Capítulo 3

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Obrigada!



BEATRIZ

Miguel havia mudado, e este fato não poderia se justificar como a minha dificuldade de adaptação para aquele primeiro dia. Suas atitudes sérias e confiantes eram indícios claros demais para mim. Mesmo carinhoso, aquela sensação estranha em relação a ele começava a revirar meu estômago. Porque não pude ignorar a arrogância nítida em sua postura, quando destratou o funcionário do restaurante, como se ele fizesse questão de deixar claro os limites entre os dois.

Que droga!

— Viram que absurdo? Tive que repetir três vezes o pedido para aquele incompetente.

— Você falou baixo demais – Alice acusou. – Não me surpreenderia se descobrisse que fez de propósito – cruzou os braços e entortou a boca, desafiando meu namorado.

— Estamos em um restaurante e não em um estádio de futebol – Miguel rebateu, sem se preocupar em se defender da acusação.

— Jesus Cristo! – Alice reclamou, no entanto, desistiu, preferindo pegar o celular e se entreter com ele, ignorando por completo o que ele dizia.

Tentei organizar meus pensamentos. A irritação me impedia de falar sobre qualquer outro assunto. Eu sei. É terrível se calar diante de uma situação ruim, mas esse era o meu jeito de resolver as coisas. Eu interiorizava, refletia sobre o assunto e só depois de compreender como realmente aquilo me atingia, externava. Meu silêncio não significava que eu estava de acordo e Miguel sabia disso.

E foi por este mesmo motivo que o jantar aconteceu quase num silêncio total, corroborado por Alice, já que ela também conhecia a maneira como eu funcionava e colaborava para que juntas ignorássemos por completo o meu namorado.

Eu lutei. Juro que me esforcei para desfazer aquele clima ruim, mas Miguel não ajudou.

— Como está a sua carne? A minha está horrível! Quase crua. — Reclamou. Aliás, foi só o que ele fez desde que lhe ofereci o meu silêncio. — Eu deveria ter te levado em outro lugar, Bia.

— Aqui está ótimo. Obrigada! — falei baixinho, antes de entupir a boca com mais comida e me manter livre de tecer qualquer comentário.

Olhei de relance para Alice, que parecia se divertir com alguma coisa em seu celular, o que também me irritou. Ela poderia me ajudar a não deixar o jantar tão indigesto.

Recusei a sobremesa, não me importei quando Miguel desistiu do seu prato e solicitou a conta, não antes de liquidar com todo o vinho que havia solicitado. Ele estava dirigindo e ainda assim... achei melhor prosseguir calada.

— E o que vamos fazer agora? — perguntou diretamente para mim, deixando Alice fora do convite. Sua mão acariciava a minha por cima da mesa. — Podemos ir ao cinema, ou eu posso te apresentar o meu apartamento — sussurrou galante.

— Prefiro ir para casa, Miguel — anunciei, sem me importar com a sua surpresa nítida. — Estou bastante cansada. Não desfiz as malas, não organizei o que preciso para a matrícula amanhã e nem mesmo me informei sobre como devo proceder.

Por Mil AnosOnde histórias criam vida. Descubra agora