Não foi um acidente

16 1 0
                                    

- Jimin, você já está acordado? - minha tia fala entre as repetidas batidas na porta -

- hum... Sim. O que houve? - digo sentando na cama e esticando os dois braços para cima -

- se apronte e desça, temos uns assuntos a resolver.

Aparentemente ela se vai e eu fico me perguntando o que séria, mas dou de ombro e vou fazer minhas necessidades matinais. Escolho um look totalmente preto, é uma das cores que ficam perfeitas em mim. Dou uma última olhada no espelho arrumando o meu cabelo e assim saio do quarto. Desde a escada ouço vozes desconhecidas e assim minha visão alcançam um homem com um terno preto um pouco mais alto que eu e um policial ao lado dele. Apresso os meus passos ao ver minha tinha com uma cara nada boa.

- o que houve, tia? Por quê eles estão aqui? - digo olhando meio confuso para os dois estranhos -

- precisamos conversar, Jimin. A coisa é mais séria do que imaginávamos. Sente - se, o doutor vai explicar tudo. - ela põe a mão no meu ombro me incentivando a sentar ao lado dela -

- Bom... Andamos investigando sobre o que houve na sua casa e a perícia chegou a conclusão de que não é o que vocês e nós imaginávamos.

- por favor, seja direto. - interrompi já impaciente -

- certo. O que houve na sua casa e com os seus pais, não foi um acidente, foi proposital.

- o quê? Como assim? Quem faria isso? - me levanto rápido do sofá, sentindo todo o meu corpo tremer -

- calma. Não sabemos ainda quem fez isso, precisamos investigar melhor o caso. - o policial responde -

- isso é um pesadelo! Não dá pra acreditar. Além de tudo meus pais foram assassinados? Isso só pode ser um pesadelo. - falo em um tom mais alto que antes. Sinto as lágrimas lentamente escorrendo por minhas bochechas. -

Não deixo ninguém mais responder e saio dali abrindo a porta da casa da minha tia, correndo o mais rápido e para o mais longe possível, sem nem olhar para trás. Minha cabeça estava a mil, eu não conseguia processar tudo o que foi me falado. Eu deduzia que tinha algo além do que eu sabia, mas não imaginava que seria um coisa dessas.
Eu já não aguento nem ficar mais em pé, minha visão estava sendo atrapalhada por lágrimas e então paro no meio de um parque abandonado em outro quarteirão. Encontro um banco de madeira com algumas tábuas faltando e me sento com a respiração pesada. Apoio meu cotovelos na perna e levo a minha cabeça até minhas mãos e desabo mais uma vez.

- isso só pode ser um pesadelo. - passo as mãos nos cabelos o desarrumando -

Ao observar todo o parque, percebo que do outro lado tem um carro preto parado com todos os vidros fechados e que eu me lembre ele não estava ali antes.
Fico mais alguns minutos sentado e nenhum sinal de dentro do carro é visto.

- droga. - digo ao passar as mãos pelos bolsos da calma e não sentir o celular -
Ficou na cama.

Me levanto e refaço todo o caminho de volta para a acasa da minha tia. Ela provavelmente deve estar me procurando.

- Jimin, seja mais rápido. Tem alguém te seguindo. - ouço uma voz já conhecida -

Olho para trás e o carro preto finge estar estacionado e eu sabia perfeitamente que ele não estava lá antes. Apresso meus passos tentando não demonstrar muita reação. Entro em um beco onde certamente um carro não passaria, olho para trás e não avisto ninguém.
Continuo andando e o lugar vai ficando cada vez mais esquisito.

- eu não sei andar por aqui. O que estou fazendo? - paro por um instante colocando as mãos na cintura e olhando todo o lugar -

- Melhor sair daqui ou vai se perder

olho para trás e vejo um ser todo de branco com os braços cruzados me olhando com ar de riso.

- que susto - falo colocando a mão no peito sentindo o coração acelerando -

- desculpa. Continua reto e entre na segunda rua e depois vira a esquerda. Já vai estar próximo de casa e por favor não sai mais assim de casa. - ele muda sua expressão ficando mais sério -

- tá? - o olho sem entender o porquê ele ficou com aquela cara e sigo as instruções que me deu - e Obrigado, mais uma vez, devo te dar muito trabalho.

- um pouco. Vá com cuidado e não pare em lugar nenhum que não seja a casa da sua tia. - ele diz mais sério do antes -

- parece minha mãe quando mandava eu comprar pão na esquina - continuo andando -

Olho em volta e já vejo o lugar mais familiar e mais a frente avisto minha tia na calçada olhando para um lado e para o outro.

- Jimin! - ela diz indo ao meu encontro -
Querido, não faça mais isso por favor - ela enterra seu rosto em suas mãos chorando -

- desculpa, tia. Eu só não... - as lágrimas já molhavam meu rosto -

- tudo bem, não se culpe. Venha entre. - ela anda na minha frente e eu a sigo -

Quando atravesso a porta, poucos segundos antes de fechá-la, o mesmo carro preto passa na frente da casa. Bato a porta rápido assustando a minha tia.

- o que houve?

- nada, vou subir

Sem esperar ela responder de volta eu subo as escadas correndo, entro no quarto e fecho a porta. Antes de qualquer coisa vou direto para o banheiro tomar um banho. Ligo o chuveiro e fico sentindo a água fria pousar sobre a minha cabeça e descer por todo o meu corpo. Minha cabeça está doendo, há uma mistura de sentimentos indescritíveis dentro de mim. Por um momento me sinto tonto e logo ponho as mãos na parede do banheiro, abro os meus olhos mas minha visão parece turva.
Saio do banheiro já vestido com uma calça de moletom, decidindo ficar só com ela. Vou a frente do espelho e eu nem pareço ser mas a mesma pessoa de um mês atrás, estou mais magro e com olheiras ao redor dos olhos.
Vou em direção a cama e me sinto tonto novamente, dessa vez sinto minhas pernas perderem as forças e tudo ficando escuro.

Never Not  jjk - pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora