Dúvidas

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Ainda meio atordoado com o que acabou de acontecer, eu decido ir deitar. É onde passo maior parte do tempo desde que vim pra cá. Pego o meu celular na intenção de contar aos meninos o que houve, mas pensando bem acho melhor não, podem pensar que eu estou ficando louco ou qualquer coisa do tipo. No grupo tem bastante mensagem como no privado também, não estou muito social esses dias e prefiro deixar como está. Coloco o celular no móvel ao lado da cama e fico olhando fixamente para o teto, sendo torturado pela minha própria mente. Lágrimas escorrem nos cantos dos meus olhos eu tento me conter mas parece impossível, sempre que lembro dos meus pais a minha barriga embrulha.
Até agora eu não entendo como tudo aconteceu e se alguém sabe disso, estão escondendo de mim. A nossa casa sempre foi segura, minha mãe tomava todos os cuidados necessários todas as noites antes de dormir. Tem que ter alguma explicação, não foi um acidente.

Viro para um lado e para o outro e nada do sono vir, olho o despertador e são 1:15 da manhã, se passaram 4 horas desde então.

- ótimo... - sussurro -

começo a cantarolar uma música aleatória e lembrei que meus pais diziam que minha voz era doce e gostosa de se ouvir, que se nada desse certo como modelo, eu poderia ser cantor.
Olho para o lado da janela e apenas a lua atuava lindamente com o seu brilho, me fazendo lembrar do anjo? Jeon? Acho que é isso.

- hum... Oi? Você está aí? - por alguns segundos pude pensar que ele me ouviria de algum lugar -

- não sei se está mas eu queria te ver de novo... Você parece um cara legal. É... - fico meio perdido sem saber para onde olhar e então fecho os olhos - Não ando tão sociável e nem á escola eu estou indo. Meus amigos devem estar de cabelos em pé de tanta preocupação, mas só quero um tempo pra mim. Acho que pode me entender, né? Estou com certas dúvidas sobre o que houve na minha casa e pretendo saber toda a verdade.
Hum... - pensei um pouco - A quanto tempo você me conhece? - meu deus porque eu estou perguntando se é que ele não vai responder - penso comigo mesmo -

- desde de criança.

Uma voz diferente da minha ecoa no quarto. Abro os olhos rapidamente, observando todo o lugar e não vi ninguém, quando de repente ele da um passo ficando visível aos meus olhos.

- que susto! - coloco a mão no peito sentindo o coração quadra perfurar minha caixa torácica -

- mas por quê se assustou? Não estava falando comigo? - ele sorrir cruzando os braços a sua frente -

- é... Estava, mas não esperava que respondesse - respondo ainda meio perdido - mas então... Desde de criança?

- sim... Eu brincava com você quando ficava sozinho. Até os seus 7... 8 anos mais ou menos. Depois que foi crescendo, não se importou mais comigo - ele dá de ombros meio sem graça - mas eu continuei ao seu lado

- ah... Desculpa por não lembrar disso. - passo a mão na nuca desviando o olhar dele -

- tudo bem. No começo fiquei um pouco chateado mas passou.

A presença dele me traz uma paz? Eu não sei bem o que eu sinto, mas é algo bom.

- oh, sente-se - digo me sentando na cama, deixando espaço ao meu lado -

Ele se aproxima com um pouco de receio e se senta com as mão entre as pernas. Parecia um pouco nervoso.

Um silêncio constrangedor toma conta do quarto.

- para onde você vai quando não está comigo? Desculpa perguntar se for segredo, tudo bem- quebro o silêncio olhando para a janela -

- é segredo pra quem que anjos bonzinhos vivem no céu? - ele sorrir, e que sorriso... Ahm? Quê? -

- ah nossa... Sim haha - fico sem graça - juro que não sou burro.

- eu sei muito bem que não é - ele olha dentro dos meus olhos como se soubesse todos os meus pecados... E provavelmente sabia -

- me sinto menos pior falando com você. Estou evitando tudo e todos, mas falar com você me tranquiliza de uma forma meio esquisita, sei lá. - desvio o olhar dos seus olhos grandes e negros -

- que bom que se sente assim. Esse é um dos meus objetivos. Não gosto de te ver triste e chorando pelos cantos... Não que eu fique te vigiando o tempo todo, não é nada disso... - ele leva indo na direção - e... Eu preciso ir. Volte para a cama e tente dormir, por favor. - ele dá meia volta me olhando -

- tudo bem... Até outro dia. - me arrumei na cama e por um segundo de distração, ele não já não estava mais lá.
- nossa, ele é rápido -

Never Not  jjk - pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora