(S/N) - seu nome - (S/A) - seu apelido
P.O.V (S/n)
Desço as escadas e vejo Sammy lendo na biblioteca, com os pés sobre a mesa.
-Virou apoio? - Digo, apontando pros pés dele, que sorri.
Dean foi comprar comida pra nós, há uns quinze minutos. Me sento e puxo meu celular, dividindo meu olhar entre a tela e o grandão.
Eu sou um monstro. Sim, eu sou.
Eu e Dean namoramos há dois meses.... Por que diabos eu não consigo parar de pensar no Sam?
Eu sou um monstro.
- E então, está tudo bem? - Puxo assunto, com um nó na garganta, totalmente desconfortável.
Algo me diz que esse sentimento é recíproco. Conheci Sam na faculdade, quando ele cursava direito. Há um ano cruzei com eles, mas já era caçadora antes. Eu e Dean temos fogo... Mas eu não o amo. Eu sempre amei o mais novo. Sempre amei o Sammy. Eu era sua melhor amiga e não suportava vê-lo com a Jess na época.
Eu não sei dizer, mas o pego me olhando de rabo de olho diversas vezes. Não consigo mais esconder o que sinto.
-Tudo indo, Pequena. E você? - Ele não tira os olhos do livro, apenas sorri de lado.
-E-eu... Podemos conversar?
O quê você está fazendo?, uma parte de mim pensa, mas eu ignoro. Estou farta, fora de mim.
-Claro. - Sua feição se torna séria. - O que houve?
Nossos olhos se cruzam e eu sinto aquele nó na garganta piorar, acompanhado de um frio na barriga.
-(S/a)?
-É.... - Volto de meus devaneios.
Você não pode fazer isso.
-Sammy...
CALA A BOCA (S/n)!
-Hey... - Ele se levanta, se agachando na frente da minha cadeira. Suas mãos envolvem meus braços, os acariciando. - Está tudo bem?
Me pego imersa, totalmente presa em seus lábios. Num impulso, inicio um beijo.
Sam se afasta, em choque, caindo no chão.
- (S/n)?!! - Sua voz é alta.
Cubro minha boca, totalmente desesperada.
Suas mãos ajeitam seus cabelos e ele se agacha novamente, voltando a aproximar nossos corpos. Seus olhos param em mim novamente, e então suas mãos cercam meu pescoço e retorna o beijo.
Meu mundo para. Não existe culpa. Não existe erro. Não existe Dean. Somos só nós dois, extremamente ligados.
-Espera! - Me afasto, com os olhos lacrimejados. - Sam nós....
-Droga! Por que sempre há alguém entre nós? Por que eu não te tiro da minha cabeça? - Ele se levanta, extremamente alterado, com as mãos na cintura.
Me levanto e colo nossas testas. Ficamos ali, grudados, ouvindo a respiração pesada um do outro.
-Não posso evitar. - Digo, voltando ao beijo.
A porta do Bunker se abre, então eu e Sam pulamos um pra longe do outro.
-Galera? - A voz de Dean toma o ambiente.
Logo ele surge na biblioteca.
-Trouxe o rango! - Ele sorri, mas nota a tensão e fica sério. - Eu hein, quem morreu?
-Valeu. - Sam puxa o pacote com comida e o abre, em silêncio.
Dean encara nós dois, pensativo.
-Tá tudo bem por aqui?
-Ótimo. - Forço um sorriso. - Vou banhar.
-Então eu também vou. - Dean sorri maliciosamente.
Sam faz uma careta, como sempre, mas dessa vez não é de reprovação. Eu reconheço aquele olhar. Aquela careta era de ciúmes.
Subo as escadas e Dean me segue.
-Aí, eu tava andando e vi uma criança numa coleira. Dá pra acreditar?
-Uhum... - Respondo.
Entro no quarto e ele fecha a porta atrás dele. Me jogo na cama, massageando minhas têmporas, estressada.
-O quê que tá pegando? Cê tá estranha...
-Não é nada, okay? Eu só preciso de um tempinho sozinha. - Abraço seu pescoço, ajoelhada na cama enquanto ele estava em pé na minha frente.
-Tudo bem. - Ele me dá um selinho. - Mas eu vou cobrar o banho.
-Te amo, tá legal? - Dou um selinho mais longo.
-Também, Kiddo.
Ele sai do quarto e eu afundo a cara no travesseiro.
Eu. Sou. Um. Monstro.