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Isabela

Acordo com o barulho de Fred chegando.

Me levanto e ao olhar para ele, fico triste e preocupada.

-  O que aconteceu? - pergunto ao ver os ferimentos dele.

- Uma entrega não ocorreu bem, e houve uma briga.

Suspiro e me levanto.

- Sente-se - ordeno - Eu vou pegar o kit de primeiros socorros.

Corro até o banheiro e pego toalhas e o kit.

Ao retornar ao quarto, vejo que Fred me obedeceu, porque ele está sentado na cama esperando.

- Tire a camisa - digo.

Ele levanta a sobrancelha e me olha de maneira sugestiva.

- Eu preciso olhar seus ferimentos - rebato - Não pense coisas indecentes.

- Só consigo pensar em coisas indecentes quando estou com você - ele geme de dor ao levantar os braços para retirar a camisa.

Vejo confusões, mas nenhum corte, apenas uma pomada será eficiente.

Olho as cicatrizes dele.

Passo os dedos suavemente por elas.

- Por quê você tem tantas cicatrizes? - pergunto.

- É o meu trabalho - ele responde simplesmente.

- Deve ter sido difícil - sussurro.

- Sim, foi - ele admite - Ainda é.

Quero tanto confortar ele e dizer que eu sei tudo, sei que ele está fingindo, que ele é um agente disfarçado, mas engulo as palavras e cuido dos ferimentos dele.

- Isso sempre acontece - comento.

-  O quê?

- Eu cuidar de você - digo sorrindo.

- Nós estamos sempre salvando um  ao outro.

Olho nos olhos dele e vejo preocupação.

- Você quer um medicamento para dor? - pergunto.

- Estou bem - ele sussurra e pega minha mão.

Para minha agradável surpresa, ele beija minha mão delicadamente.

- Eu tenho medo, Isabela.

- De quê?

- De não ser capaz de protegê-la - diz - De estar colocando sua vida em perigo, pelo motivo egoísta de não conseguir ficar longe de você.

-  Então eu sou egoísta também, porque não quero ficar longe de você.

Ele sorri, e não consigo resistir e o beijo. 

***

- Ei - Milena me chama quando estou me preparando para ir trabalhar.

Eu e EleOnde histórias criam vida. Descubra agora