrando sem querer estavam diminuindo, até sumirem completamente. Além disso, começou a chover de repente, as nuvens estão cobrindo o sol, deixando o dia mais escuro. Paulo caiu e Mark sentiu aquilo como um dejavi.

Ele se aproximou do garoto para ajudá-lo a se levantar, mas ao encostar nele, Paulo se recusa:

- NÃO PRECISA! - Ele fala com tom de fúria - Eu sei me levantar sozinho!

- Paulo... – Mark murmura com um tom de voz triste – Você sabe que eu só quero te ajudar, amigo.

Mark observa Paulo chorando. A atenção dos garotos é roubada por algo brilhante perto deles. Paulo e Mark olham ao mesmo tempo:

- Um urso...? – Mark estranha

- Um cachorro...? – Paulo estranha

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