"mere, vamos conversar??"
"briguei com meu pai... pela milésima vez? não sei não tô bem"
"estou me sentindo péssimo agr"
"meu pai não para de bater na porta do meu quarto... ele quer mais briga. não to gostando do rumo que isso tá tomando"
"mare me ajuda"
Leio as mensagens e minha mente parece dar um curto circuito, enquanto meu coração processa mais rápido, deixando lágrimas escaparem.
— Saturn — sussurro, tentando fazer minha voz sair. É como um pesadelo, minha voz é sufocada pelo medo — Saturn! Saturn!
Mas ela não vem até mim. Ela não está em casa. Penso em Venus, ela saberá o que fazer. Mas ela também não está aqui.
Por um momento entro em pânico, caindo no chão e tendo dificuldade para respirar. Tudo parece tão opressor. Até o ar está pesado. Engasgo, tentando conter o choro. Mas não consigo. Estou sozinha. Estou sozinha.
Me levanto, pegando as chaves de casa e saindo sem me dar ao trabalho de trancar a casa novamente.
Saturn levou o carro.
Não importa. Eu não preciso dele.
Corro o mais rápido que posso, seguindo a estrada principal até Forks. Meu corpo dói de maneira excruciante, minha garganta está seca. Minha cabeça parece pulsar mais que meu coração. Ao atravessar uma rua, quase sou atropelada por um motoqueiro. Acabo caindo no chão, dando mais motivo para choro, enquanto ele derrapa e consegue parar em segurança.
— Ei! Cuidado, garota! — Ele grita, tirando o capacete para me olhar. Só consigo chorar mais ainda, me levantando na força do desespero — ei... garota Petrelli! Quer carona para algum lugar?
Reconheço ele de La Push, um dos amigos de Seth. Ou amigo de um amigo, algo assim.
— Deus, sim! Sério, isso é perfeito — gaguejo, indo até ele e subindo na sua garupa, sem cerimônias — meu amigo... O pai dele é violento... Eu preciso ver se meu amigo está bem...
— Só me diz onde — diz, sério.
Falo o endereço, que assente.
— Segure-se — diz. Passo meus braços por sua barriga e encosto meu rosto em sua jaqueta — vamos voar agora.
E quase voamos mesmo. Não consigo aproveitar a viagem, meu coração sofrendo por Nathan e minha cabeça um caos.
Quando finalmente paramos a frente da casa de Nathan, saio da moto correndo e aperto a campainha com agressividade, esperando que abram logo. Quando Cíntia, a mãe de Nathan abre, ela não parece nada feliz em me ver.
— Como ele está? — Questiono, entrando sem ser convidada.
— Mercury, não cabe a você se meter... e quem é esse?! — Percebo então que o carinha da moto está me seguindo, entrando na casa também e acenando na maior cara de pau. Gostaria de me lembrar o nome dele.
— Quem está aí? — A voz do pai de Nathan me dá um ódio tão grande que eu evito olhar em seu rosto. Corro escada acima até o quarto de Nathan, que está trancado. Bato na porta algumas vezes, mas nada.
— Ele está aí? — O carinha pergunta para mim, apontando para a porta. Assinto. Os pais de Nathan sobem as escadas reclamado, mas eu os ignoro.
Então o carinha me surpreende, arrombando a porta. Sim, ele arrombou a porta e entrou com tudo, procurando por Nathan. Ele vai até o banheiro e eu vou atrás dele, mas ele para na porta e me impede de entrar.

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full moon | twilight
FanfictionSaturn é a irmã do meio, depois dela veio Mercury e antes delas veio Venus. Abandonadas para morrer em uma floresta, elas foram salvas e adotadas por uma rigorosa viúva. Todas as três garotas guardam segredos do mundo, vivendo de maneira discreta. C...