Capitulo 4

184 17 24
                                    

O ortopedista entregou a Clarke e prontuário, ela adentrou a sala. O paciente estava sentado na maca, o homem abria e fechava a mão testando os dedo. 

—  Acabei de saber da boa notícia, Andrew. — disse animada. — Sem mais vindas ao hospital, está livre de mim. — Quando ainda estava com o gesso eles quase sempre encontravam, Clarke o tratou algumas vezes.

— Mas, isso não tem nada de bom. — E todas as vezes, tinha um flerte, Clarke sorria por educação. 

— Você só precisa usar essa pulseira por mais duas semanas e tudo certo. — Puxou a pulseira de elástico do bolso. — Essa é cortesia do hospital. — Abriu o pacote tirando a pulseira e demonstrando como ajustar.

— Obrigado. — Ele não prestou muita atenção, o seu olhar estava completamente concentrado na loira.

— Você não precisa agradecer, é o meu trabalho. — Puxou um dos papéis que estava junto com o prontuário. — Essa é a receita, o Dr. Douglas só prescreveu um analgésico para você tomar em caso de dor. — O entregou.

— Isso significa que eu não sou mais paciente certo? 

— Tecnicamente falando, você nunca foi meu paciente. 

— Melhor ainda. — Pulou da maca, se colocando de pé em frente a ela. — Me deixe te levar para jantar. — A surpresa transpareceu no rosto de Clarke. — Como um agradecimento, por todo o seu trabalho. 

— Você também agradece seu mecânico o levando para jantar? — Provocou. 

— Sim, ele ama italiana. Por que você não? — A loira riu. — Você tem cara de gostar de italiana também. 

— Andrew… — Coçou a testa.

— Olha, eu vejo pelo seu crachá  que você é casada. — Clarke pegou o crachá querendo de conferir. — Não, você entendeu errado. Seu nome, olha. — Apontou abaixo da foto. — Griffin hífen Blake.

— Uau! Você é bom. 

— Eu tenho que ser, não posso me dar um marido me perseguindo. — Ele pegou a jaqueta e a vestiu. — Enfim, como você não usa aliança eu imagino que seja um divórcio recente ou algo do tipo. 

— Eu… — Procurava por palavras. 

— Eu te deixei sem jeito, não deixei? — Ele coçou atrás da nuca.

— Um pouco. — Enfiou as mãos nos bolsos do uniforme. — Escuta, é complicado.

— Eu não quero complicar mais ainda para você. — Ele se encaminhou até a porta. — Mas, se um dia descomplicar, eu adoraria te levar para jantar um dia. — Andrew era muito bonito, loiro, alto e cheiroso. Ou seja, não estava acostumado a ser rejeitado.

— A gente se vê na próxima vez que voltar ao hospital. — E ele saiu com um sorriso no rosto. 

Bellamy tinha seu trabalho dos sonhos, amava seu trabalho. Mas, a parte burocrática, ele odiava. Gráficos e reuniões quinzenais, preencher formulários de autorização, se dependesse dele tudo isso deixaria de existir. 

A empresa em que trabalhava foi a mesma em que estagiou, tinha conexões com grandes nomes no ramo e isso a ajudou a subir na empresa mais rápido, em seu atual cargo podia até escolher seus projetos. Participava até das conferências em outras cidades. Seu sonho estaria completo quando ele tivesse sua própria firma.

 Azgeda Design's é bom lugar para se trabalhar, horários flexíveis, ótimo salário e benefícios. Fazem vários trabalhos, casas, pequenas empresas por todo o país. 

— É nesse fim de semana que a O finalmente se livra de você. — Jasper saía da reunião junto com Bellamy. 

— Idiota. — Entram no escritório do Blake.

Jasper havia estudado com Clarke durante o ensino médio. Ele era também o melhor amigo de Octávia, por muito frequentar a casa dos Blake acabou entrando para o grupo de amizades de Bellamy. E hoje, era o assistente de Bellamy.

