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Isabela

Após uma semana desde a minha mudança, estaciono cansada em frente ao meu prédio, a rua está escura demais, é quando percebo que a luz do poste que ilumina a frente do prédio está apagada, deve estar queimada, devo ligar para a rede de energia, mas não hoje, estou muita cansada.

Olho a hora e vejo que falta 15 minutos para ser 3h da madrugada.

Pego minha bolsa, travo meu carro e atravesso a rua, tentando me guiar om a luz do meu celular, quando estou quase chegando ao portão da entrada, esbarro em algo. 

Olho desorientada para ver no que bati, até perceber que foi uma pessoa. Meu coração acelera.

- Eu... - antes que possa reagir, o homem encosta um objeto em mim, não demoro a perceber que é um objeto cortante, um lamina. 

- Calada - ele diz rudemente próximo a mim.

Faço uma careta, o bafo de álcool dele chega em mim, ele está completamente bêbado. 

- Vo-você pode levar minha bolsa - digo.

Ele ri e se aproxima de mim de um jeito lascivo.

- Eu não quero seu dinheiro, vadia - diz - Eu quero você.

Tento me afastar, mas o aperto dele em mim é forte, mesmo estando bêbado ele consegue estar estável, provavelmente já está acostumado a ingerir tanto álcool.

- Por favor - eu imploro - Você não vai querer fazer isso...

Ele me ignora, e me puxa.

- Venha comigo.

- Não - tento resistir, mas ele pressiona a lamina em meu quadril com força, me machucando. Gemo de dor. 

Ele começa a me arrastar para a lateral do prédio, no escuro, sem saber como me salvar, meu coração acelera e eu estou quase chorando de medo do que está por vir, quando ouço.

- Pare! - gritam.

Eu congelo, assim como bêbado que está me arrastando.

- Largue a moça - diz uma voz não muito distante.

Tento ver quem está falando, mas está escuro, e minha visão está turva por causa das lágrimas. Meu coração aquece com esperança. 

- Fique fora disso - diz o bêbado - Ou eu corto você.

- Eu quero ver você tentar - continua a voz do homem misterioso - Esse território é dos Barone, e eu sou Fred Barone.

E daí? - questiono a mim mesma, sem saber qual é a razão do argumento dele, mas o bêbado ao meu lado congela e se afasta de mim na hora.

- B-Ba-Barone - ele gagueja - Eu... 

- Saia da minha frente - diz o tal Fred Barone. 

O bêbado não precisa ouvir duas vezes, ele se afasta de mim, e o escuto correr. Sem conseguir lidar com a adrenalina, meu corpo começa a tremer. Só consigo lembrar da minha mãe, e de como ela... não concluo o pensamento. 

O estranho se aproxima de mim, identifico seu vulto, meu corpo treme mais ainda.

- Eu tenho spray de pimenta - ameaço.

Ele para, e depois de uns segundos eu o ouço rir.

- Eu não vou machucar você - ele garante - Você mora nesse bairro? 

Mais relaxada por ele não se aproximar, confirmo:

- Sim, nesse prédio - indico, mas como está escuro, duvido que ele veja. 

Eu e EleOnde histórias criam vida. Descubra agora