O Brilho da Morte

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Sozinho em seu escuro salão, Bástian sofria com todo os acontecimentos em sua amada cidade. A situação complicava tanto, que a falta de alimentos se tornou mais um problema. Devido a crescente formação de grupos radicais, muitas famílias abandonavam constantemente Greenfield. O lorde Quitamés escrevia constantes cartas, para Eldur e Vinúr. Contudo, nunca recebeu uma simples mensagem de volta. Além disso tudo, o exército de Bástian começou a desistir. Apenas restaram, aqueles que mantinham sua confiança. Por isso, o mesmo ordenou que qualquer combate fosse evitado. Em um momento, Sir All sugeriu que o vilarejo Hope poderia ajudar com a questão de alimentos. Mas Bástian disse que a cidade já não tinha mais controle, seria uma ideia fadada ao fracasso. Após o festival, o grande lorde perdeu tudo que ele pudesse imaginar. Em um de seus momentos de solidão sua esposa tentou lhe reerguer.

― Não pode permanecer isolado para sempre Bástian! ― disse a doce Lady Ferrí. ― A cidade precisa mais do que nunca, de seu Lorde. Não se de pôr vencido, levante-se!

― Eu não pude nem salvar nosso filho, como salvarei uma cidade? ― disse o lorde, sem ao mesmo olhar nos olhos de sua esposa. ― Deixarei o tempo, cuidar de Greenfield. Essa cidade está amaldiçoada Ferrí, não há nada que eu possa fazer.

Olhando o estado de seu marido, a Lady se aproximou lentamente. Após lhe lançar o olhar de reprovação, a mesma desferiu um tapa no rosto de Bástian.

― Não seja covarde Bástian! É dessa maneira que quer ser lembrado? ― disse Ferrí. ― Mostre ao povo, quem é seu líder. Os ajude, diga-os que não estão sozinhos. Não fomos os únicos que perdemos alguém, mas somos quem pode fazer a diferença. ― A lady deixava o salão, enquanto dizia tais palavras.

Refletindo sobre o que sua esposa lhe disse, Bástian percebeu o quanto estava errado. A covardia só pioraria aquela situação. Além de tudo, sua própria família estava sofrendo com a crise. Com isso, o Lorde jogou sua taça no chão e se levantou. Na verdade, o mesmo era pura raiva e ódio. Quebrando tudo que lhe estava próximo. Os soldados no exterior do salão, só ouviam os gritos e mobília sendo quebrada. Em um estado deplorável para um Lorde, Bástian deixou o grande salão.

― Fico grato por não terem desistido! ― disse Bástian, para um grupo de soldados. ― Abram o portão do castelo! Tenho que ajudar meu povo. ― Bástian estava consumido, por um senso de responsabilidade. ― Quem quiser me acompanhar, ficarei eternamente grato. Aqueles que não forem, não sofrerão nenhuma consequência. ― Bástian disse tais palavras e se deslocou até o jardim.

Enquanto o Lorde se deslocava até a cidade, Luck si mantinha confinado. O rapaz não era visto a dias, em seu quarto o mesmo só permanecia em seu mundo. Nada mais importava para ele, a única coisa que lhe permitia viver, era seu desejo de vingança. Após a discussão com seu mentor, Luck percebeu que precisava se preparar. De tal maneira, ele pegou todos os livros que falavam algo de Gleymt. Sendo o diário de Kozi, o objeto que ele mais tinha contato. A mente do jovem Quitamés, era uma mistura de informações. Seus inimigos não eram quaisquer seres, qualquer informação era útil. A luta contra o carniceiro e chefe Wolf, surgiam repentinamente em sua mente. Enquanto lia o diário do alquimista, alguém bateu em sua porta. Após a quinta batida, o rapaz resolveu se levantar para abrir a porta. Acreditando ser sua avó. Contudo, a pessoa que adentrou seu quarto foi seu mentor Allbert.

― Olhe pra você Luck! Eu não posso mais, deixar você se destruir. ― O cavalheiro caminhou até a escrivaninha, onde pegou um livro. ― Entendo que é um momento difícil, mas ficar aqui o dia inteiro só piorará a situação.

― Não há nada que me interesse lá fora! Não venha com o mesmo discurso, não estou preocupado em liderar Greenfield. ― disse Luck, com um olhar de ódio.

A crônica dos Renegados : A ascensão de RoyalflameOnde histórias criam vida. Descubra agora