— Sabe essa sua implicância. — Sentou na poltrona e arquiteto em sua cadeira. — É o seu jeito de demonstrar seu amor por mim. 

— Ou talvez você realmente seja um idiota. — O assistente revirou os olhos e o moreno riu. 

— Sobre o casamento. — Acertou a postura. — Você provavelmente vai ir com o Murphy, pensei que podíamos nos juntar e fazer uma road trip. 

— Você sabe que a distância de carro é apenas uma hora e meia, não sabe? 

— Eu sei, mas é seria legal. Juntar todo mundo, o Monty já topou. 

— Seria muito legal, mas na verdade eu vou com a Clarke e o Max. — Jasper arregalou os olhos e foi se sentar na ponta da mesa. — O QUE DIABOS?!

— Isso significa que vocês voltaram, certo? Por favor me diga que sim. — O jovem parecia um pinscher de tanto que vibrava. — Os meus pais voltaram, o mundo está em paz novamente. 

— Eu não acredito que você ainda diz isso, e com a voz alta. — O homem brincava com a bola de elásticos. — Alguém já te disse que isso é estranho?

— Já, inúmeras vezes, por inúmeras pessoas.  — A vida amorosa de Jasper sempre foi difícil, então sempre que seus amigos formavam um relacionamento com quem queriam ele ficava feliz. E com Bellamy e Clarke não foi diferente, mas a brincadeira de ele ser "filho" do casal começou quando ainda eram adolescentes, e até hoje continuou. — Isso não é o importante no momento. Como isso aconteceu. 

— Max passou o fim de semana comigo, aí ontem fomos buscar alguns jogos em casa e então eu e ela conversamos e decidimos ignorar a atual situação durante o casamento. — Fingiu não ser grande coisa. — A ideia de irmos nós três juntos veio dela. Vai ser bom, conhecendo o meu filho ele vai dormir cerca de vinte minutos depois que o carro começar a andar, ai vamos conversar. 

— É isso? Esse é o seu plano para reconquistar ela. — Julgava o chefe com o olhar. 

— É. 

— Seu plano é infantil e horrível. — Jasper sentiu o celular vibrar. 

— Quer saber, precisamos começar a trabalhar se quisermos conquistar o Sr. Ferguson. — Bellamy estalou o pescoço e começou a procurar algo em seu computador. — Anda, vai trabalhar. — O assistente mexia no celular. 

— Com prazer. — Tinha um sorriso triunfante no rosto, o que assustou o arquiteto. 

Operação Cupido. Jasper acabava de ser incluído no grupo.

Terça, ou seja, ela tinha dois dias até a viagem na quinta. No último mês se matou de trabalhar para conseguir cinco de folgas para o casamento de Octávia. Mas, precisava arrumar as suas malas e a de Max. 

Clarke tirou as malas da última prateleira de seu closet. Resolveu começar por Max, o menino resolveu ajudar o que acabou levando mais tempo que o necessário. Mas, convenceu a mãe a levar uma mochila só com brinquedos. A roupa pro casamento estava dentro da capa pendurado no guarda roupa, colocou mais a vista com medo de esquecer.  

Entrou no closet novamente, era um pequeno cômodo dividido em dois. Separou as as roupas que levaria, depois os sapatos, montou uma necessaire com as maquiagens e itens de higiene pessoal. Não precisava se preocupar com o vestido de dama de horas, ele seria entregue no local junto com o da noiva. 

Com tudo pronto, ela tomou um banho e se preparou para dormir. Saiu do banheiro com o roupão fechado, o lado de Bellamy estava pela metade, mas algumas peças ainda tinham o cheiro do homem. Apesar de tudo que sentia, a saudade era maior. 

Ninguém precisava saber que ela procurava pela camisa que o cheiro ainda estava forte para dormir, ou que espirrava o perfume dele no lado vazio da cama porque só assim conseguia dormir, naquele dia não seria diferente. 

BLAKE'SOnde histórias criam vida. Descubra agora