Medo

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- O que você acha?

- Ela vai ficar bem, a pancada não foi grave.

- Vamos avisar os outros...

Flashback - on

- MÃE, MÃE...

- Ali, o que aconteceu, anjo?

- Machuquei meu joelho - disse com lágrimas nos olhos.

Ela me deixou sentada na sua confortável poltrona, e foi buscar o remédio.

- Prontinho! - disse ela, me colocando em seu colo, junto com merthiolate em sua mão.

- Não mãe, não precisa mais, parou de doer. Olha, estou BEM melhor. - andei parecendo um pinguim.

Ela ficou rindo do meu medo de que ardesse, e me puxou para seu colo novamente, acariciando meus cabelos e depositando um beijo em minha testa.

- A dor que o merthiolate causa, é a menor que se pode sentir. Vai chegar um dia em que você vai querer voltar a sentir a dor do merthiolate, do que sentir a pior dor que existe na vida. - disse ela, ao mesmo tempo acariciando meus cabelos.

Então, eu deixei que ela colocasse remédio.

Ardeu?

Ardeu MUITO, que cheguei ao ponto de ficar gritando e pulando para a ardência parar.

Depois que parou, fiquei sentada na cama e observei minha mãe cochilar, e como uma ótima filha, eu atrapalhei seu cochilo.

- Mãe... - sussurrei

- Hm... O que houve? Perdi alguma coisa? - disse ela exausta.

Fiquei rindo por minutos, e ela continuava sem entender, no mínimo ela tava pensando que tem uma filha louca.

- Mãe, qual o seu medo? - digo, e ela fica me olhando, depois ela me puxa para seu colo.

- Meu medo... É perder as pessoas que eu amo, eu nunca vou deixar que ninguém as machuquem... Vou fazer o possível para mantê-las a salvo. - disse ela, e depositou um novo beijo em minha testa.

- Mãe... Promete que nunca vai me deixar? - digo com lágrimas nos olhos, e lágrimas verdadeiras fazem o mesmo em seu rosto.

- Eu prometo, meu anjo! Eu prometo...

Flashback - off

Acordei em uma sala branca, meio que eu não esperava acordar ali... Eu esperava acordar sendo chamada pela voz carinhosa e pelas mãos macias acariciando meus cabelos, queria que ela estivesse ali, do meu lado, queria voltar a sentir a dor do merthiolate.

Olhei para todos os lados, e não vi ninguém, até que a porta se abriu. Um homem vestido de branco.

- Eu... Eu morri? - digo com olhos arregalados e o homem riu.

- Não, você está no hospital. Uma mala caiu sobre sua cabeça, durante uma pequena turbulência. Ficou inconsciente durante 3 horas.

Fiquei brincando com minhas próprias mãos, ao lembrar que a culpa disso foi da galinaja.

Eu fico pensando... Será que meu pai me ama mesmo? Ou toda as vezes que ele me deu a mão, foi pura encenação?

- Srta. Momsen, temos uma visita para você. - fala o homem vestido de branco.

- Quem? - ergui uma das sobrancelhas.

- Steffy Momsen.

Se tem o mesmo sobrenome, deve ser a tia maluca que meu pai se referia.

Nothing fairer (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora